Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sábado, 26 de novembro de 2022

Nathalie Afonso: uma artista plástica lusodescendente inspirada na cultura portuguesa

 No decurso dos últimos anos têm sido cada vez mais os lusodescendentes, que no seio da diáspora em redor do mundo, se têm destacado em diversos domínios culturais, muitos deles tendo como fonte de inspiração as raízes culturais portuguesas.

Um desses exemplos paradigmáticos encontra-se plasmado no percurso de vida e artístico de Nathalie Afonso, uma talentosa pintora lusodescendente, que nasceu em Vichy, um burgo localizado no centro da França, e que desde os anos 70 passou a residir com os pais, ele natural de Almeida e ela da Póvoa do Varzim, na região parisiense.


 

Tendo estudado na prestigiada École Boulle, uma escola de artes aplicadas, arquitetura de interior e designer, em Paris 12, a obra de Nathalie Afonso, detentora de um trajeto eclético que abarca desde viagens formativas nos Estados Unidos, Canadá e Itália, terra natal do marido, até a uma experiência profissional na construção civil em Portugal, consta de variadas coleções particulares e oficiais.

Obras que vão desde a pintura, conceção de mobiliário ou esculturas geradas no seu atelier, na região parisiense, e que é possível encontrar em várias autarquias francesas, como por exemplo na Mairie de Paris, na Marie de Créteil ou na Mairie de Villeneuve St Georges, onde tem uma escultura numa rotunda perto do hospital.

Uma das características marcantes da sua profícua obra é indubitavelmente a predileção que nutre pela cultura portuguesa, denominador comum presente nos seus diversos trabalhos. Ainda recentemente, Nathalie Afonso inaugurou na Mairie de Paris 7, uma exposição de aguarelas intitulada “Lusitânia”, inteiramente dedicada às tradições portuguesas, mas com um toque de modernidade.

A mais recente exposição da artista plástica lusodescendente foi ainda enriquecida com o lançamento de um livro de arte, com edição limitada, assente nas reproduções das obras apresentadas na exposição, e intitulado “Du Nord au Sud, Portugal mon amour”.

O currículo artístico de Nathalie Afonso, que tem construído uma singular obra devotada à cultura portuguesa, concorreu decisivamente para que no passado mês de outubro, a artista plástica tenha sido distinguida com a Medalha de Vermeil da Academia Francesa das Artes, Ciências e Letras. A cerimónia de distinção promovida pela academia francesa, que foi fundada em 1915 e anualmente laureia personalidades de todas as nacionalidades que se tenham destacado nos campos artístico, literário e científico, constituiu, mais um importante marco de reconhecimento de uma das mais eminentes artistas plásticas lusodescendentes, afamada pelo seu estilo pictórico criativo, moderno e apaixonado pela cultura da Pátria de Camões

 

 

terça-feira, 22 de novembro de 2022

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sábado, 19 de novembro de 2022

O notável dinamismo das comunidades luso-americanas da Califórnia

 

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel socioeconómico-cultural na principal potência mundial.

Atualmente, segundo dados dos últimos censos americanos, residem nos EUA mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, sendo que só no estado mais populoso do país, a Califórnia, residem mais de 300 mil luso-americanos, na sua maioria oriundos dos Açores, que trabalham por conta de outrem, na indústria. Embora, sejam muitos, os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais e nas atividades políticas.

No seio das numerosas comunidades luso-americanas da Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos EUA, proliferam dezenas de associações recreativas e culturais, meios de comunicação social, clubes desportivos e sociais, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, casas regionais, sociedades de beneficência e religiosas. E inclusive, um espaço museológico que homenageia e perpetua a herança cultural portuguesa na Califórnia, mormente, o Museu Histórico de São José, que alberga desde os anos 90 um conjunto de várias exposições que perpassam a história da emigração lusa para a Costa Oeste dos Estados Unidos da América.

Este notável dinamismo foi o leitmotiv que impulsionou a recente visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aos principais centros da emigração portuguesa na Califórnia, um itinerário que incluiu deslocações a San Diego, Artesia (perto de Los Angeles), São José e São Francisco, e passagens pelas comunidades do vale central em Turlock e Gustine.

Ao longo da visita de cinco dias a uma das maiores comunidades portuguesas no estrangeiro, o Chefe de Estado conviveu com as forças vivas das comunidades luso-americanas da Costa Oeste, conheceu o seu profundo apego à pátria de Camões, os seus projetos, os seus anseios e as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças ao trabalho, ao mérito e ao empenho. Verdadeiros self-made man, como o comendador Manuel Bettencourt, um reputado dentista que tem empreendido relevantes contributos em prol da comunidade luso-americana; o comendador Manuel Eduardo Vieira, o maior produtor mundial de batata-doce biológica; o comendador Batista Sequeira Vieira, uma das figuras mais proeminentes da comunidade portuguesa nos EUA; ou o dirigente associativo, criador de gado e produtor de leite no Vale de São Joaquim, João Borges Pires, que foi distinguido pelo mais alto magistrado da Nação com a comenda da Ordem do Mérito, durante um encontro no salão português de Gustine.

