Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Paróquia de Cepães inaugurou monumento dedicado ao Calvário


Na passada quarta-feira (15 de agosto), a Paróquia de Cepães, situada na freguesia homónima do concelho de Fafe, uma localidade com intensa atividade industrial e aptidão agrícola, foi palco da inauguração de um monumento dedicado ao Calvário.



A cerimónia de inauguração e bênção, conduzida pelo pároco de Cepães, Pe. José Marques Domingues, decorreu no final das cerimónias da Primeira Comunhão e Comunhão Solene na Paróquia de Cepães, um momento de particular significado e encontro da comunidade local.

No decurso da cerimónia, o Pe. José Marques Domingues, agradeceu a todos quantos possibilitaram a construção deste novo momento religioso que enriquece a cultura e o património coletivo cepanense, consagrado a  um dos símbolos mais conhecidos do Cristianismo.
 


sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A Peregrinação do Migrante e do Refugiado em Fátima


Nos passados dias 12 e 13 de agosto realizou-se, mais uma vez, a tradicional Peregrinação do Migrante e do Refugiado em Fátima, um dos mais importantes santuários marianos do mundo, e um dos mais emblemáticos locais de peregrinação cristã e devoção católica em todo o mundo.

A jornada de fé e devoção, que assinala a quarta Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, marcou o arranque da Semana Nacional das Migrações, congregando na Cova da Iria, migrantes de várias partes do mundo.

Este ano, o tema da 46.ª Semana Nacional das Migrações promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, da Conferência Episcopal Portuguesa, centrou-se na frase basilar “Cada forasteiro é ocasião de encontro – Migrantes e refugiados no caminho para Cristo”. Na esteira da mensagem e da ação que o Papa Francisco tem dedicado aos migrantes e refugiados, e no reiterado pedido do chefe da Igreja Católica à comunidade internacional e aos fiéis para não abandonarem os migrantes e refugiados.

A opção por esta temática atual e premente, que a comunidade internacional parece incapaz de resolver, foi modelarmente elucidada por D. António Vitalino, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana: “Perante o drama dos refugiados, que fogem à guerra, à fome, à seca e à pobreza, muitos morrendo pelos caminhos perigosos, vítimas de máfias sem escrúpulos, como cristãos e seres humanos não podemos ficar insensíveis a tudo isto”.

Ainda na conferência de imprensa que antecedeu as cerimónias, o Cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, vincou o “drama humanitário da transmigração epocal de povos que se dirigem à Europa, vindos do Médio-Oriente e de África”. Caraterizando as vagas crescentes destes refugiados e migrantes que todos os dias tentam entrar no Velho Continente, como “um exército de pobres que aqui chega, após dois anos de viagem pelo norte de África. Não estão em causa os números, mas pessoas concretas, com uma história, uma cultura, uma família, sentimentos, dramas e aspirações”.

Neste sentido, é de enaltecer a defesa reiterada do respeito e dignidade dos migrantes e refugiados que a Igreja Católica tem sustentado no mundo atual, assim como o seu papel de coesão e identidade que ao longo dos anos tem desempenhado no seio das comunidades portuguesas.

domingo, 12 de agosto de 2018

Os dentistas portugueses e a via da emigração


O fenómeno da emigração de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas e farmacêuticos), alvo de aceso debate na sociedade portuguesa ao longo da última década, é revelador de um país que continua enleado nas suas próprias contradições.

Um país que investe parte significativa dos seus recursos na formação das gerações “mais bem preparadas de sempre”, que por falta de emprego, ou atraídas por melhores condições financeiras e a garantia de progressão na carreira, têm na emigração uma via para a construção dos seus projetos de vida. Um país, dos mais envelhecidos da União Europeia, que precisa de contratar profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, mas cuja escassez de recursos financeiros entrava a abertura de vagas, a fixação de população jovem e o incremento da natalidade.

Os dados recentemente divulgados pelo estudo “Números da Ordem”, promovido pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), são um espelho destas contradições. Segundo o mesmo, Portugal atingiu no ano passado um rácio de um médico dentista por 1.033 habitantes, praticamente o dobro do que é recomendado a nível internacional.

A desadequação do curso de medicina dentária ao mercado de trabalho, porquanto em Portugal existem sete faculdades de Medicina Dentária que todos os anos colocam no mercado de trabalho entre 500 a 600 profissionais, concorre amplamente para que estes profissionais de saúde não encontrem colocação no território nacional e tenham na emigração um caminho de realização socioprofissional. 

Como acentua o bastonário dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, ao longo dos últimos anos tem-se assistido a um contínuo aumento da emigração no seio desta classe profissional. Neste momento, existem cerca de dois milhares de médicos dentistas portugueses a exercerem no estrageiro, sobretudo no Reino Unido, França, Suíça e vários países da Escandinávia, países europeus cujas condições salariais e valorização da carreira, estão a atrair estes profissionais de saúde. 

No entanto, como alerta a OMD, os Médicos dentistas chegam apenas a metade dos agrupamentos de centros de saúde em Portugal, sendo ainda necessário um esforço para alargar os cuidados de saúde oral à população, particularmente a que não possui recursos financeiros para contratar um seguro de saúde ou ir a uma clínica privada.

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Portugal o país da moda em França

Numa entrevista concedida no ano passado à Rádio e Televisão de Portugal, o Embaixador francês em Portugal, Jean-Michel Casa, afirmou que Portugal é o “país da moda” em França, um dos principais destinos da emigração portuguesa.

A declaração do diplomata gaulês, sustentada nas estatísticas sobre o fluxo de nacionais franceses a entrar em território luso, que indicam que no final do ano de 2017 a comunidade francesa em Portugal ascendia a mais de 17 mil pessoas, sendo já uma das maiores comunidades estrangeiras no país, permanece atual e consentânea com a realidade em várias áreas da sociedade portuguesa.

Desde logo, é ajustada à realidade da economia portuguesa, sector em que a França ocupa um papel cimeiro ao nível do investimento e cujas empresas são geradores de um considerável volume de negócios e criação de postos de trabalho.

O sector imobiliário nacional é paradigmático da tendência de atração francesa por Portugal. Ainda recentemente o Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), divulgou dados que revelam que um quinto das casas compradas em Portugal no ano transato foram adquiridas por estrangeiros, destacando-se os franceses como os que mais investiram neste ramo do setor secundário da economia.

No mesmo ano, na época estival, os turistas residentes em França foram os maiores compradores em Portugal, despendendo mais de 500 milhões de euros, sensivelmente 27% do total de gastos de turistas estrangeiros no país. Nesse sentido, e tendo em linha de conta que o Turismo é uma atividade económica estratégica para o desenvolvimento socioeconómico do país, designadamente para o emprego e para o crescimento das exportações, os turistas franceses têm tido um contributo importante na recuperação económica portuguesa.

O sol, a qualidade de vida, a segurança, a proximidade cultural, os benefícios fiscais e o custo de vida menor que em França, têm contribuído igualmente nos últimos anos para que milhares de pensionistas gauleses venham residir para solo português. Assim como para o estabelecimento em Portugal de franceses altamente qualificados, interessados em viver nas zonas históricas e em fazer negócios, reforçando os laços privilegiados de amizade, e de cooperação económica e financeira luso-francesa.