Uma
das personagens clássicas da Literatura, imortalizada por leitores de todas as
épocas, Dom Quixote de La Mancha, herói central do célebre livro com o mesmo
nome do escritor Miguel de Cervantes, continua a ser uma fonte de inspiração
para todos nós que perante as adversidades, dificuldades e desafios com que nos
deparamos no nosso quotidiano, não devemos perder o sentido da justiça, da
razão e da fé na vida.
O exemplo inspirador e romântico do virtuoso paladino
impeliu-me a escrever o poema “A velha armadura de Dom Quixote de La Mancha”, que faz parte do meu último livro de poesia “Terra”,
magnificamente ilustrado pelo mestre-pintor Orlando Pompeu, e que integra ainda
o Vol. VI da
Antologia de Poesia Contemporânea "Entre o Sono e o Sonho" que reúne mais
de um milhar de poemas escritos em língua portuguesa por autores no nosso
tempo.
A
velha armadura de Dom Quixote de La Mancha
Revestido da velha armadura da fé
percorro montado no dorso
de Rocinante
os caminhos ancestrais dos pastores
sonhando como Dom Quixote
de La Mancha
defender o ideal de cavaleiro andante.
Enfrento as deceções e os dissabores
de quem nasceu no tempo errado
de quem anda no sentido contrário
ao
da multidão,
mas contra tudo e contra todos
cansado
e com o corpo alquebrado
prometeu
pelejar pelos oprimidos,
os injustiçados e perseguidos.
Nada temerei,
nem os gigantes da iniquidade,
a bondade infinita
e o sentimento de justiça
transcendem os moinhos
que empoam a realidade.