Morgado de Fafe
O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Comunidade portuguesa em Toronto recebeu apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
No passado sábado (28 de junho), a comunidade luso-canadiana em Toronto, recebeu a apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador fafense Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na Peach Gallery, localizada na College Street, em Toronto.
A sessão de apresentação que encheu um dos espaços culturais de referência da comunidade luso-canadiana de emigrantes, lusodescendentes, líderes comunitários, dirigentes associativos, órgãos de comunicação social da diáspora e contou com a presença do deputado federal canadiano, Peter Fonseca, da Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, e da Vice-Cônsul do Consulado-Geral de Angola em Toronto, Albertina Cassule. Esteve a cargo do presidente da MDC Media Group, comendador Manuel DaCosta, que enalteceu “um livro que preserva a história dos emigrantes portugueses”. Segundo o mesmo, a apresentação desta história ilustrada da diáspora, no decurso “do Mês do Património Português em Toronto, constitui um tributo à comunidade portuguesa no Canadá”.
Este novo livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, e realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo fotógrafo Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal continental e insular, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora, como é o caso da emigração portuguesa para o Canadá.
Refira-se que no decurso da sessão, ambos os representantes diplomáticos e políticos presentes na sessão, destacaram publicamente a importância da cultura, língua portuguesa e da lusofonia. Tendo o deputado federal Peter Fonseca, em nome do Governo e do primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, distinguido com um certificado da Câmara dos Comuns do Canadá, o comendador Manuel DaCosta, o historiador Daniel Bastos e o fotógrafo Luís Carvalhido, em reconhecimento do contributo da sessão e do livro em prol da dinamização da história da comunidade luso-canadiana, uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte.
Assim como, que a totalidade das receitas da venda dos livros reverteram a favor da Magellan Community Foundation, uma instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para seniores de expressão portuguesa. E que, ao longo do ano estão previstas mais sessões de apresentação da obra nas comunidades portuguesas e no território nacional.
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade
Nos últimos anos o panorama literário sobre o fenómeno migratório tem sido profusamente enriquecido com um conjunto expressivo de obras de escritores nacionais ou lusodescendentes residentes no estrangeiro, que através do mundo dos livros têm dado um importante contributo para o conhecimento de múltiplas dimensões da realidade emigratória portuguesa.
Entre essas obras, avultam trabalhos de autoras nacionais ou lusodescendentes, dedicadas às mundividências femininas no contexto migratório, umas das dimensões da emigração portuguesa que por via destes contributos literários começa a ser mais conhecida, estudada e valorizada.
Um dos exemplos mais recentes, que asseveram a importância destas obras no campo da mundividência da emigração, mas também da criação literária, até porque como destaca a investigadora Ana Paula Coutinho, conquanto “seja já vasta a bibliografia produzida por nacionais e estrangeiros sobre a emigração portuguesa, a sua dimensão cultural e literária tem sido utilizada, quando muito, enquanto documento de leitura sociológica ou antropológica, mas pouco explorada, desde logo em termos criativos e, consequentemente a nível da crítica literária”, encontra-se vertido no livro Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade.
O livro recentemente dado à estampa, é um contributo da Editora Alma Letra, proficientemente organizado pela professora Aida Baptista, que nos últimos anos de docência desempenhou o cargo de Leitora de Língua e Cultura Portuguesas no Estrangeiro, ao serviço do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP) e do Instituto Camões (IC), presentemente vice-presidente da Direção da Associação Mulher Migrante – AMM. E por Joaquina Pires, antiga Conselheira em Desenvolvimento Comunitário e Relações Interculturais na Câmara Municipal de Montreal, e autora do livro Empreintes Portugaises (Marcas Portuguesas), publicado aquando dos 70 anos da emigração portuguesa para o Canadá.
Como salienta Maria da Graça Sousa Guedes, Presidente da Direção da Associação Mulher Emigrante, na mensagem que integra a obra, Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade, são “histórias de vida de 40 mulheres que nos dão a conhecer os seus percursos, que se cruzaram nos caminhos da nossa diáspora, na procura de outros horizontes no imenso Canadá e, especificamente, no Quebeque, com as suas particularidades culturais e linguísticas. Caminhos difíceis e sinuosos, que estas mulheres guerreiras percorreram no seu processo de aculturação em busca de um merecido empoderamento. E venceram!”.
