Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sábado, 24 de novembro de 2018

As viagens dos autarcas às comunidades portuguesas


Nos últimos anos temos assistido no seio das comunidades portuguesas disseminadas pelos quatro cantos do mundo, a um conjunto frequente de visitas de autarcas às pátrias para onde emigraram muitos filhos das suas terras à procura de melhores condições de vida.

A ligação forte entre o poder local, designadamente os seus representantes, e as populações, uma das maiores realizações do regime democrático português, impulsionaram ao longo das últimas décadas ao estabelecimento de laços de geminação de muitos municípios com cidades além-fronteiras onde estão presentes as comunidades lusas.

Os protocolos de geminação, que visam criarem relações de amizade, solidariedade e intercâmbio, e em vários casos relações aos níveis económico e cultural, têm sido um dos principais motivos das viagens dos autarcas às suas comunidades emigrantes. Muitas das vezes reforçadas pela existência nessas comunidades de associações e clubes vincadamente marcados pela sua terra de origem, que adotaram inclusive a denominação da sua proveniência, e de forma bairrista e desprendida muitos dos seus associados se constituem como genuínos embaixadores dos seus territórios de berço.

Embora sintomática de debilidades estruturais do país, como a queda demográfica ou o despovoamento, muitos autarcas de territórios fortemente marcados pelo fenómeno migratório, desde há muito tempo perceberam as potencialidades das suas comunidades emigrantes na dinamização e valorização da economia local.

As potencialidades do mercado da saudade têm levado inúmeros autarcas a participarem nas mais variadas iniciativas, festas e feiras realizadas periodicamente no seio das comunidades portuguesas, quase sempre animadas por espetáculos e músicas típicas das regiões dos emigrantes. Procurando deste modo promover e levar para junto da comunidade emigrante produtos e atividades económicas do seu concelho de forma a dinamizar a economia local.

Esta ligação dos autarcas às suas comunidades emigrantes são fundamentais para o progresso dos seus territórios, onde muitos emigrantes continuam a ter um papel fundamental no seu desenvolvimento, assim como um meio capaz de impulsionar o tecido socioeconómico, atrair investimentos e fortalecer a coesão e identidade local.  

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Orlando Pompeu inaugurou exposição “Metamorfoses Pompeuanas II” em Chaves


Na passada sexta-feira (16 de novembro) o mestre-pintor Orlando Pompeu inaugurou na Galeria Carneiro Rodrigues, em Chaves, a exposição “Metamorfoses Pompeuanas II”.
 
LEGENDA - O mestre-pintor Orlando Pompeu, na inauguração da nova exposição em Chaves, acompanhado do galerista Carneiro Rodrigues (esq.), e do historiador Daniel Bastos (dir.), curador do artista plástico no espaço lusófono
A inauguração da exposição de um dos mais conceituados artistas plásticos portugueses da atualidade, detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos, Dubai, Japão e Canadá, contou com presença de vários amigos, admiradores e colecionadores do pintor de referência nacional e internacional. 

Nesta nova exposição, composta por obras cujo registo se carateriza pela espontaneidade e pela linha gestual de caráter expressionista, Orlando Pompeu infunde o seu notável e singular universo artístico marcado pela cor, criatividade e contemporaneidade. 

Refira-se que a exposição estará patente ao público até à quadra natalícia, durante o período normal de funcionamento da galeria arte localizada em pleno centro histórico da cidade transmontana.

Memórias de São Roque do Faial: as vozes dos emigrantes


Na freguesia de São Roque do Faial, uma freguesia do concelho de Santana, ao norte da Ilha da Madeira, encravada na base do Maciço Montanhoso Central, entre a Ribeira da Metade e a Ribeira do Castelejo, está a ser dinamizado nos últimos anos um projeto comunitário singular em torno da temática da emigração.

Intitulado “Memórias de São Roque do Faial: as vozes dos emigrantes”, o projeto é fruto de uma ideia inspirada nos fluxos emigratórios desta povoação madeirense conhecida pela sua ruralidade e fantásticos miradouros. Esta realidade sócio histórica conduziu à criação de um espaço de partilha, conhecimento e informação sobre as tradições e cultura da freguesia com o principal objetivo de estabelecer um elo de ligação entre os residentes e emigrantes de São Roque do Faial.

Procurando preservar, respeitar e transmitir a cultura e tradição associada à pitoresca freguesia madeirense, bem como contactar diretamente e ativamente com os seus usos e costumes, de forma a manter vivas as tradições, como é o caso das vindimas, das romagens no Natal, das festas do verão, designadamente o dia do padroeiro S. Roque, das lendas e das imensas belezas naturais misturadas com aromas e cores, o projeto assenta parte significativa do seu trabalho no levantamento das histórias de vida e testemunhos dos emigrantes.

Não poderia ser de outra forma, porquanto numa povoação fortemente marcada pela emigração, como reconhecem os responsáveis do projeto comunitário, não há casa que não tenha família emigrante ou residentes que tenham sido emigrantes no Brasil, Venezuela, Austrália, África do Sul, Estados Unidos ou Inglaterra.

Neste sentido, este projeto comunitário que tem sido dinamizado ao longo dos últimos anos na freguesia de São Roque do Faial, reveste-se de um valor cultural de importância local, regional e nacional. Pois além de preservar aspetos culturais de carácter etnográfico da povoação e da região, e de divulgar junto das novas gerações a cultura tradicional, através da recolha e registo de usos e costumes, saberes e fazeres, histórias e memórias, existe um claro propósito de reconhecer, valorizar e dignificar as sucessivas gerações locais, que à imagem e semelhança de muitos compatriotas, um dia deixaram o país para demandarem outras paragens à procura de uma vida melhor.