Estes são apenas alguns, dos vários “portugueses que conquistaram a Califórnia”, na esteira conselheiro das comunidades, produtor e realizador luso-americano Nelson Ponta-Garça, que ao longo dos últimos anos tem procurado documentar a história e o legado da comunidade portuguesa na Califórnia.

Estes são alguns dos fautores do notável dinamismo das numerosas comunidades luso-americanas da Califórnia, que constitui também o leitmotiv para a apresentação no próximo ano, entre 31 de março e 7 de abril, na Califórnia, do livro “Crónicas - Comunidades, Emigração e Lusofonia”. Uma obra que reúne as crónicas que o historiador Daniel Bastos tem escrito nos últimos anos na imprensa de língua portuguesa no mundo, e onde o autor revela o empreendedorismo, as contrariedades, a resiliência e a solidariedade das comunidades portuguesas, a riqueza do seu movimento associativo, e as enormes potencialidades culturais, económicas e políticas que as mesmas representam nas pátrias de acolhimento e de origem. Como é o caso da comunidade lusa na Califórnia, a mais numerosa das comunidades portuguesas nos EUA e uma das maiores comunidades portuguesas no estrangeiro.

Um livro, que nas palavras de Luís Marques Mendes, conhecido advogado e comentador que assina o prefácio da obra, éo espelho da homenagem que Daniel Bastos quer prestar aos milhões de portugueses que, fora do nosso país, honram, servem e prestigiam Portugal. E fá-lo como deve ser: com simplicidade e com verdade, com entusiasmo e com realismo, com autenticidade e com pragmatismo, com respeito pelo passado mas sem descurar a ambição do futuro”.

sábado, 12 de novembro de 2022

A homenagem da comunidade luso-canadiana ao Comendador Manuel DaCosta

 

No passado dia 5 de novembro, o Centro Cultural Português de Mississauga (PCCM), uma representativa agremiação lusa na província do Ontário, no Canadá, promoveu a Gala Community Spirit Award, um importante momento de justíssima homenagem ao Comendador Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto.

Sessão de homenagem ao Comendador Manuel DaCosta no decurso da Gala Community Spirit Award promovida pelo PCCM


 

Empresário multifacetado, com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, premissas que estão na base das insígnias do grau de comendador que lhe foram atribuídas pelas autoridades portuguesas, Manuel DaCosta, natural de Castelo do Neiva, concelho de Viana do Castelo, dirige presentemente uma das mais importantes empresas de comunicação social luso-canadianas, designadamente, a MDC Media Group.

O sucesso que tem alcançado ao longo das últimas décadas no mundo dos negócios, tem sido constantemente acompanhado de um generoso apoio a projetos emblemáticos da comunidade portuguesa em Toronto, capital da província do Ontário e maior cidade do Canadá, onde vive a maioria dos mais de 500 mil portugueses e lusodescendentes presentes no segundo maior país em área do mundo.

Entre outras iniciativas, é fautor do Portuguese Canadian Walk of Fame, que anualmente laureia portugueses que se têm destacado no território canadiano. Assim como, dGaleria dos Pioneiros Portugueses, um espaço museológico singular em Toronto que se dedica à perpetuação da memória e das histórias dos pioneiros da emigração portuguesa para o Canadá.

Sempre longe dos holofotes mediáticos, o empresário e filantropo “Cidadão de Honra de Viana do Castelo” tem sido dinamizador e patrocinador de várias atividades, e projetos de cariz sociocultural e solidário. Como o que promete vir a ser um dos mais relevantes da comunidade luso-canadiana, mormente a Magellen Community Charities, uma organização sem fins lucrativos que pretende inaugurar em 2025 um centro orçado em vários milhões de dólares, capaz de acolher mais de duas centenas de idosos, especialmente direcionado para a comunidade portuguesa.

Nesse sentido, a justa e merecida homenagem na Gala Community Spirit Award ao Comendador Manuel DaCosta, cujo percurso de vida relembra-nos a máxima do escritor António Lobo Antunes “é preciso viver, viver como homem comum entre homens comuns. Só um homem comum pode fazer grandes coisas”, além de abarcar um dever de gratidão e de reconhecimento por tudo quanto o mesmo tem feito de forma devotada e desprendida em prol da comunidade luso-canadiana. É ainda um exemplo inspirador e um agradecimento coletivo a todos os compatriotas espalhados pela diversa geografia da diáspora, que afincadamente demonstram como a solidariedade remanesce uma marca genética das comunidades portuguesas.