Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

domingo, 1 de maio de 2022

A homenagem na Sociedade de Geografia de Lisboa a Gérald Bloncourt

No passado dia 22 de abril, um coletivo de personalidades luso-francesas promoveu uma cerimónia pública de homenagem ao saudoso fotógrafo franco-haitiano Gérald Bloncourt (1926-2018), consagrado fotógrafo que imortalizou a história da emigração portuguesa para França nos anos 60.

 

Mesa de Honra na cerimónia de homenagem a Gérald Bloncourt (Da esq. para a dir.: a Professora Catedrática Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da SGL, o Eng. Luís Aires Barros Presidente da SGL, e a jornalista Isabelle Repiton, viúva do fotógrafo franco-haitiano

A sessão, que decorreu na Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL), uma das mais relevantes instituições culturais do país, na esteira da que tinha ocorrido há três anos no Museu Nacional da História da Imigração em Paris, teve como principal mentora a Professora Catedrática Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, e uma das principais especialistas nacionais do fenómeno migratório.

Pautada pela emoção e saudade, a homenagem congregou a presença de vários amigos e familiares de Gérald Bloncourt, em particular da sua esposa, Isabelle Repiton, companheira de vida e responsável do acervo que assegura a preservação da memória do fotojornalista, pintor e poeta. Assim como, de dirigentes associativos, agentes políticos, académicos, emigrantes, lusodescendentes e admiradores do fotógrafo que teve o condão de retratar as duras condições de vida dos emigrantes lusos nos bidonvilles e o nascimento da democracia em Portugal.

No decurso da homenagem, enriquecida com uma exposição de fotografias cedidas pelo Museu das Migrações e das Comunidades, sediado em Fafe, cujo espólio acolhe uma centena de fotografias oferecidas por Gérald Bloncourt dedicadas à emigração portuguesa para França, foram vários os testemunhos emotivos de pessoas que conviveram com o antigo fotojornalista e colaborador de jornais de referência no campo social e sindical.

Uma vida e obra marcada pela defesa universal da solidariedade entre os povos, paradigmaticamente singularizada no olhar humanista e de compromisso que assumiu com os emigrantes lusos nos bairros de lata em Paris, e que se revelou fundamental na perpetuação da memória dos protagonistas anónimos da história portuguesa que lutaram aquém e além-fronteiras pelo direito a uma vida melhor e à liberdade.

Como destacou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aquando do falecimento do fotógrafo que condecorou com o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique em 2016, no decurso das Comemorações Oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Paris, "há um dever de memória" em evocar o trabalho com a emigração portuguesa do fotojornalista franco-haitiano Gérald Bloncourt. Porquanto o mesmo “foi uma das testemunhas do duro quotidiano dos compatriotas que viveram os primeiros anos da maior vaga de emigração para França, sendo simultaneamente amigo e companheiro de tantos portugueses que ali construíram o seu futuro”.

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