Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

domingo, 10 de agosto de 2025

John Medeiros: um luso-canadiano de referência na indústria da aviação

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político. Nos vários exemplos de empresários portugueses da diáspora, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de John Medeiros, um empreendedor de referência da comunidade luso-canadiana na indústria da aviação. Natural da Ribeira Seca, freguesia do município da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, a maior ilha dos Açores, João Medeiros emigrou para o Canadá em 1979, com 16 anos de idade, no seguimento de uma carta de chamada passada pela irmã. Contexto que impeliu então, a sua família, na esteira da trajetória de milhares de compatriotas, a procurar melhores condições de vida no segundo maior país do mundo em extensão territorial. A chegada a Brampton, cidade da província do Ontário que integra a região metropolitana de Toronto, cuja população atual ultrapassa o meio milhão de habitantes, e segundo dados dos censos canadianos os portugueses residentes suplantam os 25 mil, alavancou o percurso de vida de um verdadeiro “self-made man”. Malgrado o percurso migratório tenha entravado a concretização de uma promissora carreira futebolística no torrão arquipelágico, e os primeiros tempos no território canadiano tenham sido marcados pelas mudanças e desafios da adolescência, e barreiras linguísticas e culturais, o jovem emigrante ribeiragrandense cedo começou a trabalhar numa fábrica de peças de borracha para automóveis e aviões. O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no seio familiar, e que o levaram ainda a jogar futebol no Canadá, impulsionaram decisivamente o emigrante açoriano a estudar mecânica de aeronaves e a trabalhar em várias companhias aéreas. Este esforço, e busca constante por conhecimento e aperfeiçoamento profissional, escoraram que John Medeiros, como é conhecido no Canadá, fundasse em 1993, com o apoio da esposa Saulina, grande suporte e companheira de vida, a LC Aviation. Uma empresa canadiana, que graças ao arrojo, e inexcedível capacidade de mérito e inovação do seu timoneiro, tem-se assumido ao longo das últimas décadas como uma referência na indústria da aviação. Assim, comprovam as parcerias estratégicas e relações profissionais da LC Aviation, em vários mercados internacionais, ao nível do fornecimento de peças e serviços, como seja o caso, do Grupo SATA, que opera uma vasta rede de rotas regulares, nacionais e internacionais, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento económico e social da Região Autónoma dos Açores. Numa fase da vida em que alveja a reforma e pondera a venda da empresa, porquanto os filhos não têm interesse em prosseguir o negócio da aviação, um trabalho de horas a fio e de árdua conciliação com a vida familiar. O arrojo e determinação do empresário luso-canadiano de referência na indústria da aviação, que nuca olvida as suas raízes açorianas intrinsecamente ligadas com a história e cultura portuguesas, relembra-nos a máxima de Dale Carnegie, uma das figuras mais importantes no campo da literatura de desenvolvimento pessoal e profissional: “Tente a sua sorte! A vida é feita de oportunidades. O homem que vai mais longe é quase sempre aquele que tem coragem de arriscar”.

sábado, 2 de agosto de 2025

Pico acolhe apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”

