Há
75 anos, foi
libertado pelas tropas aliadas o campo de concentração de Auschwitz, símbolo máximo da
barbárie humana.Em memória de todos aqueles que padeceram a crueldade hedionda
do nazismo, revivo o poema que escrevi no meu livro de poesia “Terra”,
intitulado “Relembrar Auschwitz”, magnificamente ilustrado pelo mestre-pintor Orlando
Pompeu, e vertido para francês pelo tradutor Paulo Teixeira, e que partilho com todos para que nunca mais
voltem “as cinzas da história que nunca devíamos ter deixado acontecer”.
Morgado de Fafe
O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
sábado, 25 de janeiro de 2020
O legado da emigração madeirense em Trindade e Tobago
No
âmbito da recente estreia em Portugal do filme "1917", oitava longa-metragem do
afamado realizador britânico Sam Mendes que evoca a I Guerra
Mundial, tem sido muito badalado o facto da pelicula cinematográfica
ser inspirada nas vivências do seu avô português Alfred Mendes. Um
antigo soldado
que se tornou um dos escritores de referência da literatura caribenha, e que
era filho de um emigrante português que partiu da Madeira para a antiga colónia inglesa de Trindade e Tobago,
na confluência do mar das Caraíbas com o oceano
Atlântico.
Esta
origem madeirense de “1917”, um dos grandes favoritos aos Óscares deste ano, tem por estes dias impelido a redescoberta do fluxo
emigratório oitocentista madeirense para Trindade e
Tobago. Uma onda emigratória profusamente estudada por Vítor
Paulo Freitas Teixeira, especialista em Estudos Interculturais (Variante
de Estudos Luso-Brasileiros), e autor da tese Entre a Madeira e as Antilhas: a emigração
para a Ilha de Trindade: século XIX.
Como
aponta o investigador natural da Camacha, a onda emigratória madeirense para a
nação caribenha composta por duas ilhas, perto da Venezuela, remonta à centúria
oitocentista. Uma época em que as crises agrícolas, o excesso demográfico e o recrutamento
militar obrigatório que atingiram a pérola do Atlântico, compeliram mais de
dois milhares de madeirenses a emigrar para as Antilhas Britânicas, em
particular para Trindade e Tobago, nas
plantações de cana-de-açúcar.
No
início do século XX vários destes madeirenses ou seus descendentes, tornar-se-iam
donos de pequenos comércios. Reminiscências que ainda hoje perduram em anúncios
em Porto de Espanha, capital de Trindade e
Tobago: Camacho Bros., Ferreira Optical,
padarias Coelho's, ou o famoso Rum Fernandes, uma bebida secular, entretanto
vendida à multinacional Baccardi.
A presença madeirense em Trindade e Tobago esteve ainda no alvorecer do
séc. XX na base da criação da Associação
Portuguesa Primeiro de Dezembro, um Clube Português cujo
“objectivo de unir a comunidade madeirense,
e aumentar o seu prestígio na colónia inglesa”, constitui segundo Vítor Paulo
Freitas Teixeira, um “elo com o Passado, e um tributo aos antepassados que fizeram um século XIX de presença
madeirense na Ilha de Trindade, e um reforço aos descendentes
que continuaram a caminhada no século XX”.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Retratos da emigração portuguesa na literatura infanto-juvenil
Nas
últimas décadas a literatura infanto-juvenil, um ramo da
literatura dedicado especialmente às crianças e jovens adolescentes, tem-se
assumido concomitantemente como um dos géneros mais apreciados no panorama
editorial português e uma relevante ferramenta para a criação de hábitos
leitura.
Impulsionados
por programas públicos, como o Plano Nacional de
Leitura (PNL) e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) que têm contribuído
decisivamente em Portugal para o desenvolvimento de uma estratégia de promoção
da literacia no público mais jovem, cada vez mais escritores, ilustradores e
projetos editoriais têm apostado na conceção de livros destinados a crianças e jovens adolescentes.
Entre
as várias temáticas abordadas, o fenómeno da
emigração, uma realidade socio-histórica incontornável na sociedade
portuguesa, tem sido alvo de múltiplas abordagens por parte de autores de literatura para crianças e jovens. É o caso, por
exemplo, de António
Mota, um dos mais conhecidos autores de literatura portuguesa juvenil que em
2012 lançou a obra O Agosto que Nunca Esqueci, um livro recomendado pelo PNL para leitores fluentes dos 12 aos 14
anos, que constitui um retrato da emigração
portuguesa dos anos 60.
