Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Freguesia de Cepães promove este fim-de-semana festa popular de S. João e percurso pedestre da Rotinha do Milénio


A freguesia de Cepães realiza no próximo sábado à noite, 25 de Junho, uma tradicional festa popular de S. João que está prevista principiar às 19h junto ao largo da Capela de N. S. de Guadalupe. Trata-se do ressurgimento de uma festividade que já há alguns anos não era realizada na freguesia, mas que este ano é assim recuperada por um grupo de cepanenses dispostos a cimentar a tradição de S. João na localidade prometendo animar nessa noite o espírito folião do povo de Cepães.

Ainda no fim-de-semana, no domingo de manhã, dia 26 de Junho, a Junta de Freguesia de Cepães promove um passeio pedestre ao longo da “Rotinha do Milénio” que conta com a colaboração dos Restauradores da Granja. Procurando conciliar os benefícios do exercício físico e a divulgação de locais emblemáticos e paisagísticos da freguesia, esta iniciativa, aberta à população em geral, inicia-se com concertação dos participantes às 09h45 junto à Capela de N.S. de Guadalupe, estando a partida agendada para as 10h45 após a realização da eucaristia dominical na Igreja Paroquial de Cepães. 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Junta de Freguesia de Cepães promoveu passeio-convívio

A Junta de Freguesia de Cepães promoveu no domingo passado, dia 19 de Junho, um passeio – convívio, que levou trezentos cepanenses a dois importantes centros de devoção mariana no Norte de Portugal: Sameiro e Abadia.

O passeio – convívio iniciou-se de manhã às 07:30h com a concentração das pessoas junto à Igreja Paroquial de Cepães, onde se encontravam cinco autocarros que transportaram os convivas de manhã em direcção ao Santuário do Sameiro, um dos maiores centros de devoção mariana em Portugal, onde foram presenteados pela Junta de Freguesia com um porto de honra e doces tradicionais que retemperaram forças e energias para a deslocação ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia.

Neste importante santuário mariano do séc. XVII localizado na encosta de uma montanha em Santa Maria de Bouro, foi celebrada pelo pároco de Cepães, Pe. José Marques, uma eucaristia que congregou todos os participantes e que foi abrilhantada pelo Grupo Coral da Paróquia de Cepães. No findar dos actos litúrgicos o padre José Marques, salientou a importância da dinamização desta iniciativa para os paroquianos de Cepães recordando com especial emoção a sua ligação familiar e formação espiritual ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia, recanto de oração situado na sua terra natal.
Eucaristia no Santuário da Abadia
No final da eucaristia, reinou a boa disposição num almoço em que os convivas munidos do seu merendeiro se distribuíram pela deslumbrante paisagem natural que rodeia o santuário, dando largas à boa disposição, partilha e convívio, recordando-se peripécias e memórias de outros tempos. Durante a tarde, os participantes tiveram oportunidade de desfrutar da companhia do verde da natureza e das águas límpidas que recortam esta paisagem minhota que é ainda composta por oito capelas representativas da vida de Cristo e da Virgem dispostas ao longo de caminhos íngremes.

O silêncio religioso do santuário mariano foi agitado pelos momentos musicais e lúdicos proporcionados pelos cantares ao desafio e desgarradas interpretadas por elementos do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Cepães, e pelo manejar dos varapaus do Grupo de Jogo de Pau da Sociedade de Recreio Cepanense, colectividades que conjuntamente com o Grupo Coral da Paróquia de Cepães marcaram presença no passeio-convívio.
Cantares ao Desafio
Danças
Jogo do Pau
O regresso à freguesia aconteceu ao final da tarde, tendo o alegre convívio decorrido sem incidentes e fortalecido o espírito de amizade e solidariedade da dos cepanenses, como salientou no término desta jornada o presidente da Junta de Freguesia de Cepães, Manuel Silva, que assegurou que “a população da freguesia continuará a promover este e outro tipo de iniciativas com o principal objectivo de proporcionar aos cepanenses momentos de bem-estar, cultura e confraternização”.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Colheita de sangue promovida pela Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Fafe


Está a decorrer hoje (17 de Junho) entre as 9h e as 17, no edifício das Associações junto ao Grupo Nun’ Álvares, uma campanha de colheita de sangue promovida pela Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Fafe.

Tratando-se de uma benemérita e importante iniciativa de responsabilidade social é essencial a participação e mobilização da comunidade local de modo a uma ampla contribuição para fazer face às necessidades dos serviços de sangue dos hospitais que dependem diariamente de todos os dadores para salvar constantemente vidas.

