Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Empreendedorismo direcionado para a Diáspora Portuguesa



Cada vez mais encarado como a chave para o futuro, o empreendedorismo é a palavra de ordem em Portugal e no Mundo, e veio para ficar. Dos estudantes aos empresários, dos jovens desempregados aos de longa duração, da escola è empresa, dos docentes aos decisores económicos, políticos e sociais, a ideia chave é a mesma: é fundamental fortalecer e disseminar uma cultura empreendedora.

Este novo olhar universal, alicerçado no conhecimento e na inovação, na promoção e construção de ideias, na avaliação de oportunidades, na mobilização de recursos, na assunção de riscos e na concretização de iniciativas diferenciadas e de sucesso, tem implementado novos negócios, empresas e projetos que têm dinamizado e impulsionado as economias dos países.   

Portugal não foge à regra. O nosso país apresenta na atualidade, ao nível do empreendedorismo, muitos e bons exemplos de casos de sucesso que através da sua capacidade de iniciativa, risco e novas tecnologias, criam os seus próprios projetos que vão dando cartas inclusive além-fronteiras. Um desses mercados, que pelas suas inúmeras potencialidades começam a captar a atenção dos empreendedores lusos, é o da Diáspora Portuguesa, o chamado “mercado da saudade”, formado por milhões de portugueses a viver no estrangeiro.  

Ainda recentemente a imprensa nacional e lusófona destacou nas páginas dos seus órgãos de informação, o exemplo da Rumo, uma plataforma online de apoio psicológico para emigrantes portugueses. Um projeto delineado pelo doutorando na Universidade de Leicester, no Reino Unido, Francisco Valente Gonçalves, na sequência de uma experiência pessoal, quando o mesmo necessitou em 2015 de se submeter a um processo psicoterapêutico.

Em fase de franco crescimento, esta plataforma online que possibilita o contacto entre pessoas de nacionalidade portuguesa, que residem fora do seu país, e serviços de psicologia promovidos por profissionais desta área com a mesma nacionalidade, é um exemplo claro dos benefícios mútuos que podem advir da aposta empreendedora na Lusofonia, que além de consolidar o crescimento de novas iniciativas nacionais permite simultaneamente aos nossos compatriotas usufruir de serviços úteis e inovadores. 

domingo, 22 de outubro de 2017

Orlando Pompeu inaugurou exposição “ComTextos Pessoais”em Guimarães



No passado sábado (21 de outubro) o mestre-pintor Orlando Pompeu inaugurou na Galeria quarenta do Hotel Mestre de Avis, uma unidade hoteleira no centro de Guimarães, a exposição “ComTextos Pessoais”.

A inauguração da exposição de um dos mais conceituados artistas plásticos portugueses da atualidade, detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos, Dubai e Japão, encheu-se de amigos, admiradores e colecionadores do pintor de referência nacional e internacional.
 

Da esq. para a dir.: O mestre-pintor Orlando Pompeu, acompanhado da empresária Maria Roeder, da vereadora do Município de Guimarães, Paula Oliveira, e do historiador Daniel Bastos
Nesta nova exposição, composta por obras conceptuais, acrílico sobre tela e aguarelas, Orlando Pompeu acentua os elementos característicos da sua profícua carreira artística. Nomeadamente a sublimação do traço, da forma, do ritmo e do desenho que se revelam num conjunto significativo de trabalhos inéditos marcados pela criatividade, originalidade e contemporaneidade. 

A apresentação da obra e do seu autor esteve a cargo do historiador Daniel Bastos, que comentou que a exposição “ComTextos Pessoais”, é marcada por uma mensagem onde predomina o afeto e a ternura feminina, na esteira da sensibilidade e da beleza do universo feminino que estão muito presentes ao longo do riquíssimo percurso cultural e artístico do mestre-pintor, que criou um inimitável estilo pompeuano.






Visivelmente emocionado, o artista agradeceu a presença dos inúmeros amigos, admiradores e colecionadores que lotaram o espaço da Galeria quarenta, entre eles a vereadora do Município de Guimarães, Paula Oliveira, e reconheceu a oportunidade desta nova exposição através do papel da empresária e colecionadora Maria Roeder, que esteve na base do impulso do novo ciclo temático do artista plástico.  

Refira-se que a exposição estará patente ao público até ao dia 31 de janeiro do próximo ano, durante o período normal de funcionamento da unidade hoteleira integrada no território classificado pela UNESCO. E que 20% das vendas das obras expostas será doado à Associação Vencedores do Cancro Unidos pela Vida, uma Associação sem fins lucrativos e que pretende que doentes e seus familiares tenham um apoio na luta contra o Cancro.



Texto de apresentação da Exposição “ComTextos Pessoais”
QUATRO NOTAS PESSOAIS E SENGELAS

1.º Nota - Um agradecimento especial à Dra. Maria Rosa Roeder
 Empresária e proprietária da Galeria quarenta no Hotel Mestre de Avis, uma unidade hoteleira no centro de Guimarães, integrada no território classificado pela UNESCO. Um agradecimento sincero porque o futuro da cultua, da arte, do nosso país, passa por esta colaboração, articulação, sensibilidade, mecenato e visão dos nossos empresários. 

