A crise também é material. Sente-se no dia a dia atingindo com particular indiferença aqueles que já são bastante fustigados pelo desemprego, pela doença ou pela descrença de que melhores dias virão, e joga-se num plano especulativo e global. A necessidade imperiosa de tomar medidas para estabilizar os mercados e o provir nacional, ao impelir novos cortes socioeconómicos geradores de contestação só podem ser legitimados aos olhos de uma população cansada de sacrifícios, se os mesmos forem equitativamente repartidos, e assegurarem a resolução dos problemas estruturantes dos país.
Assim como uma aplicação correcta e fundamentada dos exíguos fundos nacionais, que têm que ser canalizados para o desenvolvimento sustentado do país e para suprir as carências dos que são fortemente atingidos pela crise. Exige-se assim uma cultura de rigor e transparência ao Estado capaz de pôr cobro à falácia recorrente de derrapagens nas obras públicas, e exige-se ao cidadão uma cultura de responsabilidade e solidariedade que não pode ser complacente com meros subsídios dependências. É o nosso futuro, o futuro das novas gerações, o futuro do país que está em causa.
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