No dia 16 de agosto (sábado), é apresentado na Ilha do Pico, a segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”. A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 20h00, no Salão da Silveira, concelho das Lajes do Pico, no âmbito do encerramento das cerimónias da Festa da Mãe de Deus. A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor açoriano Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do antigo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que atualmente assume as funções de Deputado à Assembleia da República e Secretário-Geral do Partido Socialista. Na mesa de honra da sessão de apresentação do livro estarão também presentes, Ana Brum, Presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico; João António das Neves, Cónego da Sé de Angra; Tomás Orlando Cardoso, Presidente do Centro Social da Silveira; e Manuel Eduardo Vieira, reputado empresário e filantropo da comunidade portuguesa na Califórnia.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário profusamente ilustrado, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo. Como é o caso da estátua do comendador Manuel Eduardo Vieira, natural da Silveira, uma das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana na Califórnia, que através de uma trajetória de mérito empresarial, tornou-se, a partir do Vale de São Joaquim, no maior produtor de batata-doce biológica do mundo. E cuja dimensão empreendedora e filantropa, estiveram na base da inauguração pela edilidade lajense em 2017, na Praceta do Centro Social da Silveira, do qual é um benemérito de referência, de uma estátua em sua homenagem, concebida pelo escultor açoriano Rui Goulart, que eterniza igualmente a generosidade que tem repartido por diversas associações da ilha do Pico. A sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração, um fenómeno marcante na história da Ilha do Pico, que é aberta à comunidade, e inclui um beberete convívio abrilhantado pelas atuações de Manuel Francisco Costa Jr., e a Tuna do Centro Social da Silveira Chamarritas, ao constituir-se como uma homenagem ao comendador Manuel Eduardo Vieira. É, simultaneamente, um tributo à comunidade açoriana na América do Norte, em particular, às comunidades picoenses, que fortemente presentes nos Estados Unidos e Canadá, exercem um papel relevante no desenvolvimento das pátrias de acolhimento e no território arquipelágico, perpetuando além-fonteiras os costumes e tradições açorianas. No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e a açorianidade, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

José Luís Carvalho: um paladino da cultura portuguesa em Andorra

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora e associativa, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo. Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura portuguesa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso singular de José Luís Carvalho em prol da portugalidade em Andorra. Natural de Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, José Luís Carvalho emigrou, no alvorecer da década de 1990, para Andorra, um pequeno principado independente situado entre a França e a Espanha, nas montanhas dos Pirenéus, com pouco mais de 80 mil habitantes, dos quais atualmente, cerca de 14% são portugueses. Almejando melhores condições de vida e dotado de um espírito audaz, o emigrante ancorense, que tinha alguns familiares em Andorra, o que facilitou a integração no principado, começou a trilhar um percurso socioprofissional de sucesso como agente comercial de seguros. E, concomitantemente, como um dirigente associativo de referência no seio do Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, uma das mais dinâmicas agremiações luso-andorrenhas, do qual é também membro fundador desde os anos 90, e atualmente, diretor artístico e presidente da Casa de Portugal de Andorra. No decurso das últimas décadas, o Grupo de Folclore Casa de Portugal, muito por causa da participação inspiradora e da direção comprometida de José Luís Caralho, tem-se assumido no principado como uma genuína vitrina da cultura lusa, através da dinamização e preservação de tradições, danças e músicas, que têm fortalecido decisivamente os laços entre Portugal e Andorra. Entre as várias atividades dinamizadas pelo Grupo de Folclore Casa de Portugal, no âmbito da preservação e divulgação da cultura popular lusa no principado andorrenho, destaca-se o Festival de Folclore Ibérico – Principado de Andorra. Uma relevante iniciativa cultural, que ainda no passado mês de maio, por ocasião do 29.º aniversário da coletividade, congregou na 9.ª mostra deste evento ibérico, na cidade de Escaldes-Engordany, 150 folcloristas em Andorra. Na mesma esteira, evidencia-se o emblemático mercado tradicional, “O Feirão”, uma recriação tradicional dos antigos mercados minhotos, que no aclarar de julho, celebrou na Plaça Guillemó, no coração da capital andorrana, a sua 10.ª edição. Paralelamente, à dinâmica associativa que muito tem incutido no Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, igualmente manifesta na nova sede da coletividade, inaugurada no ano passado, no centro cultural La Llanterna na cidade de Escaldes-Engordany. O emigrante minhoto, que também é colaborador assíduo da imprensa de língua portuguesa na diáspora, foi entre 1997 e 2004, Membro do Conselho das Comunidades; entre 2004 e 2008, Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Andorra; tendo em 2012, sido distinguido com medalha de mérito prateada pelo Município de Caminha. O trabalho meritório e o contributo estruturante de José Luís Carvalho no fortalecimento dos laços culturais entre Portugal e Andorra, impulsionaram o jornal “Periódic d`Andorra”, a distinguir o emigrante ancorense, na categoria Social, com o prémio "Andorranos 2006". Sendo que, no ano seguinte, o então Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Andorra, lançou o livro "Portugueses em Andorra - Uma Visão Global", que computou inclusive a presença do Secretário de Estado das Comunidades, António Braga. Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em Andorra, sexta menor nação da Europa onde vivem e trabalham à volta de 10 mil emigrantes portugueses, sobretudo nas áreas da construção, hotelaria e serviços, o exemplo de vida inspirador do emigrante e dirigente associativo José Luís Carvalho, genuíno paladino da cultura portuguesa em Andorra, relembra-nos a máxima do filósofo e ensaísta José Ortega y Gasset: “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem”.