Recentemente, no passado mês de dezembro, foi apresentado na
cidade costeira da Póvoa de Varzim o livro infantil Emigração. Que palavra esquisita!, uma
obra assinada por Marta Pinto e ilustrada por Natacha Lourosa, cuja narrativa
percorre a história de Clara, uma menina como tantas outras que vê o pai ter de
viajar para longe, para outro país, para trabalhar, e que aguarda ansiosa pelo
seu regresso.
Ainda
nesse mês, a Associação dos Emigrantes Açorianos (AEA), cuja sede funciona nas
instalações do Museu da Emigração Açoriana, na Ribeira Grande, ilha de São
Miguel, lançou o livro infanto-juvenil Açores,
uma caça ao sonho americano, que narra a história dos primeiros açorianos
que chegaram aos Estados Unidos da América, por via da caça à baleia, no século
XVIII. Com textos de Patrícia Carreira e ilustrações de Romeu Cruz, o livro
bilingue que se encontra traduzido para inglês, estará disponível na costa
Leste dos Estados Unidos a partir de fevereiro, sendo que as receitas das suas
vendas reverterão para a edição de um novo livro, em maio, sobre a história da
emigração açoriana para o Canadá, outro dos principais destinos da diáspora
açoriana.
sábado, 11 de janeiro de 2020
Daniel Bastos distinguido pelo segundo ano consecutivo “Português de Valor” na comunidade lusa em França
No âmbito da 10.ª edição do prémio "Portugueses de Valor", uma iniciativa organizada pela revista da diáspora Lusopress, um relevante meio de comunicação social da comunidade lusa em França, o escritor e historiador natural de Fafe, Daniel Bastos, que tem realizado um relevante conjunto de trabalhos no campo da Emigração e História, foi nomeado pelo segundo ano consecutivo como um dos “Portugueses de Valor 2020”.
A iniciativa, que tem o Alto Patrocínio do Presidente da República, demanda valorizar anualmente 100 portugueses que se encontram espalhados pelo mundo, e cujo percurso profissional, pessoal ou associativo se tem destacado em prol das Comunidades Portuguesas.
Refira-se ainda, que de 28 a 31 de maio, será realizada na cidade de Bragança uma gala que vai premiar seis portugueses de França, dois do resto do mundo e dois de Portugal, a partir da seleção de cem pessoas, que levam o nome de Portugal mais longe, no campo cultural, empresarial, associativo e solidário, e cujas histórias vão ser reunidas no livro "Portugueses de Valor 2020".
domingo, 5 de janeiro de 2020
Vidas Sem Fronteiras
Já
não é novidade para ninguém que as novas tecnologias estão a mudar a forma como vivemos em
sociedade. Uma “sociedade em rede” marcada pela constante revolução digital
impulsionada pela internet, ferramenta de trabalho que ao possibilitar
uma rápida difusão do conhecimento e informação transformou o mundo numa grande
aldeia global.
O
uso desta poderosa ferramenta do homem está, por força disso mesmo, cada vez
mais presente na experiência emigratória portuguesa espalhada pelos quatro
cantos de um mundo incontornavelmente digital e interconectado. Como assinala
Cátia Ferreira, investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Cultura
(UCP) e no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (ISCTE), num
relevante artigo publicado no final da década transata intitulado Identidades lusófonas em rede: importância
da internet na relação dos emigrantes portugueses nos EUA com a cultura de
origem, a “forma como os emigrantes portugueses comunicam está a mudar, o
recurso à internet parece estar cada vez mais generalizado. Este novo meio de
comunicação é apontado por muitos emigrantes como um dos meios mais utilizados
no contacto com a cultura de origem, promovendo assim situações de diálogo
intercultural que fomentam o desenvolvimento de identidades em rede”.
Um
dos exemplos paradigmáticos das potencialidades do “diálogo intercultural” e
das “identidades em rede” impelido pelo uso da internet no seio do fenómeno
migratório nacional, encontra-se vertido na plataforma online “Vidas Sem Fronteira”, que pretende formar uma rede de
participantes que queiram partilhar experiências interessantes para o sucesso
de uma emigração.
Dinamizada
por duas amigas, mulheres e mães portuguesas, Joana Barbosa e Maria Pereira,
que se casaram com homens que escolheram carreiras internacionais, opção
socioprofissional que contribui para que as famílias de ambas mudem
frequentemente de país, a plataforma assume-se como um espaço de partilha de
vivências e de contactos para quem, por exemplo, pretenda começar um novo
percurso de vida no estrangeiro. Com várias abordagens de temas e assuntos, e
com uma rede de participantes onde impera o universo feminino, este projeto
singular também presente nas redes sociais, constitui-se essencialmente como
uma valiosa plataforma de resolução de dificuldades e desafios entre cidadãos
portugueses disseminados pelo mundo.
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