Neste sentido, esta obra, já apresentada em Montreal, na Associação Portuguesa do Canadá (APC), e em Espinho, na Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, encorpada por quatro dezenas de testemunhos sobre percursos de vida de mulheres luso-canadianas, não deixando de contribuir para o fomento da criação literária. Representa, concomitantemente, um relevante contributo para o conhecimento do fenómeno migratório, em particular ao nível da dimensão feminina, de uma das mais relevantes comunidades portuguesas na América do Norte, que se destaca pela dinâmica da sua atividade associativa, económica e sociopolítica, e cujas raízes remontam aos anos 50.
Constitui, um tributo às mulheres emigrantes portuguesas e lusodescendentes no Quebeque, a segunda província mais populosa do Canadá, depois do Ontário, onde se estima que vivam mais de 60.000 pessoas com ascendência lusa. Retratando, em primeira pessoa, histórias de coragem, resiliência e afirmação que cruzam gerações e geografias. Embora centradas numa realidade específica, estas vivências transcendem fronteiras, refletindo lutas universais por autonomia, liberdade e pertença. É, acima de tudo, uma singela e despretensiosa homenagem à força feminina, ao poder de reescrever destinos e à construção de identidades híbridas que mantêm viva a ligação às raízes.
Numa época em que a diáspora portuguesa está a ser cada vez mais valorizada, tanto no país como no estrangeiro, e que a nível literário há mais portugueses a ler, sobretudo entre os mais jovens, ainda no ano passado um estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), apontava que
sete em cada 10 portugueses (73%) disseram ter hábitos de leitura e que leem, em média, 5,6 livros por ano, continuando o papel a ser o formato preferido de 93% dos portugueses para ler, mas 17% leem já livros em formato digital. A obra Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade, enquanto repositório de um conjunto diverso de experiências e narrativas vivenciadas por mulheres luso-canadianas, assume-se como um importante contributo no alumiamento da componente feminina no fenómeno migratório, que vai ao encontro do anelo de Lygia Fagundes Telles, uma das mais importantes ficcionistas da literatura brasileira: “Sempre fomos o que os homens disseram que nós éramos. Agora somos nós que vamos dizer o que somos”.
domingo, 15 de junho de 2025
Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado na comunidade portuguesa em Toronto
No próximo dia 28 de junho (sábado), é apresentado na comunidade luso-canadiana em Toronto, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 10h00, na Peach Gallery, localizada na 722 College Street, Toronto.
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, que percorre todos os distritos de Portugal continental, e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi concebido pelo historiador da diáspora Daniel Bastos (dir.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (esq.).
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do presidente da MDC Media Group, comendador Manuel DaCosta.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, desvenda as motivações subjacentes à partida e aos destinos, celebra figuras gradas das comunidades, evidencia objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da diáspora, como é o caso da emigração portuguesa para o Canadá.
A sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da diáspora, que é aberta à comunidade, e se integra nos eventos comemorativos do Mês do Património Português em Toronto, celebrado ao longo de junho, constitui assim um tributo à comunidade portuguesa no Canadá, uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Refira-se que a edição da obra se deveu em grande parte ao mecenato de empresas que partilham uma visão de responsabilidade social e um papel de apoio à cultura, em particular, do grupo empresarial do comendador luso-canadiano Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto. E que, a totalidade das receitas da venda dos livros na sessão reverte a favor da Magellan Community Foundation, uma instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para idosos de expressão portuguesa.
Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado no Porto
No passado sábado (14 de junho) foi apresentado no Porto o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na livraria Unicepe.
Mesa da sessão de apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante” (Da esq. para dir.: o fotógrafo Luís Carvalhido,
o historiador Daniel Bastos, o jornalista e escritor Mário Augusto, e o tradutor Paulo Teixeira) – ©José Pedro Fernandes
A sessão de apresentação, na Cooperativa livreira de estudantes do Porto, esteve a cargo do jornalista de cinema, apresentador de televisão e escritor, Mário Augusto, que assegurou que esta obra pioneira presta uma justa homenagem aos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo.
Refira-se que este novo livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, evidencia as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades. Assim como, objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração, como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
Uma obra realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, que ao assumir-se como uma história concisa e ilustrada da diáspora, presta tributo aos milhões de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo, e quais protagonistas anónimos da história nacional e mundial, têm dado um contributo fundamental no desenvolvimento das suas terras de origem e de acolhimento.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
Manuel DaCosta: um ícone da emigração portuguesa no Canadá
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empresários da diáspora, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do comendador Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto.