domingo, 20 de julho de 2025

Com a mala cheia de sonhos

Nos últimos anos, o acervo bibliográfico sobre o fenómeno migratório tem sido profusamente enriquecido com o lançamento de um conjunto significativo de livros, que têm ampliado o estudo e conhecimento sobre a história da emigração portuguesa. Um dos exemplos mais recentes, que asseveram a importância destas obras no campo da mundividência da emigração, encontra-se vertido no livro “Com a mala cheia de sonhos”, da autoria da professora e escritora Graça Maria Nóbrega Alves, atualmente diretora do Museu de Arte Sacra do Funchal. Concebido a partir das memórias do antigo emigrante Manuel Alexandre da Costa, natural da Ponta do Pargo, município da Calheta, na ilha da Madeira, que emigrou na década de 1960, ainda pré-adolescente, para a África do Sul, e regressou à “pérola do Atlântico” no alvorecer dos anos 90. Este livro, com a chancela da Unidade Diáspora e das Migrações do Município do Funchal, e que foi lançado no dia 9 de julho, no Salão Nobre da edilidade funchalense, mais do que uma singular história de vida intrinsecamente ligada à emigração madeirense para a África do Sul, é acima de tudo, uma homenagem coletiva à numerosa comunidade de origem lusa, presentemente constituída por cerca de 200 mil cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes, na sua maioria com raízes madeirenses e estabelecida em Joanesburgo, a maior cidade da nação “arco-íris”. Realidade intrínseca à identidade madeirense, que marca desde o povoamento do arquipélago até à atualidade, as suas dimensões sociais, culturais, económicas e políticas. A imensa diáspora da “pérola do Atlântico”, estimada em cerca de 1,5 milhões de madeirenses e descendentes, que transportam consigo tradições e memórias por todos os continentes, teve na África do Sul, no decurso da segunda metade do séc. XX, um dos seus mais importantes espaços de destino. O distinto testemunho da experiência migratória de Manuel Alexandre da Costa, hodiernamente vice-presidente da Assembleia da ApiMadeira e da Associação Luso-Sul-Africana Portuguesa, conhecido por cultivar a simplicidade e humildade, assim como os valores do trabalho, da resiliência, da fé, da família e a firmeza da amizade, representa deste modo, um relevante contributo para o conhecimento do passado da comunidade portuguesa na África do Sul. E essencialmente, um sinal de esperança para o presente e futuro de uma numerosa comunidade de origem portuguesa, tão sacudida por estes dias, por ondas de violência e crimes de sequestro Como salientou a Secretária Regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, que em conjunto com o Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, a Vereadora Ana Bracamonte, e o Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa, Sancho Gomes, marcaram presença numa sessão de lançamento repleta de público, este livro “é um testemunho poderoso da coragem silenciosa de muitos madeirenses que partiram em busca de um futuro melhor. É também uma homenagem à diáspora, ao valor da memória e à importância de dar voz às histórias de vida que fazem parte do nosso património coletivo. Felicito a autora pela delicadeza com que transformou uma vida em narrativa, e o Manuel, pela generosidade de a partilhar connosco.”