2.º Nota – O reconhecimento do mérito e talento do mestre-pintor Orlando Pompeu
Um dos mais conceituados artistas plásticos portugueses da atualidade, Orlando Pompeu é detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Brasil, Estados Unidos, Dubai e Japão.

Nesta nova exposição que apresenta ao público, intitulada “ComTextos Pessoais”, composta por obras conceptuais, acrílico sobre tela e aguarelas, Orlando Pompeu acentua os elementos característicos da sua profícua carreira artística. Nomeadamente a sublimação do traço, da forma, do ritmo e do desenho que se revelam num conjunto significativo de trabalhos inéditos marcados pela criatividade, originalidade e contemporaneidade. Numa palavra um genuíno estilo pompeuano.

Na exposição “ComTextos Pessoais”, a mensagem predominante é o afeto e a ternura feminina, na esteira da sensibilidade e da beleza do universo feminino que estão muitos presentes ao longo do riquíssimo percurso cultural e artístico do mestre Pompeu Martins. Duas das obras expostas, são inclusivamente dedicadas à sua saudosa mãe, figura maternal que marcou indelevelmente o carácter e a personalidade do mestre.

3.º Nota – A projeção e a divulgação da obra do mestre-pintor Orlando Pompeu nas Comunidades Portuguesas  
A admiração e respeito mútuo que tem fortificado inclusive em trabalhos em conjunto ao nível literário, assim como o facto de sermos naturais da mesma aldeia que nos viu nascer, a nossa aldeia mãe em Cepães (concelho de Fafe) onde está estabelecido o atelier do mestre, e as ligações de amizade que unem as nossas famílias, confluem para que a médio prazo seja levado a cabo um conjunto diverso de apresentações da obra ímpar de Orlando Pompeu junto das Comunidades Portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, espaços onde tenho trabalhado ao longo da última década no domínio cultural e literário, assim como pela realização de um livro de antologia dedicado à incontornável carreira e obra de Orlando Pompeu.

4.º Nota – A arte em prol do Apoio Social   
É de referir e louvar, que em caso de vendas ao longo da exposição que estará patente ao público até ao dia 31 de janeiro do próximo ano, 20% será doado à Associação Vencedores do Cancro Unidos pela Vida, uma Associação sem fins lucrativos e que pretende que doentes e seus familiares tenham um apoio na luta contra o Cancro.

Esta dimensão da arte e empreendedorismo unidos por uma causa social, em prol de algo muito maior, é algo que não pode deixar de ser referido, e é sintomático das qualidades humanas dos dois amigos que nos trazem aqui hoje, a Dra. Maria Rosa Roeder, e em particular o mestre-pintor Orlando Pompeu.

Daniel Bastos, 21 de outubro de 2017

 


O risco de deportação de meio milhar de portugueses nos EUA



Uma das áreas políticas que tem gerado maior polémica na atual governação norte-americana, é inquestionavelmente a política de imigração delineada pela administração Trump, que tem causado não só impacto nos Estados Unidos da América como no estrangeiro, como mostram as proibições temporárias da entrada de cidadãos de países do Médio Oriente e de África.

Pretendendo essencialmente reduzir para metade o número de vistos de residência permanentes atribuídos anualmente e impor novos critérios para a entrada de imigrantes nos EUA, a nova estratégia da administração americana, liderada por Donald Trump, para a imigração rompe declaradamente com a história dos Estados Unidos, uma notável nação de imigrantes.

De facto, os pilares da principal nação do mundo foram construídos ao longo da sua história pela pujança da imigração inglesa, irlandesa, italiana, alemã, asiática, hispânica e de vários outros povos. Como afirma o historiador Alexander Keyssar “os estrangeiros construíram a América no passado e contribuem para o seu desenvolvimento até hoje”.

Também a comunidade lusa, cujas raízes no território norte-americano remontam sobretudo ao primeiro quartel do séc. XIX, quando entre 1820 e 1970 emigraram para os EUA cerca de meio milhão de portugueses, a maior parte deles oriundos dos Açores e da Madeira, ocupa um papel prestimoso no mosaico cultural americano.

No entanto, a população luso-americana que ultrapassa nos dias de hoje um milhão de pessoas, e está sobretudo concentrada na Califórnia, Massachusetts, Rhode Island e Nova Jérsia, não pode deixar de sentir algum incómodo pela inversão do paradigma das políticas de imigração norte-americana. 

É que para além do dever de memória, a comunidade luso-americana pode assistir nos tempos próximos, com o fim do programa “DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals)”, um programa que permite a jovens que foram levados para os EUA em criança de forma ilegal receberem proteção contra deportação, autorização de trabalho e número de segurança social, à possibilidade de deportação de meio milhar de jovens portugueses que deixam de estar abrangidos por este antigo projeto criado em 2012 pelo ex-presidente americano Barack Obama.