Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

domingo, 20 de março de 2022

Daniel Bastos distinguido pela comunidade portuguesa na Venezuela

 A Federação Iberoamericana de Luso Descendentes, uma associação de referência da comunidade portuguesa na Venezuela, que tem como principal desígnio a promoção da cultura e união luso-venezuelana, acaba de distinguir o historiador Daniel Bastos.



O representante da Fundação Nova Era Jean Pina junto das comunidades portuguesas, que ao longo dos últimos anos tem publicado vários livros no domínio da História e Emigração, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com a Diáspora, foi agraciado com a condecoração ordem: "Luís Vaz de Camões".

Na base da distinção atribuída encontra-se o relevante apoio que a Fundação Nova Era Jean Pina, cuja missão visa a promoção de uma cultura e rede de solidariedade na Diáspora, destinou à comunidade luso-venezuelana na última quadra natalícia, mormente a distribuição de 200 cabazes de Natal a famílias portuguesas residentes na Venezuela. Um apoio protocolado com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e operacionalizado pela Federação Iberoamericana de Luso Descendentes, que permitiu melhorar o Natal de compatriotas que vivem com graves dificuldades neste país da América Latina.

Refira-se que a condecoração está prevista ser entregue, em Lisboa, no decurso do mês de junho, pelo presidente geral da Federação Iberoamericana de Luso Descendentes, Jany Ferreira, na esteira das celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, numa cerimónia em que será também distinguido o instituidor da Fundação Nova Era Jean Pina, o empresário luso-francês João Pina, com a condecoração ordem: "Infante D. Henrique".

domingo, 13 de março de 2022

Comendador Carlos de Lemos: um paladino da comunidade luso-australiana

 

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas é a sua dimensão empreendedora e benemérita, como corroboram os percursos de diversos compatriotas que dinamizam atividades de relevo a nível económico, político, cultural e social.

Nos vários exemplos de patrícios que compõem e engrandecem a diáspora lusa, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia na promoção do país, destaca-se a trajetória do Comendador Carlos de Lemos, antigo Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, na Austrália, e um dos mais devotados paladinos da cultura e história portuguesa no continente-ilha.

Natural de Melgaço, vila raiana no distrito de Viana do Castelo, onde nasceu em 1926, Carlos Pereira de Lemos iniciou a sua vida profissional como topógrafo em Portugal, trabalhando depois em Moçambique, África do Sul, Timor e na Austrália. No périplo que encetou pelo mundo, o alto-minhoto que começou a trabalhar com apenas 12 anos de idade numa loja em Melgaço, e já adolescente num café em Monção, conheceu personalidades marcantes como Nelson Mandela, Samora Machel, Rui Cinatti ou José Ramos-Horta.

Detentor de uma formação eclética, Carlos de Lemos foi estudante na África do Sul – Rhodes University e University of South Africa, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociologia. E pós-graduou-se em Pedagogia na Universidade de Melbourne, tendo sido professor de Sociologia e Ciências Políticas no Royal Melbourne Institute of Technology, e de línguas na Universidade de Monash, assim como representante do Banco Borges em Melbourne.

A chegada ao território australiano na década de 80, onde viria a estabelecer-se, marcou o princípio de uma profunda ligação à comunidade luso-australiana, atualmente constituída por cerca de 50 mil portugueses, essencialmente disseminados por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney.

Paralelamente à sua atividade profissional, Carlos de Lemos tornou-se um importante dirigente associativo luso-australiano, através da criação de uma escola de português e de um programa de rádio. Em 1988, foi nomeado Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, incumbência que exerceu durante três décadas com intenso trabalho, num verdadeiro espirito de missão em prol da comunidade luso-australiana.

Nesse âmbito, foi o grande impulsionador do Festival Português de Warrnambool, uma cidade na costa sudoeste de Vitória, onde pelo seu incansável labor foi inaugurado em 2001 um padrão de homenagem aos navegadores portugueses, tendo inclusive sido dado a uma das ruas de Warrnambool o seu nome, “De Lemos Court”. Ainda, no alvorecer deste mês, o dinâmico nonagenário luso-australiano proferiu no Museu Marítimo de Warrnambool uma palestra onde abordou a tese da descoberta portuguesa da Austrália, que escora que terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, dois séculos e meio antes do capitão inglês James Cook.

O notável percurso de vida de Carlos de Lemos, patenteado no seu livro História de Uma Vida, publicado em 2016 e prefaciado pela antiga secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, foi distinguido em 2002 com a Ordem de Mérito, no grau de Comendador, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio. Mais recentemente Carlos de Lemos foi condecorado pelo Estado de Timor-Leste e pelo governo australiano com a Ordem da Austrália, assim como pelo Município de Melgaço com a atribuição da medalha de Cidadão de Mérito.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade luso-australiana, o exemplo de vida do Comendador Carlos de Lemos, devotado paladino da cultura e história portuguesa no continente-ilha, relembra-nos a interpelação de Nelson Mandela: “Será que alguém pensa genuinamente que se não conseguiu algo foi por não ter tido o talento, a força, a resistência e a determinação nesse sentido?”.

