Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Daniel Bastos abordou panorama histórico da emigração portuguesa em Braga

 Na passada quinta-feira (28 de abril), o historiador Daniel Bastos, que ao longo dos últimos anos tem publicado vários livros no domínio da História e Emigração, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades portuguesas, participou como escritor convidado na Semana da Leitura do Colégio João Paulo II, uma instituição de ensino particular em Braga.

 


 No decurso da iniciativa, em que o historiador e escritor apresentou o seu mais recente livro “Crónicas - Comunidades, Emigração e Lusofonia”, obra que reúne os textos que este tem escrito nos últimos anos em diversos meios de comunicação dirigidos para a diáspora, Daniel Bastos proferiu uma palestra onde abordou o panorama histórico da emigração portuguesa.

Ao longo da sua comunicação, o investigador destacou junto da comunidade educativa que encheu o auditório da instituição de ensino, as sucessivas vagas de emigrantes de Portugal para vários países do mundo, como o Brasil no final do séc. XIX, ou os Estados Unidos, Canadá e França no início da década de 1950. A par das consequências sociodemográficas associadas ao fluxo migratório, Daniel Bastos destacou o papel dos emigrantes no desenvolvimento e projeção do país, assim como o facto de nos últimos anos Portugal receber por via da imigração um importante contributo no desenvolvimento socioeconómico, na inversão do paradigma da balança migratória e do processo acentuado de envelhecimento da população.


 

Historiador, escritor e professor no Colégio João Paulo II, Daniel Bastos é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que pretende criar uma plataforma entre diversos núcleos museológicos, arquivos e coleções respeitantes à história e à memória, à vida e às perspetivas de futuro dos portugueses que vivem e trabalham fora do seu país.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Comunidade Portuguesa no Canadá: memória e celebração das suas raízes

 Uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte, que se destaca pela dinâmica da sua atividade associativa, económica e sociopolítica, as raízes da comunidade portuguesa no Canadá remontam ao início da década de 1950.

Embora a presença regular de portugueses neste território da América do Norte fosse uma realidade desde o alvorecer do séc. XVI, foi somente nos primórdios dos anos 50 que se consubstanciaram as relações diplomáticas entre as duas nações. Como relembra Lisa Rice Madan, Embaixadora do Canadá em Portugal, num artigo de opinião publicado no princípio deste ano no jornal Público, intitulado Canadá-Portugal: 70 anos de relações diplomáticas e muita mais de amizade, em 8 de dezembro de 1951, o Rei George VII, “na qualidade de chefe de Estado do Canadá, escreveu ao Presidente da República de Portugal anunciando a decisão de acreditar para Portugal, o nosso fiel e bem-amado William Ferdinand Alphonse Turgeon, como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário do Canadá em Portugal. Um mês mais tarde, o Canadá concedeu o agrément à nomeação do dr. Luís Esteves Fernandez, embaixador e Portugal nos Estados Unidos, para ministro de Portugal para o Canadá. As legações, como então eram chamadas, foram abertas oficialmente a 18 de Janeiro de 1952”.

Ainda nesse ano, em 12 de abril, Gonçalo Caldeira Coelho tomaria posse como Encarregado de Negócios e assumiu a gerência da legação, ou seja da embaixada. Dois anos depois, Portugal e o Canadá, procurando estreitar as relações económicas, assinaram um Acordo Comercial que revogou e substituiu o Acordo com o mesmo objeto que vigorava entre os dois países desde 1 de outubro de 1928.

É no contexto das relações estabelecidas entre os dois países, que em 1953, ao abrigo de um Acordo Luso-Canadiano, que visava suprir a necessidade de trabalhadores para o sector agrícola e para a construção de caminhos-de-ferro, que transportados pelo Saturnia, desembarcaram a 13 de maio em Halifax, província de Nova Escócia, os primeiros emigrantes portugueses.

Se entre 1953 e 1973, terão entrado no Canadá mais de 90.000 portugueses, na sua maioria originários dos Açores, estima-se que atualmente vivam no segundo maior país do mundo em área total, mais de meio milhão de luso-canadianos, sobretudo concentrados em Ontário, Quebeque e Colúmbia Britânica, representando cerca de 2% do total da população canadiana que constitui um hino ao multiculturalismo. 

