Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Livro sobre Gérald Bloncourt e o nascimento da democracia portuguesa apresentado em Lisboa


No próximo dia 16 de abril (terça-feira), é apresentada em Lisboa a obra Gérald Bloncourt – Dias de Liberdade em Portugal”.

O livro, concebido pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio singular de Gérald Bloncourt, um dos grandes nomes da fotografia humanista recentemente falecido em Paris, é apresentado às 18h00 na Associação 25 de Abril. 

O historiador Daniel Bastos (ao centro) foi em 2015 o responsável pela realização do livro de Gérald Bloncourt (dir.) “O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”, que retrata a emigração portuguesa para França nos anos 60 e 70, e que contou com prefácio de Eduardo Lourenço e tradução de Paulo Teixeira (esq.)


A apresentação da obra, uma edição trilingue (português, francês e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do coronel Vasco Lourenço, estará a cargo do militar de abril e presidente da Direção da Associação 25 de Abril.


Neste novo livro, realizado com o apoio da Associação 25 de Abril, uma das instituições de referência do Portugal democrático, Daniel Bastos revela uma parte pouco conhecida do espólio de Gérald Bloncourt, afamado fotógrafo que imortalizou a emigração portuguesa em França nos anos 60 e 70, mas que foi também um espectador privilegiado da explosão de liberdade que tomou conta do país após a Revolução de 25 de Abril de 1974. 



Através de imagens até aqui praticamente inéditas, o investigador cujo percurso tem sido alicerçado no seio da Lusofonia, aborda factos históricos que medeiam a Revolução dos Cravos e a celebração do Dia do Trabalhador na capital portuguesa. Designadamente, a chegada do histórico líder comunista Álvaro Cunhal ao Aeroporto de Lisboa, a emoção do reencontro de presos políticos e exilados com as suas famílias, o caráter pacífico e libertador da Revolução de Abril, e as celebrações efusivas do 1.º de Maio de 1974, a maior manifestação popular da história portuguesa.

A publicação da obra, que contou com a colaboração de Isabelle Bloncourt, e é ainda enriquecida com memórias e testemunhos do fotojornalista franco-haitiano, representa cerca de meio século após a Revolução de Abril um novo contributo e oportunidade para revisitar a génese da democracia portuguesa. Assim como, um dever de memória e um contributo cívico que procura dar vida à democracia através da importância da história na compreensão do presente e na construção do futuro.

Segundo Vasco Lourenço, este livro ilustrado pela lente humanista de Bloncourt, fotógrafo que em 2016 foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, constitui uma viagem ao “tempo dos sonhos cheios de esperança, da afirmação da cidadania, da construção de uma sociedade mais livre e mais justa, do fim e do regresso de uma guerra sem sentido com a ajuda ao nascimento de novos países independentes, onde a língua portuguesa continuou a ser o principal factor congregador”.


Refira-se que a edição da obra deveu-se em grande parte ao mecenato de empresas da diáspora, que partilham uma visão de responsabilidade social e um papel de apoio à cultura, e que ao longo do ano estão agendadas várias sessões de apresentação do livro no território nacional e junto das comunidades portuguesas no mundo.


 


segunda-feira, 25 de março de 2019

Daniel Bastos nomeado “Português de Valor 2019” na comunidade portuguesa em França


No âmbito da 9.ª edição do prémio "Portugueses de Valor", uma iniciativa organizada pela revista da diáspora Lusopress, um relevante meio de comunicação social da comunidade portuguesa em França, o escritor, historiador natural de Fafe, Daniel Bastos, cujo percurso tem sido alicerçado no seio da Lusofonia, foi nomeado como um dos “Portugueses de Valor 2019”.

Daniel Bastos

A iniciativa, que tem o Alto Patrocínio do Presidente da República, demanda valorizar anualmente 100 portugueses que se encontram espalhados pelo mundo, e cujo percurso profissional, pessoal ou associativo se tem destacado em prol das comunidades portuguesas.

Refira-se ainda, que nos dias 24, 25 e 26 de maio, será realizada na cidade de Faro uma gala que vai premiar seis portugueses de França, dois do resto do mundo e dois de Portugal, a partir da seleção de cem pessoas, que levam o nome de Portugal mais longe, no campo cultural, empresarial, associativo e solidário, e cujas histórias vão ser reunidas no livro "Portugueses de Valor 2019".

 

domingo, 24 de março de 2019

A comunidade portuguesa na Austrália


No decurso do presente mês de março, o operador de serviço público de Rádio e Televisão de Portugal dedicou uma especial atenção à comunidade portuguesa na Austrália, através da realização de uma emissão, a partir do bairro mais de português de Sidney, o bairro de Petersham, onde se realiza anualmente o Festival do Bairro Português, ponto de reunião para milhares de portugueses e de outras comunidades desejosas de conviver com a cultura e tradições lusas.

Desde logo, é de enaltecer por parte do canal de televisão público, a realização de uma emissão dirigida às comunidades portuguesas. Porque, embora se enquadre no âmbito da missão da estação pública ao nível do reforço da coesão e identidade nacionais, a realização destas emissões são fundamentais para o esforço de aproximação às comunidades portuguesas, um dos mais importantes ativos estratégicos da política externa lusa. Sendo, nesse sentido, fundamental que as mesmas continuem a cobrir outras relevantes iniciativas socioculturais dinamizadas pelas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.  

No caso concreto do maior festival português realizado no continente-ilha, situado no hemisfério sul, na Oceânia, o programa televisivo teve o condão de desvendar uma comunidade luso-australiana, cujas raízes remontam à segunda metade do séc. XX com a chegada de um grupo de emigrantes da Ilha da Madeira à cidade portuária de Freemantle, perfeitamente estabilizada, integrada e organizada.
De facto, apesar de pequena, dados oficiais apontam para que vivam atualmente pouco mais de 55 mil portugueses na Austrália, a comunidade lusa encontra-se disseminada por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney, onde é possível encontrar centros culturais e recreativos, restaurantes e bairros onde se pode falar exclusivamente a língua de Camões.

A abertura em 1997 do Museu Etnográfico Português em Sydney, e a realização desde 2002 do maior festival português, o Bairro Português Petersham Food & Wine Fair organizado anualmente pela câmara de Marrickville, evidenciam o orgulho na herança e raízes da comunidade luso-australiana. Assim como, a influência que a mesma tem exercido na Austrália, uma das economias mais desenvolvidas do mundo, ao longo das últimas décadas em áreas de atividade como a gastronomia e a restauração.