 

domingo, 6 de março de 2022

José Soares: empresário e benemérito da comunidade luso-americana de New Bedford

 

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.

Atualmente, segundo dados dos últimos censos americanos, residem nos EUA mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, principalmente concentrados na Califórnia, Massachusetts, Rhode Island e Nova Jérsia. A grande maioria da população luso-americana trabalha por conta de outrem, na indústria, mas são já muitos os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais e nas atividades políticas.

No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, onde proliferam centenas de associações recreativas e culturais, clubes desportivos e sociais, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, casas regionais e sociedades de beneficência e religiosas, destacam-se percursos de vida de vários compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).

Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças ao trabalho, ao mérito e ao empenho, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de José Soares, um dos mais destacados empresários e beneméritos da comunidade luso-americana de New Bedford.

Natural de Ribeiras, freguesia da ilha do Pico, arquipélago dos Açores, José Soares emigrou ainda adolescente para a América no alvorecer dos anos 70, acompanhado os pais na demanda de melhores condições de vida para uma família humilde, que tinha já assistido na década de 1960 à partida do filho mais velho para o Canadá.

A chegada à América marcou o início de um percurso de vida de um verdadeiro self-made man”, que sem saber falar inglês e com apenas a 4.ª classe portuguesa, conseguiu completar o liceu e obter um curso técnico de eletricidade, ao mesmo tempo que auxiliava o pai nas horas vagas a pintar e a fazer manutenção de casas de madeira.

 O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no seio familiar, impeliriam José Soares a fundar em 1979 a Bay State Drywall Company Inc., uma empresa de construção de referência no estado de Massachusetts, região da Nova Inglaterra. Atualmente com cerca de uma centena de funcionários, muitos deles portugueses, a Bay State tem ao longo das últimas décadas acumulado um importante portefólio de obras, mormente de centros comerciais, condomínios, supermercados e hotéis.

Radicado há mais de cinquenta anos nos Estados Unidos da América, o sucesso que o emigrante picoense alcançou ao longo dos últimos anos no mundo dos negócios, tem sido acompanhado igualmente de um apoio constante à comunidade luso-americana de New Bedford, onde é reconhecida a sua generosidade por ter pago, por exemplo, livros e material para vários alunos estudarem a língua de Camões.

Um dos mais destacados empresários e beneméritos da comunidade luso-americana, o exemplo de vida de José Soares, cujo apego às suas raízes açorianas contribuiu para ser em 1997 um dos fundadores da Azorean Maritime Heritage Society (AMHS) em New Bedford, inspira-nos a máxima do prolífico escritor francês Honoré de Balzac: “ Seja no que for, só se recebe na medida do que se dá”.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Fundação Nova Era Jean Pina reforça doação de bens a instituições de Fafe

 

A Fundação Nova Era Jean Pina, uma instituição presidida pelo empresário benemérito luso-francês, João Pina, administrador do Grupo Pina Jean, sediado nos arredores de Paris, que tem cooperado com várias associações fafenses, reforçou no início do mês a doação de bens que tem encaminhado para o concelho.


O historiador Daniel Bastos (dir), representante da Fundação Nova Era Jean Pina junto das Comunidades Portuguesas, no armazém da Cruz Vermelha de Fafe, acompanhado do presidente da instituição local, Capitão António Fernandes (esq.), de Sílvia Freitas, coordenadora do projeto Família+Feliz, e de José Mota, vice-presidente da instituição local

Nesse sentido, a Delegação de Fafe da Cruz Vermelha, instituição local que presta assistência humanitária e social, em especial aos mais vulneráveis, e que recentemente assinou um protocolo de colaboração com a Fundação luso-francesa, foi novamente contemplada com o envio de diversos alimentos, produtos de higiene, roupa e calçado. Assim como, a Associação de Defesa dos Direitos dos Animais e Floresta (ADDAF), entidade local responsável pelo trabalho de voluntariado no canil municipal, que auferiu uma vez mais de produtos de limpeza, designadamente lixívia.

Conjuntamente com estas instituições, a CERCIFAF, uma organização local que presta serviços de referência às pessoas com deficiência e incapacidade e suas famílias que acrescentem valor, mobilizando uma rede integrada de recursos para a satisfação das suas necessidades e expectativas, recebeu da Fundação Nova Era Jean Pina produtos de higiene íntima feminina.

Refira-se que os custos de transporte dos bens que chegaram no início deste mês ao concelho provenientes de França foram suportados pela Transnós, uma empresa local especializada no transporte, armazenagem, logística e distribuição de mercadorias.