Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

domingo, 31 de julho de 2022

José Rodrigues: um dos maiores produtores de vinhos de Bordéus

 

A França, um dos principais países produtores de vinho no mundo, tem na região de Bordéus, uma das suas mais afamadas regiões vinícolas, a origem de um dos mais emblemáticos símbolos da cultura e gastronomia gaulesa: o vinho de Bordéus.

Com uma produção anual de mais de 700 milhões de garrafas, a região de Bordéus, no sudoeste de França, produz uma enorme quantidade de vinhos de mesa para o dia-a-dia, assim como, também dos mais prestigiados e conhecidos vinhos de luxo a nível mundial.

Entre os maiores produtores de vinhos de Bordéus, destaca-se o franco-português José Rodrigues, detentor de quatro propriedades, “châteaux”, identificadas como Domaines Rodrigues-Lalande, com mais de 70 hectares de vinha e uma produção anual de mais de 500 mil garrafas.

Natural da freguesia de Vinhós, concelho de Fafe, território minhoto fortemente marcado pelo fenómeno migratório para o Brasil no alvorecer do séc. XX, e para França na década de 1960, época em que José de Matos Rodrigues chegou ao território gaulês com os pais, apenas com meio ano de idade, e onde tinha já um avô instalado desde 1929 no promontório de Cap Ferret.

O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no seio familiar, impulsionaram o jovem oriundo de Fafe, numa primeira fase a formar-se em engenharia química, que o levou a trabalhar durante oito anos na indústria da energia, e mais tarde, a seguir a paixão do vinho, herdada do avô, e a formar-se como enólogo em Bordéus.

Tendo começado por adquirir o setecentista Château de Castres, e depois o Château de Beau-Site e de Roche-Lalande, e mais recentemente o Château du Pont Saint Martin, onde se encontra uma bandeira portuguesa hasteada à entrada, José Rodrigues tem-se destacado pela dedicação, tradição e inovação na produção de vinhos. Premissas que concorrem para que os mesmos sejam servidos em cerca de uma centena de restaurantes em Bordéus, e estejam presentes em todo o mundo, desde a Tailândia a Nova Iorque.

Mantendo uma relação estreita com a família portuguesa, e também com a que vive no Brasil, José Rodrigues tem nos últimos anos apostado também no enoturismo, através da oferta de alojamento, espaços para seminários, reuniões e provas de vinhos. Simultaneamente tem procurado estreitar os laços com a comunidade luso-francesa, constituída por milhares de compatriotas, como por exemplo, através da iniciativa que ocorreu no ano transato, quando a associação “O Sol de Portugal” de Bordéus, no âmbito do seu 40.º aniversário organizou uma sessão de fotografias, seguida de uma prova de vinhos no Château Pont Saint-Martin.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade lusa em Bordéus, o exemplo de vida do produtor de vinho franco-português, José Rodrigues, que a breve trecho tem intenção de comprar uma quinta no Douro, uma zona vinícola portuguesa de eleição, recorda-nos a máxima do escritor renascentista francês Rabelais: “O vinho tem o poder de encher a alma de toda a verdade, de todo o saber e filosofia”.

 

sábado, 23 de julho de 2022

O pastel de nata na geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses

 

Uma das mais populares especialidades da doçaria portuguesa, os pastéis de nata, também muito conhecido por pastéis de Belém, um verdadeiro símbolo nacional aquém e além fonteiras, encontram-se fortemente implantados no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Muitas são as pastelarias lusas disseminadas pela geografia da diáspora que ao longo das últimas décadas têm ampliado o sabor inconfundível do mais internacional bolo português, e que através do mesmo têm gerado uma das suas mais importantes fontes de receitas.

 Em vários países europeus, que acolhem emigrantes portugueses, facilmente se encontram pastelarias onde se pode saborear a especialidade mais prestigiada da doçaria nacional. Em França, o país do mundo com o maior número de portugueses emigrados, a “Pastelaria Belém”, a “Comme à Lisbonne” ou a “Canelas”, são conhecidos espaços onde se pode comer pastéis de nata em Paris.