Natural de Castelo do Neiva, concelho de Viana do Castelo, Manuel DaCosta emigrou para o Canadá em 1970, com 14 anos de idade, na companhia da mãe e dos irmãos, ao encontro da figura paterna que emigrara três anos antes em demanda de melhores condições de vida para uma família humilde e numerosa de pescadores-lavradores, marcada pelo espectro de grandes carências, na esteira da larga maioria da população que durante a ditadura portuguesa vivia na pobreza, quando não na miséria.
A chegada a Toronto, a maior cidade do Canadá, numa fase de crescimento da emigração lusa para o território da América do Norte, marca o início de um percurso de vida de um verdadeiro “self-made man”. O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no exemplo diário da mãe, transformaram o jovem castelense, que começou a trabalhar na colheita do tomate em Wallaceburg e anos mais tarde frequentou a Ryerson Polytechnical Institute, universidade onde se formou em arquitetura e aprendeu muitos dos alicerces que lhe permitiram progredir profissionalmente, num dos mais proeminentes empresários portugueses na área da engenharia de construção na província do Ontário.
Empresário multifacetado, com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, premissas que estão na base das insígnias do grau de comendador que lhe foram atribuídas pelas autoridades portuguesas, Manuel DaCosta dirige presentemente uma das mais importantes empresas de comunicação social luso-canadianas. Designadamente, a MDC Media Group, que incorpora órgãos de informação como a Camões Radio & TV, o jornal Milénio Stadium, as revistas Amar e Luso Life, e que desde a sua génese se tem posicionado como uma plataforma de inovação e informação ao serviço da comunidade lusófona no Canadá.
O sucesso que alcançou ao longo das últimas décadas no mundo dos negócios, tem sido constantemente acompanhado de um generoso apoio a projetos emblemáticos da comunidade portuguesa em Toronto, a quem devota uma forte preocupação com o conhecimento do seu passado, os desafios do seu presente e a sua futura matriz cultural e identitária. Como é o caso atualmente, da Magellen Community Charities, instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para idosos de expressão portuguesa.
Ainda em 2019, no âmbito das comemorações do 171.º aniversário de elevação de Viana do Castelo a cidade, o município alto-minhoto distinguiu Manuel DaCosta com o título de “Cidadão de Honra de Viana do Castelo” pelos notáveis serviços de cidadania e relevantes serviços na diáspora e no torrão natal, enquanto empresário e promotor da cultura portuguesa.
Nunca abdicando da coragem, frontalidade e audácia de pensar, dizer e fazer, o comendador Manuel DaCosta, é entre muitas outras iniciativas, fautor da Galeria dos Pioneiros Portugueses, um espaço museológico singular em Toronto que se dedica à perpetuação da memória e das histórias dos pioneiros da emigração portuguesa para o Canadá.
Assim como, do Portuguese Canadian Walk of Fame, que anualmente laureia portugueses que se têm destacado no território canadiano. No decurso da cerimónia deste ano, que decorreu no alvorecer do mês de junho, e onde foram homenageados Albino Fernandes da Silva, empresário cultural e proprietário do restaurante Chiado; Maria Barcelos, diretora executiva da organização The Gatehouse; José Eustáquio, presidente da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário (ACAPO); e o First Portuguese Canadian Cultural Centre. Destacou-se também, a justa e merecida homenagem surpresa a Manuel DaCosta, um incontornável ícone da emigração portuguesa no Canadá, cuja dedicação, nas palavras dos diretores do Portuguese Canadian Walk of Fame, “ao longo de muitos anos, especialmente em tempos difíceis como a pandemia, demonstra a sua persistência e compromisso com a comunidade”.
domingo, 1 de junho de 2025
Arthur Machado: um empreendedor de referência da comunidade luso-francesa
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de Arthur Machado.
Com raízes no concelho de Leiria, onde nasceu em 1966, no antigo Hospital D. Manuel de Aguiar, no seio de uma família humilde, originária de Vale Maior, uma pequena povoação encaixada entre Santa Catarina da Serra e Chainça, Arthur Machado partiu ainda nos anos 60 com a família para França. Mormente para Saint-Maur-des-Fossés, uma comuna a sudeste de Paris, que foi o porto de abrigo e de esperança para uma família que, na esteira de milhares de portugueses, procurava na pátria gaulesa melhores condições de vida
Revelando desde muito cedo uma personalidade abnegada e laboriosa, valores coligidos no seio familiar, e alcançando inclusive uma trajetória de formação na área de engenharia, foi a partir do final dos anos de 90, que o leiriense se tornou uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa.
