Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Mapril Batista: um emigrante empreendedor de referência na comunidade portuguesa em França

 

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.

Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do comendador Mapril Batista.

Natural do Bombarral, distrito de Leiria, Mapril Batista partiu para França em 1963, com seis anos de idade, na companhia da mãe e do irmão mais velho, ao encontro da figura paterna que emigrara a “salto” em demanda de melhores condições de vida para uma família humilde, na esteira da larga maioria da população que durante a ditadura portuguesa vivia na pobreza.

Revelando desde muito cedo um espírito empreendedor, assim como uma personalidade abnegada e profundamente comprometida com o trabalho, o jovem bombarralense iniciou na década de 70 um trajeto socioprofissional que o catapultou para um dos empresários de referência da comunidade portuguesa em França.

Em 1976, após ter andado na escola até aos 16 anos, e tendo trabalhado numa companhia a montar telefones e noutra firma como chefe de equipa de pedreiros, Mapril Batista entrou numa empresa como motorista de ambulâncias. Nesse mesmo ano, casou com Maria de Lurdes Carruço, grande suporte e companheira de vida, e rapidamente redimensionou o modo de funcionamento da empresa, experiência que o impulsionou no final dessa década a lançar-se por conta própria nos serviços de transporte de doentes.

A sua notável capacidade empreendedora contribuiu para que nos anos 90 chegasse a ter 17 firmas, três centenas de funcionários e mais de 300 ambulâncias a circular nas estradas gaulesas, consolidando-se nesse período como um profissional de referência nos transportes sanitários em França.

Empresário multifacetado, com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, premissas que estão na base do prémio COTEC Portugal, que recebeu em 2013 das mãos do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Assim como, das insígnias da Ordem de Mérito, grau de Comendador, que lhe foram atribuídas pelas autoridades portuguesas em 2018, Mapril Batista fundou no alvorecer do séc. XXI a “Les Dauphins”.

 Uma empresa de fabrico e venda de ambulâncias adaptadas, que transaciona atualmente mais de mil veículos por ano e colocou já nas estradas gaulesas mais de 10 mil viaturas, com a particularidade, das viaturas serem todas fabricadas em Portugal. Contexto que concorre indelevelmente para que Mapril Batista seja conhecido como o “rei das ambulâncias”.

O sucesso que o emigrante bombarralense alcançou ao longo das últimas décadas, tem sido acompanhado de um apoio constante à comunidade luso-francesa. Destacando-se, entre outros, o seu relevante trabalho em campanhas solidárias dinamizadas no Lions Club de Montfermeil Coubron, e na Academia do Bacalhau de Paris. O seu papel cívico e político enquanto vereador e conselheiro na Câmara Municipal de Pomponne, comuna francesa localizada na região administrativa da Île-de-France, no departamento Sena e Marne. E a liderança, nos anos mais recentes, do Lusitanos de Saint-Maur, uma equipa de futebol dos arredores de Paris, representativa da comunidade portuguesa em França.

Entre os aspetos mais proeminentes do comendador Mapril Batista, um homem sempre ligado à família, sobressai ainda na sua dimensão benemérita, o profundo apego às suas raízes. Ainda no ocaso do ano de 2021, a delegação da Lourinhã da Cruz Vermelha Portuguesa foi contemplada, pelo empresário da “Les Dauphins”, com um VDTD - Veículo Destinado ao Transporte de Doentes não-urgentes. Não por acaso, Mapril Batista foi já distinguido pelos Municípios da Lourinhã e da Figueira da Foz, com as respetivas Medalhas da Cidade, como forma de reconhecimento pelo altruísmo e constante generosidade em prol destas populações.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa, o exemplo de vida do emigrante empreendedor e benemérito Mapril Batista, inspira-nos a máxima do filósofo Albert Schweitzer: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros – é a única”.

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 18 de julho de 2023

Suíça acolheu três exposições de Orlando Pompeu

 

Entre os passados meses de maio e junho, o mestre-pintor Orlando Pompeu, detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Dubai e Japão, inaugurou três exposições individuais de obras de arte na Suíça.

 

No âmbito da sua presença no território helvético, Orlando Pompeu inaugurou no decurso do mês de maio, na Galeria Nova, na Fundação Pro Ronco, em Ascona, no Cantão de Ticino; e no dia 18 de maio, no Hotel Casa Berno, junto ao lago alpino Maggiore, duas coleções expressivas de aquarelas sobre papel num estilo pictórico heterogéneo, criativo e contemporâneo.

