No ocaso do ano passado, o presidente do Governo
dos Açores, Vasco Cordeiro, anunciou no decurso de um jantar-convívio com a
comunidade portuguesa, açoriana e lusodescendente nas Bermudas, um território
britânico ultramarino membro da comunidade do Caribe, localizado no Oceano
Atlântico, a entrada em vigor da plataforma de recenseamento de açorianos no
mundo.
Uma
plataforma, implementada no seguimento do projeto do Conselho da Diáspora, que representa
uma medida de enorme alcance, dado que se estima que na atualidade cerca de 1,5 milhões de açorianos e seus descendentes residam no
estrangeiro. Em particular, no Canadá, Estados Unidos, Brasil e Bermudas,
áreas geográficas onde a presença açoriana passará a eleger cerca de dois
terços dos 33 elementos que integrarão o Conselho da Diáspora.
Criado,
no âmbito do departamento do Governo Regional com competência em matéria de
emigração e comunidades, e aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa
Regional, o Conselho da Diáspora Açoriana (CDA), constitui-se como um órgão
consultivo do Governo Regional que visa assegurar a participação, a colaboração
e a auscultação, dos açorianos no mundo, no projeto de desenvolvimento dos
Açores.
Nesse
sentido, os açorianos da diáspora que se inscrevam na plataforma passam a ter
uma maior interligação e intervenção na realidade sociopolítica de um
arquipélago que assinala presentemente 600 anos de história e 400 anos de
emigração. E simultaneamente possibilitam às autoridades regionais obter uma
radiografia mais precisa da identidade arquipelágica
espalhada pelo mundo, e assim incrementar uma nova dinâmica na promoção das
inúmeras potencialidades que envolvem o universo da diáspora açoriana.
Ao
pretender deste modo aproximar mais os emigrantes e os lusodescendentes do
projeto de desenvolvimento do arquipélago, as autoridades regionais reconhecem
na esteira das palavras da investigadora Susana Serpa Silva,
o papel dos que em «muito contribuíram para o desenvolvimento das ilhas
os que partiram sem regressar e os que regressaram também, sem que se possa, no
entanto, obliterar o contributo de todos os demais que, por apego ao mundo
insular ou por melhor sorte e nível de vida, por cá ficaram e por cá lutaram
nesta terra de sonhos adiados e penosamente alcançados”.
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