No passado dia 25 de Maio, o historiador
Daniel Bastos apresentou no Teatro – Cinema de Fafe o livro Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150
anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012).
A apresentação do livro, integrada nas
Comemorações do 150º aniversário da fundação da Santa Casa da Misericórdia de
Fafe, instituição de referência no concelho e maior Misericórdia do distrito em
serviços prestados à comunidade e em número de valências que comporta, contou
com a presença de Manuel Lemos,
Presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), e Maria Beatriz Rocha – Trindade, Professora Catedrática da
Universidade Aberta, autora do prefácio da obra.
Com uma enorme afluência da comunidade
local, em particular da “família” da Misericórdia de Fafe, que sobrelotou a “joia da coroa” da cultura da cidade, a
sessão contou também com a presença do executivo camarário e do presidente da
Assembleia Municipal, antigos autarcas, associações culturais, agentes
económicos, representantes dos agrupamentos escolares, clérigos e demais forças vivas
do concelho, assim como de provedores de Misericórdias da região e do vereador
da cultura do Município de Cabeceiras de Basto.
A iniciativa foi antecedida pela apresentação
pública do hino da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, cuja letra foi criada
por Laura Campos, antiga utente do Lar Joaquina Leite Lage, singelamente interpretado
por meia centena de crianças,
jovens e funcionários dos infantários e salas de estudo da instituição, que
presentearam ainda o público com um espetáculo de bailado.
Na mesa de apresentação do livro, edição
da Santa Casa da Misericórdia de Fafe com
quase 350 páginas, além do historiador Daniel Bastos, autor da obra, da
investigadora Maria Beatriz Rocha – Trindade, responsável pelo prefácio, e de Maria das Dores Ribeiro João, Provedora da Misericórdia de
Fafe, tomaram igualmente
assento o historiador Artur Ferreira Coimbra, que assina o posfácio do livro,
António Marques Mendes, Presidente da Assembleia-geral da organização, Manuel
Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e José Ribeiro, Presidente da Câmara
Municipal de Fafe.
A sessão de apresentação foi aberta pelo causídico António Marques
Mendes, que estando há mais de duas décadas dedicadamente à frente da Mesa da Assembleia Geral, deu as boas vindas a todos os presentes
congratulando-se pela presença significativa da comunidade local na efeméride. Recordando
a rica história da instituição, António Marques Mendes, regozijou-se pela
Misericórdia ter agora a sua história em livro, e evocou a figura marcante do
saudoso Cónego Joaquim Leite de Araújo como um dos mais importantes obreiros da
Santa Casa da Misericórdia de Fafe.
Seguidamente usou da palavra o Presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que parabenizou a Misericórdia
de Fafe pela seu 150.º aniversário. Aludindo ao papel histórico das
Misericórdias, de ajuda aos que precisam, Manuel Lemos recordou
o papel estruturante que a Misericórdia de Fafe desenvolveu na região, na área
da saúde mediante a administração do Hospital de S. José, unidade de saúde
concelhia nacionalizada no pós-25 de Abril, de que a instituição é legítima proprietária,
e que poderá constituir uma área de ação futura da Misericórdia de Fafe.
Posteriormente interveio o historiador
local, Artur Ferreira Coimbra, que através do posfácio do livro explanou a
estrutura monográfica da obra, considerando-a completa, consistente, assente em
exaustivas pesquisas em arquivos e bibliotecas e leituras bibliográficas.
Felicitando vivamente o amigo e autor pelo profundo trabalho de investigação,
salientou que a vistosa monografia passa a constituir um gracioso
cartão-de-visita do historial da vetusta instituição que honrou e honra o
município e as suas gentes.
Na mesma esteira, a Professora
Catedrática da Universidade Aberta, e fundadora e investigadora do Centro de
Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI), Maria Beatriz
Rocha – Trindade, autora do prefácio do livro, evocou o papel dos “brasileiros
de torna-viagem” na construção contemporânea do concelho de Fafe e a sua
dimensão benemerente na edificação do Hospital de S. José e na fundação da
irmandade da Misericórdia. Relembrando a extraordinária obra do ilustre mestre
Miguel Monteiro, a socióloga especialista em questões da Diáspora Portuguesa, sustentou que a obra realizada por Daniel Bastos
assume-se como um valioso contributo para o conhecimento da instituição, da
cidade e do próprio fenómeno migratório português.
No decorrer da sessão de apresentação do
livro, o autor da obra, aproveitou o ensejo para agradecer o convite – desafio
que a Provedora Maria das Dores Ribeiro João lhe lançou à sensivelmente ano
meio para a realização de uma trabalho monográfico sobre a instituição,
solicitação a que anuiu pelos laços mútuos de amizade pela principal
responsável da organização, assim como pelo facto de a Misericórdia desempenhar
um papel social de referência no concelho e no distrito. O historiador
agradeceu ainda a colaboração essencial prestada pela instituição no acesso e
disponibilização de documentos através do incansável funcionário Paulo Jorge
Gonçalves e do voluntário António Augusto Oliveira.
Definindo a Santa Casa da Misericórdia
de Fafe como um mosaico que ao longo do seu secular percurso sempre congregou a
comunidade local diluindo diferenças e aglutinando vontades, Daniel Bastos
agradeceu ainda a cooperação do fotógrafo Pedro Miranda e da advogada Isabel
Brites. Enaltecendo o trabalho gráfico do tipógrafo Manuel Carneiro da Gráfica
do Norte, o historiador local realçou a presença na mesa do autarca José
Ribeiro, que considerou como o presidente do Município de Fafe que mais norteou
a ação política da edilidade no campo social, e da investigadora Maria Beatriz
Rocha – Trindade como autora de uma vasta bibliografia nacional sobre matérias
relacionadas com Migrações.
Presente na cerimónia, o autarca José
Ribeiro elogiou o trabalho meritório e insubstituível que a instituição
tem realizado para com os que mais necessitam. Destacando o variado leque de
serviços sociais prestados à comunidade, o autarca elogiou a singelidade das
comemorações do 150.º aniversário da Misericórdia de Fafe que recebeu na sessão
solene local evocativa do 38.º aniversário da Revolução de Abril a Medalha de
Ouro de Mérito Concelhio em reconhecimento da sua relevante, rica e
plurifacetada história, nas áreas da saúde, assistência social, educação e
juventude.
Os discursos foram
encerrados pela Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, Maria das Dores Ribeiro
João, que perante as forças vivas do concelho e os colaboradores das
diferentes valências da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, agradeceu a
presença de todos, em particular de todos quantos possibilitaram a realização
da cerimónia, a interpretação e execução do hino da instituição e do espetáculo
de bailado. A principal responsável pela organização terminou a sessão
agraciando com lembranças simbólicas da instituição a investigadora Maria Beatriz
Rocha – Trindade, o historiador local, Daniel Bastos, que elaborou
graciosamente a obra monográfica “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 Anos
ao Serviço da Comunidade, e o diligente funcionário Paulo Jorge Gonçalves, que
prestou uma excepcional colaboração na investigação histórica.
A cerimónia de apresentação
da obra foi procedida de uma concorrida sessão de autógrafos que o autor se
disponibilizou a efetuar, culminando assim num clima de enorme convivência os
150 anos desta instituição de solidariedade social que é hoje uma das maiores organizações
sociais do Norte do país, com centenas de utentes, de vários escalões etários,
e mais de 200 funcionários.
Fotos dos amigos Manuel
Meira e Paulo Jorge Gonçalves