 

Já em junho, Orlando Pompeu inaugurou na Galeria 111, uma galeria de arte na cidade de Zurique, um conjunto significativo de obras conceptuais, reveladoras da notável criatividade e talento de um dos mais conceituados artistas plásticos portugueses da atualidade.

Orlando Pompeu, na inauguração da exposição na Galeria 111, acompanhado de Gonçalo Motta, Cônsul-Geral de Portugal em Zurique, e de Joana Pires, Adida Cultural 


Refira-se que as três inaugurações foram muito participadas, contando com a presença de vários colecionadores e admiradores do pintor, sendo que a exposição na Galeria Nova, na Fundação Pro Ronco, em Ascona, no Cantão de Ticino, está patente ao público até ao mês de agosto. E a do Hotel Casa Berno, junto ao lago alpino Maggiore, até ao mês de outubro.

 

Com uma carreira de quase quarenta anos, bem como um currículo nacional e internacional ímpar, ainda no ano transato Orlando Pompeu foi distinguido em Paris com a Medalha de Bronze da Academia Francesa das Artes, Ciências e Letras, as recentes exposições no território helvético constituem assim mais um marco representativo do singular percurso do artista plástico. 













 


segunda-feira, 17 de julho de 2023

António da Silva: um pioneiro da emigração portuguesa para o Canadá

 Recentemente foi celebrado com profundo simbolismo e sentimento de pertença, exposto em inúmeras atividades e eventos, o 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá.

Uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte, que se destaca pela dinâmica da sua atividade associativa, económica e sociopolítica, as suas raízes remontam a 1953.  Ano em que, ao abrigo de um Acordo Luso-Canadiano, que visava suprir a necessidade de trabalhadores para o sector agrícola e para a construção de caminhos-de-ferro, desembarcaram no Saturnia, a 13 de maio, em Halifax, província de Nova Escócia, os primeiros emigrantes portugueses.

Se entre 1953 e 1973, terão entrado no Canadá mais de 90.000 portugueses, na sua maioria originários dos Açores, estima-se que atualmente vivam no segundo maior país do mundo em área total, mais de meio milhão de luso-canadianos, sobretudo concentrados em Ontário, Quebeque e Colúmbia Britânica, representando cerca de 2% do total da população canadiana que constitui um hino ao multiculturalismo. 

Foi a partir deste valioso legado histórico, que se assinalou a efeméride cujo programa oficial computou a presença de representes oficiais do governo português, a realização de atividades literárias e artísticas. Uma verdadeira dinâmica cultural que envolveu e fortaleceu o espírito identitário das comunidades portuguesas disseminadas pelo imenso território canadiano.

Entre os dias 13 e 14 de maio, um dos momentos cimeiros do programa oficial em Toronto, metrópole onde vive a maioria dos mais de 500 mil portugueses e lusodescendentes presentes no Canadá, foi indubitavelmente a presença de António da Silva, um dos pioneiros da emigração portuguesa para o Canadá.

Natural de Dume, povoação do concelho de Braga, no Baixo Minho, onde nasceu em 1930, António da Silva integrou o primeiro contingente de emigrantes portugueses que desembarcaram a 13 de maio de 1953, em Halifax. Estofador de profissão, mas almejando melhores condições de vida, na esteira de centenas de milhares de portugueses que nessa década encetaram uma trajetória emigratória para a América do Norte e o centro da Europa, o bracarense, instalado primeiramente em Toronto, acabou pouco tempo depois da sua chegada por se estabelecer em Ottawa, a capital do Canadá, localizada na província de Ontário.

O pioneiro da emigração portuguesa para o Canadá, António da Silva (esq.), acompanhado do historiador Daniel Bastos, na Galeria dos Pioneiros Portugueses em Toronto, no âmbito 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá.



Conseguindo com abnegado trabalho e resiliência ultrapassar as dificuldades iniciais, em particular as do novo idioma, o clima e cultura, António da Silva casou na década de 1950 com Delfina, uma imigrante natural de Espanha, construindo em comum uma família sustentada pelo laborioso trabalho na área do estofamento.

