Nos
últimos anos temos assistido no seio das comunidades portuguesas disseminadas
pelos quatro cantos do mundo, a um conjunto frequente de visitas de autarcas às
pátrias para onde emigraram muitos filhos das suas terras à procura de melhores
condições de vida.
A
ligação forte entre o poder local, designadamente os seus representantes, e as
populações, uma das maiores realizações do regime democrático
português, impulsionaram ao longo das últimas décadas ao estabelecimento
de laços de geminação de muitos municípios com cidades além-fronteiras onde
estão presentes as comunidades lusas.
Os
protocolos de geminação, que visam criarem relações de amizade, solidariedade e
intercâmbio, e em vários casos relações aos níveis económico e cultural, têm
sido um dos principais motivos das viagens dos autarcas às suas comunidades
emigrantes. Muitas das vezes reforçadas pela existência nessas comunidades de
associações e clubes vincadamente marcados pela sua terra de origem, que
adotaram inclusive a denominação da sua proveniência, e de forma bairrista e
desprendida muitos dos seus associados se constituem como genuínos embaixadores
dos seus territórios de berço.
Embora
sintomática de debilidades estruturais do país, como a queda demográfica ou o
despovoamento, muitos autarcas de territórios fortemente marcados pelo fenómeno
migratório, desde há muito tempo perceberam as potencialidades das suas
comunidades emigrantes na dinamização e valorização da economia local.
As
potencialidades do mercado da saudade têm levado inúmeros autarcas a
participarem nas mais variadas iniciativas, festas e feiras realizadas
periodicamente no seio das comunidades portuguesas, quase sempre animadas por
espetáculos e músicas típicas das regiões dos emigrantes. Procurando deste modo
promover e levar para junto da comunidade emigrante produtos e atividades
económicas do seu concelho de forma a dinamizar a economia local.
Esta
ligação dos autarcas às suas comunidades emigrantes são fundamentais para o progresso
dos seus territórios, onde muitos emigrantes continuam a ter um papel
fundamental no seu desenvolvimento, assim como um meio capaz de impulsionar o
tecido socioeconómico, atrair investimentos e fortalecer a coesão e identidade
local.
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