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Manuel Carvalho: empresário e benemérito da comunidade portuguesa em Nova Iorque

A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua reconhecida integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial. No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”). Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças à capacidade de trabalho e de mérito, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de Manuel Carvalho, conhecido empresário na área da restauração em Mineola, no estado de Nova Iorque. Natural de Tamengos, povoação do concelho de Anadia, Manuel Carvalho começou desde tenra idade anos a trabalhar no setor da restauração na região demarcada da Bairrada, designadamente no vetusto Restaurante Pompeu dos Frangos, onde alcançou muito cedo uma importante experiência profissional ao nível de liderança, empatia e adaptação numa área de trabalho desafiante e de constante atualização. Em 1984, na casa dos trinta anos, o profissional de restauração anadiense, ambicionando melhores condições de vida e através de ligações familiares na América do Norte, emigrou para os Estados Unidos, começando desde logo a trabalhar em regime de part-time na área da restauração e simultaneamente durante quatro anos no sector da construção civil. A chegada ao território americano vincou assim um percurso de vida forjado no trabalho, esforço e resiliência, que permitiu desde logo ultrapassar a barreira linguística e lançar as bases da concretização do sonho de uma vida, a abertura em 1993 do seu próprio restaurante, a churrasqueira Bairrada, em Mineola, na região nova-iorquina de Long Island. Mais do que um restaurante, o restaurante Bairrada, um projeto de vida do emigrante Manuel Carvalho, tornou-se rapidamente um enorme caso de sucesso, assente no carisma do proprietário, e na comida típica portuguesa, como seja o popular frango de churrasco, que levou inclusive nesse período um dos jornais americanos mais conceituados, o “The New York Times”, a destacar o “Bairrada” e a considerá-lo durante vários anos consecutivos o melhor restaurante luso na ilha situada no sudeste do estado de Nova Iorque. Muito popular entre os luso-americanos, e várias figuras norte-americanas de Long Island, a churrasqueira Bairrada, que no ano transato passou por obras de expansão e melhoramentos, além de um importante impulsionador do “mercado da saudade”, através da importação de produtos portugueses de referência, como seja o sal, o azeite ou o queijo, tornou-se até aos dias de hoje um espaço singular da portugalidade no estado americano de Nova Iorque, onde se estima que vivam e trabalhem mais de 50 mil pessoas de origem portuguesa. O sucesso que o empresário de restauração luso-americano alcançou ao longo das últimas décadas, tem sido constantemente acompanhado de uma notável filantropia, dinamizada pela Fundação Família Carvalho, em prol de comunidades da pátria de acolhimento e de origem. Em 2017, por exemplo, impulsionou um evento no restaurante Bairrada, que aglutinou a comunidade luso-americana e permitiu angariar cerca de 25 mil dólares que foram entregues à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia. A constante e singular generosidade do empresário de restauração luso-americano, que ainda no ocaso do ano passado organizou um evento similar em prol dos Bombeiros Voluntários de Anadia, possibilitando assim encontrar formas e meios para apetrechar ao longo dos anos os “Soldados da Paz” da sua terra-mãe. Impeliu a corporação em 2023, no âmbito do seu 90.º aniversario, a prestar no salão nobre uma homenagem e reconhecimento público ao sócio benemérito Manuel Carvalho. Constante e singular generosidade que ao longo dos anos se tem estendido à preservação da língua, costumes e tradições portuguesas em Long Island, através da entrega de donativos à Escola Portuguesa Júlio Dinis, ou ao Rancho Folclórico Sonhos e Juventude de Portugal. Assim como, à pátria de acolhimento, sendo mesmo reconhecido como “elemento honorário” pelos Bombeiros de Mineola, e à pátria de origem do grande suporte e companheira de vida, Jackie Carvalho, natural do Panamá. Ainda em 2023, Manuel Carvalho recebeu a mais alta distinção dos Bombeiros do Panamá, o país mais meridional da América Central. Já no decurso do presente mês, o emigrante natural de Anadia e radicado nos EUA há mais de quarenta anos, em cerimónia realizada na sede dos Bombeiros de Mineola, foi distinguido, com insígnia de ouro, pela “Dirección General de Ceremonial da República Argentina”, em representação dos “Bombeiros Ceiberos e do Comando Federativo de Jefes”. E pela Bolívar Palacios Family, com o título de “Grande Cavaleiro da Ordem dos Descendentes da Família Bolívar Palacios”, convergindo ambos os galardões no justo reconhecimento público da benemerência de Manuel Carvalho em prol de povos e sociedades da América do Norte, Central e Sul.

