Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sábado, 10 de agosto de 2024

Memórias da ditadura revisitadas na Festa do Emigrante em Fafe

Na passada sexta-feira (9 de agosto), foi apresentado em Fafe o livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”. A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político, foi apresentada no Salão Nobre do Teatro-Cinema de Fafe, no âmbito da Festa do Emigrante que se celebra anualmente na “Sala de Visitas do Minho”, de forma a assinalar a chegada dos milhares de emigrantes dos quatro cantos do mundo que todos os anos regressam ao concelho. A sessão, que encheu o espaço cultural de referência em Fafe com atuais e antigos emigrantes, oriundos de França, Brasil, Suíça, Luxemburgo e Canadá, computou a presença do Presidente do Município de Fafe, Antero Barbosa, e da Vereadora da Cultura, Paula Nogueira.
Sessão de apresentação do livro “Memórias da Ditadura: Sociedade, Emigração e Resistência” no Salão Nobre do Teatro-Cinema de Fafe (da dir. para a esq.: o historiador Daniel Bastos, a vereadora da Cultura do Município de Fafe, Paula Nogueira, o fotógrafo Fernando Mariano Cardeira, o Presidente do Município de Fafe, Antero Barbosa, e o tradutor Paulo Teixeira) Nesta nova obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira, cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura nos anos 60 e 70. Nomeadamente, o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar à Guerra Colonial nos anos 60 e 70. No decurso da sessão, foi inaugurada uma exposição fotográfica alusiva ao espólio fotográfico de Fernando Mariano Cardeira, protocolarmente doado pelo antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político ao Museu das Migrações e das Comunidades. Um espaço museológico sediado em Fafe, precursor no seu género em Portugal, cuja missão e objetivos assentam no estudo, preservação e comunicação das expressões materiais e simbólicas da emigração portuguesa.
Créditos fotográficos: Luís Carvalhido

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