Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Memórias da ditadura revisitadas na comunidade portuguesa em Bruxelas

No passado sábado (5 de abril), foi apresentado na capital da Europa o livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”. A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político, foi apresentada na livraria La Petite Portugaise, em Bruxelas.
O historiador Daniel Bastos, acompanhado de Maria José Gama, Presidente da Associação José Afonso, Núcleo de Bruxelas, no decurso da apresentação do livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”, na livraria La Petite Portugaise em Bruxelas A sessão de apresentação, que encheu a livraria La Petite Portugaise, um ponto de encontro incontornável na promoção da língua e cultura portuguesas na capital da Europa, de emigrantes, ativistas culturais e dirigentes associativos, esteve a cargo de Maria José Gama, Presidente da Associação José Afonso, Núcleo de Bruxelas, que destacou o livro como um importante contributo para o conhecimento da nossa história recente, em particular, para o reforço da memória sobre a conquista da liberdade e democracia em Portugal. Nesta obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira e prefácio do investigador José Pacheco Pereira, realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira, cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura portuguesa nos anos 60 e 70. Através das memórias visuais do antigo oposicionista, assentes num conjunto de centena e meia de imagens, são abordados, desde logo, as primeiras manifestações do Maio de 1968 em Paris, acontecimento icónico onde o fotógrafo engajado consolidou a sua consciência cívica e política. E, com particular incidência, o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar à Guerra Colonial nos anos 60 e 70. Refira-se que esta obra, agora apresentada em Bruxelas, encontra-se no final da sua primeira edição, tendo sido já lançada noutras latitudes das comunidades portuguesas, designadamente em Espanha (Vigo), Canadá (Toronto) e em França (Paris). Assim como em várias cidades no território nacional (Lisboa, Porto, Braga, Felgueiras, Fafe, Óbidos e Torres Novas).

Sem comentários: