Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Fundação Nova Era Jean Pina difunde Cruz Vermelha Portuguesa na Diáspora

Ao longo dos anos, as comunidades portuguesas têm demonstrado um enorme espírito de solidariedade, o mais importante valor que nos humanizam e dão sentido à vida, apoiando quer os nossos compatriotas no estrangeiro, assim como os portugueses residentes no território nacional. Um desses exemplos de solidariedade dinamizada no seio da diáspora, é o que tem sido prosseguido desde a segunda década do séc. XXI, pela Fundação Nova Era Jean Pina, constituída nessa época pelo empresário português João Pina, radicado na região de Paris, um dos mais dinâmicos e beneméritos empresários portugueses em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa. Natural do concelho da Guarda, o empresário de sucesso na área da construção civil, administrador do Grupo Pina Jean, sediado nos arredores de Paris, tem incrementado uma notável dinâmica solidária em prol dos mais desvalidos. Alicerçando a missão da Fundação Nova Era Jean Pina, no lema da instituição “Solidariedade em Movimento”, o emigrante guardense tem dinamizado inúmeros projetos de solidariedade para com as pessoas mais desfavorecidas e vulneráveis, como seniores, crianças institucionalizadas e desempregados na pátria de origem e de acolhimento. Ainda no passado dia 24 de novembro, a instituição luso-francesa estabeleceu um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), uma das mais relevantes instituições humanitárias de Portugal, reconhecida pelo seu papel crucial no apoio aos mais vulneráveis e na promoção da dignidade humana, através de uma vasta gama de serviços como emergência, saúde, apoio a idosos, vítimas de violência doméstica e programas sociais. Fundada em 1865, a organização não governamental, voluntária e de interesse público, que atua em conformidade com os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, passa assim a auferir de uma parceria estratégica no seio da Diáspora, porquanto o protocolo assinado com a Fundação Nova Era Jean Pina prevê que a instituição luso-francesa difunda esta cooperação “junto dos seus associados e parceiros da Diáspora”, assim como disponibilize “espaço próprio para eventuais campanhas de divulgação e/ou promocionais da CVP”. Refira-se que, a Fundação Nova Era Jean Pina, compromete-se ainda “a divulgar o Cartão de Saúde da CVP e as suas respetivas regalias junto da Diáspora em diversas regiões do mundo, utilizando para tal os seus meios de comunicação e redes internacionais”. Nesse sentido, a Cruz Vermelha Portuguesa passa a ter na Fundação Nova Era Jean Pina, um parceiro estratégico junto das numerosas comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, por exemplo, na promoção do seu novo Cartão de Saúde, criado com o duplo propósito de facilitar o acesso a cuidados de saúde de qualidade a preços acessíveis e reforçar a missão humanitária da instituição. Este novo cartão, que se assume como um compromisso social, uma forma de promover a prevenção, incentivar hábitos de vida saudáveis e reforçar a proximidade humana que sempre caracterizou a atuação da Cruz Vermelha Portuguesa, foi apresentado no passado dia 24 de novembro, numa cerimónia que decorreu no Palácio do Conde D’Óbidos, em Lisboa. O evento contou com a presença do Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, e da Comissão de Honra do Cartão Saúde, que inclui personalidades como Maria de Belém Roseira, Rosa Mota, Armindo Monteiro, José Bento, Miguel Ribeiro Ferreira, João Silveira, Nazim Ahmad, José Germano de Sousa, Isabel Miguéns e Leonor Chastre. Assim como, do empresário luso-francês João Pina, presidente da Fundação Nova Era Jean Pina, que no decurso da cerimónia assinou o singular protocolo de promoção da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), uma das mais importantes organizações humanitárias em Portugal, na dispersa geografia da Diáspora. A recente parceria estratégica firmada entre a Cruz Vermelha Portuguesa e a Fundação Nova Era Jean Pina, robustecem as palavras do Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, no ocaso do ano transato, aquando do encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa: “A Diáspora Portuguesa é inseparável da nossa história e do nosso soft power. Nós somos portugueses, somos universais e por isso a Diáspora é um fator estratégico essencial para o país pelo impacto artístico, cultural, científico e tecnológico que promove”.