Para tal, em muito contribuiu a criação em 1995 da CentralPose, que desde o alvorecer do séc. XXI e até aos dias de hoje, sob a gestão e visão de Arthur Machado, se assume como uma das principais empresas em França, no setor das pavimentações e revestimentos.
Empregando cerca de um milhar de trabalhadores, muitos dos quais portugueses, a empresa de obras públicas liderada por Arthur Machado tem estado, ao longo dos últimos anos, ligada a obras emblemáticas em França. Como seja o caso, do Stade de France, a requalificação de La Place de la République, ou os Les Invalides, um dos monumentos mais importantes de Paris.
Mais recentemente, a CentralPose de Arthur Machado deixou a sua assinatura no restauro da Catedral de Notre Dame, em Paris, que em 2024, cinco anos depois do incêndio que devastou este símbolo maior da história francesa e do Ocidente, renasceu das cinzas e reabriu ao público. Com efeito, foi a empresa liderada pelo franco-português, que refez o adro deste monumento icónico, assentando cerca de 5 mil metros de pavimento, num projeto concebido também por um engenheiro nacional e calceteiros lusos que trabalharam nesta obra cerca de um ano.
O sucesso que o presidente do Conselho de Administração da CentralPose alcançou nas últimas décadas, tem sido estreitado por uma forte ligação à comunidade portuguesa em França. Como evidencia, por exemplo, o facto de já ter liderado e ser um dos patrocinadores oficiais do Lusitanos Saint-Maur, um clube de futebol fundado na década de 1960, por portugueses nos subúrbios de Paris, e que tem marcado várias gerações de emigrantes lusos em França.
A dimensão benemérita do engenheiro natural de Leiria, há muitos anos radicado em França, sobressai ainda nos apoios constantes que oferta ao Rotary International, uma associação de clubes de serviços cujo objetivo declarado é unir voluntários a fim de prestar serviços humanitários e promover valores éticos. Assim como, à Fondation pour la Recherche Médicale (FRM), uma organização francesa no campo da investigação médica, que incide o seu raio de ação em doenças como o cancro, doenças cardiovasculares, doenças infeciosas, e doenças neurológicas e psiquiátricas.
Uma das figuras mais gradas da comunidade portuguesa em França, o exemplo de vida do empreendedor e benemérito Arthur Machado, foram no passado dia 22 de maio, distinguidas no Dia do Município de Leiria, que atribuiu na sessão solene do feriado concelhio, ao ilustre filho da terra, a Medalha de Prata da Câmara Municipal. Nos fundamentos da justa e merecida distinção, releva-se: “O justo reconhecimento público (…) afigura-se, também, como um estímulo para que a excelência (…) possa inspirar e impelir, pelo exemplo, a que outros a repitam e, até, excedam tais atos ou desempenhos de excecional mérito”.
sábado, 31 de maio de 2025
Porto recebe apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
No próximo dia 14 de junho (sábado), é apresentado no Porto o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 16h00, na livraria Unicepe.
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, que percorre todos os distritos de Portugal continental, e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi concebido pelo historiador da diáspora Daniel Bastos (dir.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (centro), e traduzido (português e inglês) por Paulo Teixeira (esq.)
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da primeira mulher antropóloga portuguesa, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do jornalista de cinema, apresentador de televisão e escritor, Mário Augusto.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
A sessão de apresentação, que é aberta à comunidade, e se integra nos eventos comemorativos do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na capital da região Norte, um território fortemente marcado pela emigração, constitui uma homenagem aos milhares de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo.
Refira-se que nesta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, recentemente apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa, são evidenciadas as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração. Como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”.
Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Com vários livros publicados no campo da história da emigração portuguesa, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades lusas, o percurso do historiador e escritor Daniel Bastos, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, tem sido alicerçado no seio da diáspora.
Professor e formador, Luís Carvalhido tem participado em várias exposições individuais e coletivas, assim como em concursos de fotografia aquém e além-fronteiras. É autor de diversas obras, onde mais do que captar imagens, expressa e exterioriza sentimentos através da fotografia.
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