A Solidariedade é uma Prova de Amor!
Dar hoje, para receber amanhã!
Dê Sangue!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

N. S. de Guadalupe congregou centenas de fiéis em Cepães

Realizou-se no fim-de-semana passado, 4 e 5 de Junho, as Festas em Honra de N. S. de Guadalupe, a principal festividade religiosa da freguesia de Cepães. O programa festivo alusivo à “protectora da lavoura” de Cepães principiou no sábado de manhã com a entrada na povoação do Grupo de Zé-pereiras de Vila Nova de Infantas, cuja arruada de tocadores de bombos e tambores anunciaram a abertura dos festejos.
As solenidades no sábado, que incluíram à tarde uma celebração eucarística, contemplaram à noite a realização do vetusto Sermão e Procissão de Velas de S. Tiago em direcção à Igreja Paroquial que foi engalanada pela Fanfarra do Corpo Nacional de Escutas de Golães e incorporada por centenas de devotos marianos. 
Igreja Paroquial de Cepães
Andor de N.S. de Gudalupe no interior da Igreja Paroquial de Cepães

            À noite a dimensão religiosa e profana das solenidades entrecruzaram-se com um concerto e baile popular impulsionado pela actuação do agrupamento musical “Fábio Gil”, que animou a noitada dos muitos presentes que foram deleitados por uma bonita sessão de fogo-de-artifício que resplandeceu no céu de Cepães.
No domingo de manhã, as festividades foram retomadas com duas eucaristias dominicais abrilhantadas por um Grupo de Cantoras e o Grupo Coral do C.C.R. da Juventude de Cepães, e pela chegada da Banda de Música de Perafita que percorreu as ruas da freguesia. Ao inicio da tarde além da actuação da Banda de Música de Perafita destacou-se também a chegada da Fanfarra de Serzedo.
Durante a tarde decorreu a grandiosa procissão de N. S. de Guadalupe, que uma vez mais assumiu-se como uma impressionante manifestação de fé e devoção popular que congregou centenas de pessoas oriundas do concelho e da região. A procissão em oração foi conduzida pelo pároco de Cepães, Pe. José Marques, e adornada pelos tradicionais andores e anjinhos que funcionaram como expressivas alegorias religiosas. 
Fanfarra

Figurino adulto na procissão

Procissão de N.S.de Guadalupe I

Procissão de N.S.de Guadalupe II

Procissão de N.S.de Guadalupe III

Procissão de N.S.de Guadalupe IV

Banda de Música na Procissão de N.S.de Guadalupe

Pálio na Procissão de N.S.de Guadalupe

As cerimónias festivas que se prolongaram pela noite dentro, com a actuação da Banda de Música e do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Cepães, difusor do património etnográfico da freguesia, contemplaram ainda uma singela sessão de fogo-de-artifício. No final das festividades, o Pe. José Marques aproveitou o ensejo para “agradecer a amizade e generosidade de todos os que colaboraram e contribuíram para a realização da tradicional Festa de N. S. de Guadalupe cuja fé contribui para o aproximar das pessoas”.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Festa de N. S. de Guadalupe decorre este fim-de-semana em Cepães

Decorre este fim-de-semana passado, 4 e 5 de Junho, as Festas em Honra de Nossa Senhora de Guadalupe, a principal festividade religiosa da freguesia de Cepães, cuja capela devotada ao culto da “protectora da lavoura” de Cepães remonta ao final do séc. XVII.
Imagem de N.S. de Guadalupe em Cepães

O programa festivo inicia-se na manhã de sábado com uma arruada de bombos pela freguesia a anunciar a abertura das festas. À noite na linha da vetusta tradição realiza-se o tradicional sermão e procissão de velas de S. Tiago para a Igreja Paroquial anualmente incorporado por centenas de devotos.
Ainda no sábado à noite a simbiose entre o religioso e o profano atingirá o seu apogeu com actuações musicais e uma grandiosa sessão de fogo-de-artifício que promete colorir o céu de Cepães.
Capela de N.S. de Guadalupe em Cepães

No domingo, as festividades são retomadas com a realização da missa dominical, sucedendo durante a tarde a grandiosa procissão de N. S. de Guadalupe, que prenuncia assumir-se novamente como uma impressionante manifestação religiosa de grande fé popular que todos os anos extravasa os horizontes geográficos e humanos da freguesia.

As cerimónias festivas que se prolongam ainda pela tarde de domingo com a actuações musicais, assume-se assim como um dos mais importantes cartões-de-visita da freguesia, prometendo presentear todos os presentes com o ardor da fé e devoção, e o valor inestimável da cultura e tradição da freguesia de Cepães.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Breve abordagem à obra Ética Prática de Singer


Proeminente filósofo e professor universitário australiano, com importantes trabalhos no campo da Ética aplicada, Peter Singer assenta o seu postulado filosófico no Utilitarismo, gizando a partir deste uma Ética prática de resposta aos desafios actuais da sociedade, ou seja, uma “teoria crítica da sociedade”, em que a razão e a argumentação desempenham um papel predominante no campo ético. 
Peter Singer (n. 1946)




A Ética em Singer prepara o Homem para a tomada de decisões, condição sine qua non para viver uma vida moral fundamentada em opções que têm que ser assumidas. A perspectiva ética singeriana é universal, o próprio refere que a “Ética exige que nos abstraiamos do “eu” e do “tu” e que cheguemos à lei universal, ao juízo universalizável, ao ponto de vista do espectador imparcial”, de modo a potenciar a defesa dos interesses de outrem.
Salvador Dalí (1904-1989) - O nascimento do mundo
 