domingo, 23 de novembro de 2025

O lançamento da primeira pedra da nova Casa dos Açores de Hilmar, na Califórnia

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel socioeconómico-cultural na principal potência mundial. Hodiernamente, segundo dados dos últimos censos americanos, residem nos EUA mais de um milhão luso-americanos, sendo que só no estado mais populoso do país, a Califórnia, residem mais de 300 mil, na sua maioria oriundos dos Açores, que trabalham por conta de outrem, na indústria. Embora, sejam muitos, os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais e nas atividades políticas. No seio das numerosas comunidades luso-americanas da Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos EUA, proliferam dezenas de associações recreativas e culturais, meios de comunicação social, clubes desportivos e sociais, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, casas regionais, sociedades de beneficência e religiosas. E inclusive, um espaço museológico que homenageia e perpetua a herança cultural portuguesa na Califórnia, mormente, o Museu Histórico de São José. Ao longo das últimas décadas, umas das associações recreativas e culturais que mais tem contribuído para a dinamização da açorianidade e portugalidade no estado mais populoso dos Estados Unidos, é indubitavelmente a Casa dos Açores de Hilmar, no Vale de San Joaquin, um dos mais tradicionais e relevantes centros da emigração portuguesa na Califórnia. Fundada em 1977, a instituição tem desde a sua génese como objetivos principais, o fortalecimento da identidade e a memória cultural açoriana, em particular, e portuguesa, em geral, através da música, do desporto, da literatura e da recriação de tradições religiosas, como seja o caso, das celebrações do Espírito Santo. No passado dia 20 de novembro, a Casa dos Açores de Hilmar, membro do Conselho Mundial das Casas dos Açores, deu um passo marcante para honrar o passado, celebrar o presente e construir o futuro, através do lançamento da primeira pedra da sua nova sede. Um novo espaço, orçado em vários milhões de dólares, cuja conclusão se encontra prevista para o final do próximo ano, e que funcionará como um moderno centro cultural multifuncional, capaz de acolher festas e uma variedade de atividades culturais, como exposições, concertos, eventos literários, colóquios, programas intergeracionais, encontros sociais ou celebrações comunitárias. Um passo marcante, e concomitantemente, um sinal de esperança no presente e futuro do associativismo luso-californiano, que enfrenta atualmente um desafio complexo, que advém essencialmente do envelhecimento dos seus quadros dirigentes, porquanto nas últimas décadas a América do Norte tornou-se um destino secundário da emigração portuguesa. Um presente e futuro do associativismo luso-californiano, que como na restante América do Norte, deve passar pela diversificação de atividades de animação sociocomunitária, que possam conciliar a cultura tradicional enraizada no movimento associativo, com novas dimensões socioculturais, como o cinema, a literatura, o design, a dança, o teatro, a arte ou a moda, entre outros, de modo a atrair as jovens gerações de lusodescendentes, genuínos impulsionadores da presença portuguesa. Nesse sentido, o lançamento da primeira pedra da nova Casa dos Açores de Hilmar, é uma “pedrada no charco”, um passo seguro no caminho que honra o passado, constrói o presente e assegura o futuro. Paradigmaticamente espelhada, em dois dos rostos mais visíveis da atual instituição, designadamente, o jovem e dinâmico lusodescendente, George Costa Jr., presidente da Casa dos Açores de Hilmar, e o seu vice-presidente, o comendador Manuel Eduardo Vieira, um dos mais proeminentes emigrantes e beneméritos da comunidade portuguesa na Califórnia. Este novo capítulo da profícua história da Casa dos Açores de Hilmar, na Califórnia, sinal de esperança no presente e futuro das comunidades portuguesas na América do Norte, robustece a máxima de Fernando Pessoa, um dos maiores génios poéticos da nossa literatura: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

