Morgado de Fafe
O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.
sexta-feira, 25 de julho de 2025
José Luís Carvalho: um paladino da cultura portuguesa em Andorra
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora e associativa, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.
Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura portuguesa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso singular de José Luís Carvalho em prol da portugalidade em Andorra.
Natural de Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, José Luís Carvalho emigrou, no alvorecer da década de 1990, para Andorra, um pequeno principado independente situado entre a França e a Espanha, nas montanhas dos Pirenéus, com pouco mais de 80 mil habitantes, dos quais atualmente, cerca de 14% são portugueses.
Almejando melhores condições de vida e dotado de um espírito audaz, o emigrante ancorense, que tinha alguns familiares em Andorra, o que facilitou a integração no principado, começou a trilhar um percurso socioprofissional de sucesso como agente comercial de seguros. E, concomitantemente, como um dirigente associativo de referência no seio do Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, uma das mais dinâmicas agremiações luso-andorrenhas, do qual é também membro fundador desde os anos 90, e atualmente, diretor artístico e presidente da Casa de Portugal de Andorra.
No decurso das últimas décadas, o Grupo de Folclore Casa de Portugal, muito por causa da participação inspiradora e da direção comprometida de José Luís Caralho, tem-se assumido no principado como uma genuína vitrina da cultura lusa, através da dinamização e preservação de tradições, danças e músicas, que têm fortalecido decisivamente os laços entre Portugal e Andorra.
Entre as várias atividades dinamizadas pelo Grupo de Folclore Casa de Portugal, no âmbito da preservação e divulgação da cultura popular lusa no principado andorrenho, destaca-se o Festival de Folclore Ibérico – Principado de Andorra. Uma relevante iniciativa cultural, que ainda no passado mês de maio, por ocasião do 29.º aniversário da coletividade, congregou na 9.ª mostra deste evento ibérico, na cidade de Escaldes-Engordany, 150 folcloristas em Andorra. Na mesma esteira, evidencia-se o emblemático mercado tradicional, “O Feirão”, uma recriação tradicional dos antigos mercados minhotos, que no aclarar de julho, celebrou na Plaça Guillemó, no coração da capital andorrana, a sua 10.ª edição.
Paralelamente, à dinâmica associativa que muito tem incutido no Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, igualmente manifesta na nova sede da coletividade, inaugurada no ano passado, no centro cultural La Llanterna na cidade de Escaldes-Engordany. O emigrante minhoto, que também é colaborador assíduo da imprensa de língua portuguesa na diáspora, foi entre 1997 e 2004, Membro do Conselho das Comunidades; entre 2004 e 2008, Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Andorra; tendo em 2012, sido distinguido com medalha de mérito prateada pelo Município de Caminha.
O trabalho meritório e o contributo estruturante de José Luís Carvalho no fortalecimento dos laços culturais entre Portugal e Andorra, impulsionaram o jornal “Periódic d`Andorra”, a distinguir o emigrante ancorense, na categoria Social, com o prémio "Andorranos 2006". Sendo que, no ano seguinte, o então Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Andorra, lançou o livro "Portugueses em Andorra - Uma Visão Global", que computou inclusive a presença do Secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em Andorra, sexta menor nação da Europa onde vivem e trabalham à volta de 10 mil emigrantes portugueses, sobretudo nas áreas da construção, hotelaria e serviços, o exemplo de vida inspirador do emigrante e dirigente associativo José Luís Carvalho, genuíno paladino da cultura portuguesa em Andorra, relembra-nos a máxima do filósofo e ensaísta José Ortega y Gasset: “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem”.
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