No alvorecer dos anos 60 consegui mesmo começar a trabalhar por conta própria, abrindo a empresa “Da Silva Estofados”, que venderia uma década depois aos seus funcionários. Mantendo, paralelamente, uma importante colaboração e participação no seio da comunidade portuguesa, através essencialmente do Lusitania Portuguese Recreation Centre, em Ottawa.

A presença do nonagenário emigrante nas recentes comemorações do 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá, acompanhado de vários familiares, foi um cintilante sinal de respeito pelo passado da comunidade luso-canadiana, e concomitantemente, de construção do presente e esperança no seu futuro.

Nas palavras abalizadas do Comendador Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto, “alma mater” do programa alusivo ao 70.º aniversário da emigração portuguesa para o Canadá. Os pioneiros da emigração portuguesa para o território canadiano, como António da Silva, encarnam overdadeiro espírito português, humildade e coragem aceitaram o desafio e integraram-se para contribuir e construir o país que o Canadá é hoje”.


segunda-feira, 10 de julho de 2023

Museu Histórico de São José: um espaço de valorização da herança cultural portuguesa na Califórnia

 

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, destaca-se atualmente pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.

Atualmente, segundo dados dos últimos censos americanos, residem nos EUA mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, principalmente concentrados em Massachusetts, Rhode Island, Nova Jérsia e Califórnia. É neste último estado, que vive e trabalha a maior comunidade luso-americana do país, constituída por mais de 300 mil pessoas, e cuja presença histórica no oeste dos EUA remonta à centúria oitocentista, aquando da corrida ao ouro, da dinamização da pesca da baleia e do atum, e mais tarde das atividades ligadas à agropecuária.

A secular presença portuguesa na Califórnia, que se manifesta hodiernamente na existência de diversas associações, clubes e fundações luso-americanas, esteve na base da inauguração a 7 de junho de 1997, na antecâmara do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, do Museu Histórico de São José.

Erigido pela Sociedade da Herança Portuguesa da Califórnia, o museu, que ocupa um espaço de 650 metros quadrados, possuiu uma forte componente dedicada à emigração portuguesa para a Califórnia, às suas tradições, em especial religiosas. De tal modo, que o edifício constitui uma réplica do primeiro Império (Capela do Espírito Santo), à volta da qual se desenvolvem as festas do Espírito Santo, um culto secular enrizado na matriz cultural e religiosa açoriana, potenciador de vivências e valores genuinamente humanistas e solidários.

O Museu Histórico de São José alberga um conjunto diverso de exposições que perpassam a história da emigração portuguesa para a Califórnia, o papel da comunidade lusodescendente num dos mais prósperos estados norte-americanos, o pioneirismo de Portugal na Era dos Descobrimentos e a presença lusófona nos quatro cantos do mundo. O seu espaço exterior merece também amplo destaque, designadamente a sua sublime praça onde se encontra uma recriação, em azulejos portugueses, da Rosa-dos-Ventos que ornamenta o terreiro de acesso ao Padrão dos Descobrimentos em Lisboa.

Uma das dimensões diferenciadoras e inovadoras do Museu Histórico de São José, é a sua aposta decisiva nas novas formas de comunicação, com especial incidência no digital. De facto, através do site oficial do museu – www.portuguesemuseum.org- é possível aceder a todo o acervo museológico. Assim como, a um conjunto expressivo de documentos/fontes de valor incalculável para o conhecimento da emigração portuguesa para a Califórnia, que constituem uma indubitável mais-valia para o trabalho de investigadores que se debruçam sobre a temática migratória e a presença portuguesa na América.

A singularidade do Museu Histórico de São José, concorrerá seguramente para que o mesmo integre a futura rede museológica digital dedicada à emigração lusa. Um projeto de rede museológica estruturado pelo Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, ainda em fase embrionária, e cuja principal ambição passa por ligar a história da diáspora portuguesa e suas vias de acesso, via digital e num itinerário real, fisicamente implantado, apto a reconhecer os diferentes fluxos migratórios e capaz de atrair o interesse pelo país e suas gentes.

Esta plataforma, que pretende ligar os espólios que em Portugal contam a história da emigração, pode e deve aglutinar ainda espaços museológicos que têm sido construídos ao longo das últimas décadas por portugueses no estrangeiro. Como é o caso paradigmático do Museu do Museu Histórico de São José, alicerçado na força do querer e notável dinamismo da comunidade luso-americana da Califórnia.