O potencial empreendedor da diáspora: o exemplo dos irmãos Calçada

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político. Entre as várias trajetórias de portugueses que se distinguem pelo seu papel empreendedor e inovador, e constituem um relevante fator de desenvolvimento do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso dos irmãos Calçada, laboriosos artesãos da relojoaria suíça. Naturais do concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, a odisseia migratória dos irmãos Calçada foi encetada por Paulo, três anos mais velho do que Pedro, que no início da adolescência, em 1985, emigrou para a Suíça, onde já estavam radicados os pais. Um dos principais destinos da emigração portuguesa intraeuropeia, como comprovam os mais de 200 mil lusos que vivem e trabalham no território helvético, essencialmente na hotelaria, restauração, construção civil, indústria manufaturada, serviços de limpeza e agricultura, o emigrante feirense, foi trabalhar para Neuchâtel, capital do cantão suíço homónimo, nas vindimas e pouco tempo depois na construção civil. As condições árduas, e a ambição de melhores condições de vida e oportunidades profissionais, impulsionaram o jovem emigrante no final da década de 1980 a ingressar numa empresa de polimento de peças para relógios, onde em 1992, era já chefe de fábrica. No mesmo período, Pedro Calçada acabaria por seguir as mesmas pisadas do irmão mais velho, rumando na adolescência para a Confederação Suíça, primeiramente para trabalhar nas limpezas, e pouco tempo depois na empresa da área da relojoaria em que o irmão já laborava. As capacidades de trabalho infatigáveis, coligidas no berço familiar, impulsionaram os irmãos Calçada, no alvorecer do séc. XXI, a fundar a sua própria fábrica em Le Locle, uma comuna industrial, situada no cantão de Neuchâtel, perto da fronteira francesa, que alberga afamadas marcas de relógios, como a Mont Blanc, Tissot ou Tag Heuer. E que entre outras marcas helvéticas de renome, contribuem amplamente para que a Suíça seja mundialmente conhecida pela relojoaria de precisão e luxo. Desde então, a fábrica Calçada, em Le Locle, assente num compromisso de máxima qualidade, precisão e dedicação, é um caso de sucesso e geradora de emprego. Na unidade fabril, onde trabalham vários emigrantes portugueses, são polidos diversos componentes metálicos dos relógios, como fechos, braceletes ou caixas dos relógios, assim como acabamentos específicos, como relevos e gravações, para marcas essencialmente helvéticas e do segmento de luxo. Da fábrica Calçada, em Le Locle, saem diariamente à volta de mil caixas polidas, sendo que desde a década de 2010, foi aberta uma filial portuguesa no torrão natal. Nomeadamente em Louredo, povoação de Santa Maria da Feira, onde o investimento em máquinas automatizadas permitiu alavancar um maior volume de produção. Entre a Suíça e Portugal, Pedro e Paulo Calçada, que em 2010 recebeu o Prémio Empreendedorismo Inovador da Diáspora Portuguesa, gerem atualmente duas unidades empresarias com mais de duas centenas de trabalhadores, contribuindo simultaneamente, para o progresso da confederação helvética, uma nação de riqueza e liderança na relojoaria, com o setor a representar um papel crucial na sua economia. Assim como, para o desenvolvimento do território nacional, mormente o concelho de Santa Maria da Feira, detentor de um tecido empresarial diversificado, dinâmico, e com uma importante capacidade de inovação e vocação exportadora. Numa época em que os empreendedores portugueses da diáspora, são reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção e desenvolvimento do país, as trajetórias marcadas pelo arrojo, inovação, mérito e apego às raízes dos irmãos Calçada, corroboram a máxima de Luc de Clapiers, marquês de Vauvenargues: “Uma viva inteligência de nada serve se não estiver ao serviço de um carácter justo; um relógio não é perfeito quando trabalha rápido, mas sim quando trabalha certo”.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Chef José Meirelles: um embaixador da gastronomia portuguesa em Nova Iorque