Na rota do pastel de nata, entre os portugueses emigrados na Europa, encontram-se também, por exemplo, a “Pasteleria Lisboa”, na capital espanhola; a “Lisboa Patisserie”, na capital inglesa; a “Pâtisserie Garcia”, na capital belga; a “Pastel de Nata”, na capital norueguesa; a “Pastelaria A Galão”, na capital alemã; ou a “Nata Lisboa”, na capital austríaca.

O cenário de diversidade e qualidade deste genuíno cartão-de-visita da doçaria nacional nas comunidades lusas fora da Europa é idêntico. Desde a América do Norte, onde no Canadá, em Toronto, por exemplo, encontramos a “Nova Era Bakery” a “Caldense Bakery & Pastries” ou “Doce Minho Pastry And Bakery”; e nos Estados Unidos, a “Taunton Ave Bakery”, em East Providence, o “Portuguese Tasty Desserts” na Califórnia, a “Tia Maria's European Cafe, em New Bedford, ou a Jordan's Bakery”, no Ironbound. Até ao maior país sul-americano, mormente no Brasil, onde a “Casa Mathilde” em São Paulo, ou a “Casa das Natas Copacabana”, no Rio de Janeiro, são pontos afamados para degustar uma das maravilhas da doçaria portuguesa.

 

Nesta esteira, encontramos também, por exemplo, a “Lord Stow's Bakery”, em Macau, na China; o “Nata de Cristiano’s” em Tóquio, no Japão; o “Café Contienental”, em Moçambique; a “Sweet Belem Cake Boutique”, em Sydney, na Austrália; ou o “Nattas”, no Dubai.

Como destaca, o investigador Chak Hoi Tong, na tese Pastel de Nata – Marco da Gastronomia de Macau, o “pastel é sem dúvida em Portugal um símbolo nacional, motivo de orgulho e representação da cultura portuguesa”, e encontra-se profusamente presente na geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses.

 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Arte de Orlando Pompeu em exposição na Suíça e Itália

 

Entre os meses de maio e julho, o mestre-pintor Orlando Pompeu, detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Dubai e Japão, esteve a convite da Galeria 111, uma galeria de arte na cidade de Zurique, na Suíça, numa residência artística que promoveu no território helvético a criatividade e talento do conceituado artista plástico português.

No decurso da presença em Zurique, onde o artista plástico criou diversas aguarelas sobre papel num estilo pictórico heterogéneo, criativo e contemporâneo, foram agendadas para o próximo ano a inauguração de três exposições de Orlando Pompeu na Suíça. Nomeadamente, na Galeria 111, em Zurique; na Fundação Pro Ronco, em Ascona, no Cantão de Ticino; e no Hotel Casa Berno, junto ao lago alpino Maggiore.

O mestre-pintor Orlando Pompeu, com os responsáveis da Fundação Pro Ronco, em Ascona, uma relevante instituição cultural helvética a quem o artista plástico ofertou uma obra de sua autoria


 

Refira-se que durante o presente mês de julho, o mestre-pintor tem patente em Florença, uma das mais conhecidas cidades italianas, uma exposição dedicada à temática de sapatos femininos. Trata-se de uma parceria cultural que Orlando Pompeu estabeleceu com a EVALUNA, um dos maiores fabricantes de sapatos femininos italianos, que acabou de inaugurar uma nova loja em Florença, e cuja inauguração computou uma exposição do conceituado artista plástico português.


Aguarelas sobre papel dedicadas à temática de sapatos feminis, da autoria de Orlando Pompeu, em exposição durante o mês de julho na cidade italiana de Florença


No âmbito desta parceria cultural com a EVALUNA, Orlando Pompeu terá patente no próximo mês de setembro, no âmbito da MICAM, a maior feira internacional de calçado, em Milão, uma nova exposição dedicada a temática de sapatos femininos em Itália.