É a partir deste legado histórico que a Galeria dos Pioneiros Portugueses, impulsionada no presente pelo comendador Manuel DaCosta, um dos mais ativos beneméritos na preservação da cultura portuguesa, na linha da máxima lapidar de Marcus Garvey: “um povo sem o conhecimento da sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes”-, perpétua em Toronto a memória dos primeiros emigrantes portugueses no Canadá.

Foi a partir deste legado histórico, que um pouco por todas as comunidades portuguesas disseminadas pelo imenso território canadiano, foi celebrado em 2003, com profundo simbolismo e sentimento de pertença, exposto em inúmeras atividades e eventos, o 50.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá.

Será seguramente a partir deste legado histórico, que sensivelmente dentro de um ano, num contexto pós-pandémico, e não obstante assinalarem-se hodiernamente 70 anos de relações diplomáticas luso-canadianas, que será celebrado com reiterado simbolismo e sentimento de pertença, manifesto em vindouras atividades e eventos, o septuagésimo aniversário da chegada da primeira vaga de emigrantes portugueses ao Canadá

Um aniversário que fortalecerá, concomitantemente, os laços dos emigrantes luso-canadianos à língua e cultura materna, mas também à pátria de acolhimento, até porque como reiteradamente tem destacado Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, as sucessivas vagas de emigrantes portugueses têm contribuído desde a década de 1950 para “a construção do Canadá moderno”. Nas palavras do mesmo, em 2018, durante a visita oficial do primeiro-ministro António Costa ao Canadá: “A cultura portuguesa está presente nas nossas vilas e cidades de diversas formas, com valores tradicionais de família, trabalho árduo e paixão pelo futebol. Os luso-canadianos são a chave da explicação do Canadá de hoje”.

domingo, 24 de abril de 2022

Daniel Bastos apresentou novo livro sobre as comunidades portuguesas em Lisboa

 Na passada sexta-feira (22 de abril), foi apresentado em Lisboa o livro “Crónicas -Comunidades, Emigração e Lusofonia”.

A obra, que reúne as crónicas que o escritor e historiador Daniel Bastos tem escrito nos últimos anos em diversos meios de comunicação dirigidos para as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, foi apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa.

Mesa da sessão de apresentação do livro “Crónicas -Comunidades, Emigração e Lusofonia” (Da esq. para dir.: o historiador Daniel Bastos, acompanhado do advogado e comentador, Luís Marques Mendes, da Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL), Maria Beatriz Rocha-Trindade, e da Diretora do Museu da SGL, Manuela Cantinho

A sessão de apresentação, que encheu a sala de convívio, de uma das mais relevantes instituições culturais do país, de dirigentes associativos, agentes políticos, académicos, emigrantes e lusodescendentes, esteve a cargo do conhecido advogado e comentador, Luís Marques Mendes, que assina o prefácio da obra e caracterizou a mesma como um “exemplo de cidadania e de serviço público”.

Segundo Luís Marques Mendes, este livro é “o espelho da homenagem que Daniel Bastos quer prestar aos milhões de portugueses que, fora do nosso país, honram, servem e prestigiam Portugal. E fá-lo como deve ser: com simplicidade e com verdade, com entusiasmo e com realismo, com autenticidade e com pragmatismo, com respeito pelo passado mas sem descurar a ambição do futuro”.












Neste novo livro, composto por cerca de centena e meia de crónicas, e realizado com o apoio da Sociedade de Geografia de Lisboa - Comissão de Migrações, o historiador português através de uma assumida visão de compromisso com os emigrantes, revela o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades lusas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam nas pátrias de acolhimento e de origem.

Refira-se que o livro foi apresentado no decurso de uma cerimónia de homenagem a Gérald Bloncourt, fotógrafo franco-haitiano que imortalizou a emigração portuguesa e os primeiros dias da Revolução de Abril, e com quem o autor realizou os livros “O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores” e “Dias de Liberdade em Portugal”. E que, ao longo do ano estão previstas várias sessões de apresentação da obra noutros espaços do território nacional e da Diáspora.













Historiador, escritor e professor, Daniel Bastos, é atualmente consultor do Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, e da rede museológica virtual das comunidades portuguesas, instituída pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que pretende criar uma plataforma entre diversos núcleos museológicos, arquivos e coleções respeitantes à história e à memória, à vida e às perspetivas de futuro dos portugueses que vivem e trabalham fora do seu país.