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político. Nos vários exemplos de empreendedores portugueses da diáspora, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do chef José Meirelles, um genuíno embaixador da gastronomia portuguesa em Nova Iorque, uma das cidades mais icónicas dos Estados Unidos da América e do mundo. Com raízes familiares no Norte de Portugal, entre Amarante e Celorico de Basto, José Meirelles desde pequeno mostrou paixão pela cozinha e pelos alimentos. De tal modo, que na década de 1980, após especializar-se em administração e exercido funções no sector bancário em Portugal, emigrou para os Estados Unidos, com a mulher, onde frequentou, em 1987, o French Culinary Institute, em Nova Iorque. Presentemente, designado The International Culinary Center, assume-se como uma das principais escolas de culinária dos Estados Unidos, e a nível mundial, dada a sua combinação de técnicas tradicionais francesas, inventividade americana e corpo docente de excelência. É no decurso dessa formação intensiva, e após enriquecedoras experiências profissionais nos conceituados restaurantes noviorquinos La Réserve e Maxim's, que José Meirelles, em conjunto com os chefs Philippe Lajaunie e Jean-Michel Diot, abriu em 1990 o Les Halles, em Park Avenue, uma via norte-sul nos distritos de Manhattan e Bronx, na cidade de Nova Iorque. Um típico restaurante parisiense que servia pratos frescos e simples da culinária francesa, famoso pelas suas batatas fritas, e pelo facto, de lá ter trabalhado, no final dos anos 90, o chef de cozinha, autor, apresentador de televisão e contador de histórias, Anthony Bourdain (1956-2018). Foi o empresário e chef José Meireles, antigo patrão de Anthony Bourdain, que o contratou nessa altura como chef executivo do Les Halles, e que serviu de catalisador e base, em 2001, para o seu livro de enorme sucesso “Cozinha Confidencial - Aventuras no Submundo”. Foi com o empresário e amigo chef José Meireles, que o saudoso chefe norte-americano Anthony Bourdain, conhecido pelo estilo irreverente, aprendeu a saborear a comida portuguesa, e no início do ano de 2017, regressou a Celorico de Basto, terra natal do emigrante português, onde esteve no restaurante Sabores da Quinta, de um primo de José Meirelles, para assistir à tradicional “Matança do porco” e degustar algumas das iguarias locais. Com um currículo invejável, o empresário e chef José Meirelles, um dos rostos mais visíveis da gastronomia luso-americana, portador de um estilo culinário assente na qualidade, ousadia e honestidade, conhecido por incorporar frequentemente toques portugueses nos seus pratos, já abriu vários restaurantes em diferentes cidades norte-americanas. Hodiernamente, detém unicamente o Le Marais, um restaurante kosher, ou seja, que respeita os preceitos do judaísmo, muito perto de Times Square e da Broadway, na “Big Apple”. Um restaurante, que desde 1995, se destaca pela cozinha francesa, nunca olvidando as raízes do empresário e chef luso-americano, e onde se comem alguns dos melhores bifes e hambúrgueres de Nova Ioque. Um espaço gastronómico de eleição, por onde ao longos dos últimos anos, têm passado figuras conhecidas do mundo dos negócios, cinema e moda, como Roman Abramovich, Aaron Eckhart, Cindy Crawford, Luci Liu ou Mark Wahlberg. O sucesso e qualidade superior do restaurante kosher Le Marais, de José Meirelles, pode ser aferido pelo artigo “The Portuguese Catholic who serves French cuisine to New York’s Jews”, que o jornal “The Times of Israel”, escreveu em 2006. Neste, a publicação israelita multilíngue assevera, “Há mais de 20 anos que José Meirelles é proprietário e gere a steakhouse Le Marais — que recebeu o nome do bairro judeu de Paris — e a procura nunca foi tão elevada”, atualmente “o Le Marais é o restaurante kosher mais rentável da cidade de Nova Iorque”. Uma das figurais mais conhecidas da comunidade luso-americana em Nova Iorque, o exemplo inspirador e de sucesso do empresário e chef português José Meirelles, encontra-se vertido numa das principais máximas de Confúcio: “Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores”.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Paris recebe apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”

No dia 15 de novembro (sábado), é apresentado em Paris, capital de França, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”. A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 17h30, na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris. A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo de João Costa Ferreira, Diretor da Casa de Portugal da Cité Internationale Universitaire de Paris.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário profusamente ilustrado, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo.
A sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, aberta à comunidade, constitui um reconhecimento à comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa, e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês, rondando um milhão de pessoas. Refira-se que a sessão de apresentação na Casa de Portugal André de Gouveia, um espaço incontornável, em Paris, na promoção da cultura e língua portuguesa, servindo como residência para estudantes, investigadores e artistas portugueses, inclui uma prova de vinho verde, promovida pelos Vinhos Norte, um dos maiores produtores nacionais de vinho verde que procura aliar a tradição de fazer vinho com a inovação no sector. No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Idalmiro da Rosa: um fautor da portugalidade em San Diego