O autor fundamentando a sua opção pela teoria ético – filosófica dominante no mundo anglo – saxónico, na esteira do patriarca do utilitarismo John Stuart Mill, que alicerçou a sua doutrina no critério moral da Utilidade ou “Princípio da maior felicidade”: “as acções são justas na medida em que tendem a promover a felicidade e injustas enquanto tendem a produzir o contrário da felicidade (entendendo-se por felicidade) o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e ausência de prazer” – reestrutura a teoria utilitarista mediante aquilo que designa como “princípio da igualdade na consideração de interessa”, ou como complementa, um “princípio mínimo de igualdade no sentido em que não dita um tratamento igual” mas que busca uma exigência da igualdade.
John Stuart Mill (1806-1873)

Este princípio basilar da “Ética Prática” é plasmado no exemplo que Singer apresenta numa hipotética situação de catástrofe natural, em que se nos deparássemos com duas vítimas, nas palavras do autor: “uma com uma perna esmagada, em agonia, e outra com um ferimento numa anca, com dores ligeiras (e só me restassem) duas doses de morfina”, que decisão dever-se-ia tomar? Singer não tem dúvidas na fundamentação da opção: “um tratamento igual ditaria que eu desse a cada pessoa ferida uma dose, mas uma dose pouco faria para aliviar a dor da pessoa com a perna esmagada. Ficaria ainda com muita mais dores que a outra vítima; e, mesmo depois lhe ter administrado a primeira dose, dar-lhe a segunda proporcionaria maior alívio que aplicar essa dose á pessoa com dores ligeiras”.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

As metamorfoses do palacete da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe

Paradigma da arquitectura europeia do início do séc. XX, o palacete da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe foi edificado em 1913 como residência dos administradores desta empresa popularmente conhecida por “Fábrica do Ferro”, uma das mais importantes unidades industriais ibéricas no decurso do século passado e cuja fundação dimana do investimento de emigrantes “brasileiros de torna-viagem”.
Projectado pelo mestre-tecelão germânico Teodor Fisher, antigo director técnico da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe, o edifício é rodeado por um aprazível jardim interno delimitado por um gradeamento em ferro, que envolve matizados volumes arquitectónicos do qual sobressai uma estrutura altaneira em forma de torre que é composta por telhados e terraços com beirais de madeira. Delineado num contexto de incremento industrial, a influência arquitectónica racionalista de tendência germânica, berço de origem do projectista, está patente nos materiais de construção, como a madeira, o ferro e o vidro.
FOTO- Pedro Miranda
As reminiscências da casa cruzam-se singularmente com o trajecto de vida do técnico alemão que se fixou na região na década de 90 do séc. XIX, e que aquando da entrada de Portugal no palco europeu da Grande Guerra, em 1916, alcançaria evadir-se para Vigo, depois ter sido preso em Montalegre e conduzido sob prisão para a vila de Fafe.
Com o desfecho do conflito bélico, no qual participaram vários soldados locais, Teodor Fisher, retornaria ao concelho na companhia da sua esposa, a helvética Elisabeth Fisher e o filho de ambos, nascido em Fafe, João Fisher, vindo em Fevereiro de 1935 a falecer no palacete que projectara para a Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe. A morte do técnico metodista alemão aos 65 anos de idade, envolta na inquietude do suicídio, profundo tabu moral e social na época, ocorreu duas semanas depois da chegada do casal Fisher de uma estadia prolongada na Alemanha nazi, permanecendo este acto trágico na memória popular sob a forma de uma lenda urbana de casa assombrada.
Adquirido no último quartel do séc. XX pelo Município, seriam instalados no antigo palacete da Fiação de Fafe em 1982 um conjunto de serviços culturais, designadamente, as Bibliotecas Municipal e fixa n.º 34 da Fundação Calouste Gulbenkian, um Núcleo de Arqueologia, um Núcleo de Artesanato, um Gabinete de Apoio à Alfabetização e o Instituto Britânico, sendo que, no final desse ano, foi ainda provisoriamente cedida a sala do 3.º piso da casa para instalação da sede da Associação de Dadores de Sangue Benévolos de Fafe.
No seguimento de uma proposta da edilidade datada de 22 de Outubro desse ano, o antigo Palacete da Companhia de Fiação e Tecidos de Fafe foi classificado como imóvel de interesse municipal em Setembro de 1983 pelo Ministério da Cultura, reconhecimento do seu relevante papel sociocultural no contexto contemporâneo local.
Na década de 90, o edifício passaria a albergar o Museu da Imprensa de Fafe, cujo espaço museológico foi inaugurado em 25 de Abril de 1996, tendo como núcleo fundamental o espólio do vetusto semanário republicano O Desforço. Além de uma área oficinal, constituída pelo equipamento necessário à composição e impressão do jornal, o Museu incluía ainda a colecção de outros periódicos locais e diversas gravuras.
Já no inicio do séc. XXI, o metamorfoseado palacete do Museu da Imprensa, viria a ser adquirido no ano de 2008 por um particular à Câmara Municipal de Fafe, readquirindo na actualidade, após uma ampla remodelação, as suas funções originárias de residência.