Com o aproximar do 43.º aniversário da morte do poeta e
Nobel da Literatura Pablo
Neruda, que morreu a 23 de setembro de 1973, um dos
maiores poetas da literatura contemporânea, revivo o poema “Um dia
partiremos para Isla Negra”, uma das residências de Pablo Neruda, simbolicamente
revisitadas no meu livro de poesia “Terra” magnificamente ilustrado pelo
mestre-pintor Orlando Pompeu.
Um
dia partiremos para Isla Negra
Companheiros, enterrem-me na Isla Negra
Pablo Neruda, Canto Geral
Companheiros, enterrem-me na Isla Negra
Pablo Neruda, Canto Geral
Um dia partiremos para Isla Negra
paraíso de areia branca
e escarpas alpestres
adornadas de flores silvestres,
onde nos aguarda de braços abertos
o poeta que decantou o amor
proclamando sílabas tónicas de afetos.
Partiremos orientados pelos astrolábios
envelhecidos pelo tempo que passou
e ouviremos nos búzios ao amanhecer
o som das ondas a acariciarem o areal
dissolvendo os rastros das nossas pegadas
no sal da vida que continuará a renascer…
Daniel Bastos, “Um
dia partiremos para Isla Negra”, in
Terra.