domingo, 13 de julho de 2025

Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado no Baixo Minho

O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, recentemente concebido pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento de mais de uma centena de Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi no decurso do presente mês apresentado em municípios do Baixo Minho. No passado dia 6 de julho, a obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, que se assume como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal, foi apresentada no âmbito da 42.ª Feira do Livro de Barcelos. Um evento cultural, que ano após ano, transforma a cidade minhota num verdadeiro palco de palavras vivas, onde a literatura dialoga com a música, o teatro, a infância, a ciência e a emoção.
Na passada sexta-feira (11 de julho), o livro realizado com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, foi apresentada na Biblioteca Municipal de Amares, no âmbito das VI Jornadas Interconcelhias de Bibliotecas, sob o tema “De Regresso à Leitura”, uma iniciativa dedicada à promoção da leitura e da escrita, envolvendo os concelhos de Vila Verde, Terras de Bouro e Amares.
As sessões de apresentação, ambas muito participadas pelas comunidades locais, ao contribuírem para a dinamização da história e a memória de territórios fortemente marcados pela emigração, constituíram uma homenagem aos milhares de emigrantes espalhados dispersa geografia da diáspora lusa. Refira-se que esta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, onde são evidenciadas as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração para França, Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, será apresentada no próximo dia 5 de agosto, na Festa do Emigrante em Fafe, cuja celebração assinala a chegada dos milhares de emigrantes que todos os anos regressam à Sala de Visitas do Minho.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Comunidade portuguesa em Toronto recebeu apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”

No passado sábado (28 de junho), a comunidade luso-canadiana em Toronto, recebeu a apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”. A obra, concebida pelo historiador fafense Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na Peach Gallery, localizada na College Street, em Toronto. A sessão de apresentação que encheu um dos espaços culturais de referência da comunidade luso-canadiana de emigrantes, lusodescendentes, líderes comunitários, dirigentes associativos, órgãos de comunicação social da diáspora e contou com a presença do deputado federal canadiano, Peter Fonseca, da Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, e da Vice-Cônsul do Consulado-Geral de Angola em Toronto, Albertina Cassule. Esteve a cargo do presidente da MDC Media Group, comendador Manuel DaCosta, que enalteceu “um livro que preserva a história dos emigrantes portugueses”. Segundo o mesmo, a apresentação desta história ilustrada da diáspora, no decurso “do Mês do Património Português em Toronto, constitui um tributo à comunidade portuguesa no Canadá”. Este novo livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, e realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo fotógrafo Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal continental e insular, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora, como é o caso da emigração portuguesa para o Canadá. Refira-se que no decurso da sessão, ambos os representantes diplomáticos e políticos presentes na sessão, destacaram publicamente a importância da cultura, língua portuguesa e da lusofonia. Tendo o deputado federal Peter Fonseca, em nome do Governo e do primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, distinguido com um certificado da Câmara dos Comuns do Canadá, o comendador Manuel DaCosta, o historiador Daniel Bastos e o fotógrafo Luís Carvalhido, em reconhecimento do contributo da sessão e do livro em prol da dinamização da história da comunidade luso-canadiana, uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte. Assim como, que a totalidade das receitas da venda dos livros reverteram a favor da Magellan Community Foundation, uma instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para seniores de expressão portuguesa. E que, ao longo do ano estão previstas mais sessões de apresentação da obra nas comunidades portuguesas e no território nacional.