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo. Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura lusa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso notável de Idalmiro da Rosa em prol da portugalidade em San Diego, cidade dos Estados Unidos da América, localizada no sul do estado da Califórnia. Natural de São Roque, vila açoriana da ilha do Pico, onde nasceu em 1954, e viveu durante os seus primeiros dez anos, entre o Farol da Manhenha, na Piedade, e o Cais do Pico, até emigrar em 1967 para San Diego, a segunda cidade mais populosa da Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos Estados Unidos da América. A chegada do jovem picaroto a San Diego, ocorreu na senda migratória do núcleo familiar. O pai era faroleiro na segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores e sócio em três barcos, ainda que quando se tenha radicado em San Diego, a ideia fosse trabalhar no estaleiro onde se construíam atuneiros, acabou por oportunidade financeira, a labutar no mar, onde chegou a ser engenheiro maquinista com o irmão. O percurso paterno, que forjou indelevelmente a têmpera de Idalmiro da Rosa, evidencia o contributo coletivo de várias famílias portuguesas, essencialmente oriundas das ilhas dos Açores e da Madeira, que na centúria passada estabeleceram-se na Baía de San Diego, e desempenharam um papel decisivo no desenvolvimento da indústria do atum, e na afirmação de San Diego no decurso do séc. XX, como a capital mundial do atum. O jovem picaroto chegou a trabalhar nos estaleiros, mas nunca se afastando dos estudos. Frequentou a escola primária católica de Saint Agnes, nos anos 70 o Point Loma High School, e na mesma década adquiriu no San Diego Mesa College, o diploma de “Associate Arts”, em Arquitetura. No alvorecer dos anos 80, completou o bacharelato em Engenharia Mecânica, na California Polythenic State University, em San Luis Obispo, encetando um percurso socioprofissional fulgurante de engenheiro. Primeiro como gerente da companhia Enercor Inc., sendo que ainda na década de 1980 iniciou a empresa Da Rosa Design, especializada em arquitetura e engenharia mecânica. E no clarear do séc. XXI, na Câmara Municipal de San Diego, gerindo projetos de engenharia e construção relacionados com Estações de Tratamento de Águas Residuais. Concomitantemente, o emigrante açoriano estabeleceu um profundo comprometimento com a comunidade portuguesa em San Diego, atualmente constituída por cerca de 20 mil luso-americanos, desempenhado um trabalho cultural fundamental na preservação da herança cultural e histórica entre Portugal e San Diego. Assim evidencia o seu envolvimento comunitário, ao longo das últimas décadas, na Aliança Açoreana, no Centro Histórico Português, no Península Youth Soccer League, no grupo coral português de Saint Agnes, no Festival Cabrillo, no Portuguese American Social & Civic Club, ou no United Portuguese Sociedade Espírito Santo, Inc., (UPSES), o coração da comunidade portuguesa em San Diego, onde se localiza a Avenida de Portugal e o museu do Centro Histórico Português. Desde 2017, o líder comunitário com raízes açorianas, desempenha as funções de Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, exercendo assim serviços, não renumerados, de defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos do Estado Português e dos seus nacionais na segunda cidade mais populosa da Califórnia e a oitava mais populosa dos Estados Unidos. O reiterado orgulho que nutre pelas suas raízes, tem levado ao longo dos anos o engenheiro luso-americano a alavancar a construção de pontes de cooperação entre a sua pátria de origem e de acolhimento. Por exemplo, ainda este verão, o Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, foi recebido pelo presidente e a vice-presidente da Câmara Municipal de São Roque do Pico, num encontro que teve como objetivo reforçar os laços entre o concelho picoense e a comunidade portuguesa residente na Califórnia. Assim como, estreitar as relações com a diáspora açoriana, aprofundar a cooperação em áreas como a promoção cultural, o turismo e a valorização das tradições locais junto das comunidades emigrantes. Uma das figuras mais consideradas e respeitadas da comunidade portuguesa em San Diego, na Califórnia, o esforço e dedicação desprendida do engenheiro Idalmiro da Rosa, fautor da portugalidade que não olvida as suas raízes, inspira-nos a máxima do antigo presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy: “Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela”.

domingo, 12 de outubro de 2025

Historiador da diáspora Daniel Bastos reuniu com a Cônsul-Geral de Portugal em Paris

No passado dia 10 de outubro (sexta-feira), o historiador da diáspora Daniel Bastos, a convite da Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa, reuniu na capital francesa com a diplomata de um dos maiores consulados de Portugal no estrangeiro.
No decurso da reunião, foi abordado o percurso do professor, historiador e escritor, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, que ao longo dos últimos tem concebido vários trabalhos no campo da história da emigração portuguesa. Assim como, a dinâmica da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês, rondando um milhão de pessoas. Nomeadamente, o empreendedorismo, o movimento associativo e a solidariedade, como é o caso da Fundação Nova Era Jean Pina, da qual o historiador é embaixador junto da diáspora, e cujo presidente, o empresário português radicado na região parisiense, João Pina, marcou presença na reunião de trabalho. Refira-se ainda, que no dia 15 de novembro (sábado), o historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, apresenta às 17h30 na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”. A sessão de apresentação da obra em Paris, aberta á comunidade luso-francesa, constituirá um reconhecimento ao contributo fundamental dos emigrantes portugueses no desenvolvimento da França e de Portugal.