O papel e relevância da comunidade portuguesa contribuíram decisivamente para que há quatro anos fosse oficialmente inscrita na legislatura estadual da Califórnia, após aprovação unânime no Senado, uma resolução a declarar junho de 2019 como "Mês da Herança Nacional Portuguesa".

Enquanto espaço singular de homenagem, eternização e valorização da herança cultural lusa nos Estados Unidos da América, em particular na Califórnia, o Museu Histórico de São José, constitui-se como um exemplo inspirador para as comunidades portuguesas no mundo, principalmente naquilo que deve ser o respeito pelo seu passado, a construção do seu presente e a projeção do seu futuro.

 

 

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Parcídio Peixoto: um obreiro da memória da emigração portuguesa para França

 

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.

Nestes vários exemplos, por exemplo, de dirigentes associativos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso altruísta e dinâmico de Parcídio Peixoto.

Originário de Fafe, concelho localizado na região do Baixo Minho, Parcídio Peixoto, nasceu em 1948 no seio de uma família modesta de agricultores. Contexto que concorreu para que em 1965, tenha partida a “salto”, expressão muito utilizada na época para descrever a emigração clandestina, em direção à França, na esteira de milhares de compatriotas, que nos anos 60, impelidos pela miséria rural, e a fuga ao serviço militar e à Guerra Colonial, demandaram melhores condições de vida na pátria gaulesa.

Na região parisiense, onde constituiu família e desenvolveu a atividade profissional em diversas áreas, embrenhou-se ativamente no movimento associativo da comunidade lusa, onde se tornou uma figura grada, assim como das autoridades locais e portuguesas.

Antigo tesoureiro da Federação das Associação Portuguesas em França, e do Conselho das Comunidades Portuguesas, a Parcídio Peixoto se deve um contributo importante na aproximação do saudoso fotógrafo franco-haitiano Gérald Bloncourt (1926-2018), fotógrafo que imortalizou a emigração portuguesa para França, à comunidade portuguesa. Que desse modo, redescobriu no alvorecer do séc. XXI o seu valioso trabalho e espólio, fundamentais para uma melhor compreensão e representação do nosso passado recente.

Foi na sequência do seu ativismo sociocultural dinamizado na Amicale Culturelle Franco-Portugaise Intercommunale de Viroflay, nos arredores de Paris, que foi desencadeada a doação, em 2009, de mais de uma centena de fotografias originais de Gérald Bloncourt, com quem mantinha uma relação de amizade bastante estreita, ao Museu das Migrações e das Comunidades, sediado na sua terra natal, e que se assume como um centro de encontro e preservação de memória da emigração portuguesa.

O seu trabalho persistente de resgate da memória da emigração portuguesa para França, levou-o a fundar há uma década a Associação Memória das Migrações, estabelecida no território gaulês, e que tem desde então realizado um trabalho articulado, com o Museu das Migrações e das Comunidades, na recolha de documentos e testemunhos dos portugueses que saíram de Portugal nos anos de 1960-70 e ainda continuam a deixar Portugal. Em Maio de 2013, foram assinados protocolos com o Consulado Geral de Portugal em Paris, o Museu das Migrações e das Comunidades e a Associação Memória das Migrações, no sentido da recolha de documentos, objetos e histórias de vida ligados às migrações dos portugueses para França.

Esta profunda ligação à preservação da memória da emigração portuguesa para França, mas também às suas raízes, concorreu para que em 2018 tenha estado patente, no verão de 2018, na Sala de Visitas do Minho, uma exposição fotográfica e documental “Racines – Les Amours suspendus”, enquadrada nas comemorações do Centenário da Batalha de La Lys (9 de abril de 1918) e do termo da I Guerra Mundial (1914-1918).

A sua estreita ligação a Gérald Bloncourt, concorreu para que no ocaso de 2019, tenha sido um dos principais dinamizadores da homenagem póstuma, promovida pela comunidade portuguesa, ao fotógrafo franco-haitiano no Museu Nacional da História da Imigração de paris.

Figura grada da comunidade portuguesa em França, a dedicação laboriosa do emigrante e dirigente associativo Parcídio Peixoto, inspira-nos a máxima de José Saramago, o único Nobel da Literatura em língua portuguesa: “Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir”.