No passado
sábado, 8 de Dezembro, a freguesia de Cepães, uma freguesia do concelho de Fafe
situada
no Vale do Rio Vizela, com intensa actividade industrial e aptidão agrícola, foi palco de
um conjunto de simbólicas cerimónias que enriqueceram a cultura e o património
colectivo da povoação.
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Correio do Minho (2012-12-13) |
No decurso
da Missa da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria que
decorreu na Igreja Paroquial de Cepães, celebrada pelo padre José Marques, foi
simbolicamente benzida ao final da manhã a bandeira do Grupo
de “Trampolineiros” de S. Mamede de Cepães, um grupo de bombos ligado à Casa do
Povo de Cepães essencialmente constituído por jovens.
Procurando
assumir-se como um verdadeiro cartão-de-visita da freguesia, o Grupo de “Trampolineiros” de S. Mamede de Cepães, nova agremiação
que vem enriquecer o património e os valores da freguesia, e que tem na sua
criação como principais beneméritos os cepanenses Francisco Castro e José
Mendes Ferreira de Melo, desfilou acompanhada de dezenas de populares até à Capela de Nossa Senhora de Guadalupe,
onde deleitou os presentes como um reportório musical popular e tradicional que
promete animar festas, romarias, comemorações, inaugurações e celebrações.
A parada
num dos mais
antigos monumentos religiosos conhecidos no concelho de Fafe serviu de mote à
inauguração de uma pequena placa evocativa, responsabilidade da Comissão de
Festas, da padroeira da agricultura, que contou com a presença do presidente da
Câmara Municipal de Fafe, José Ribeiro, autarca natural de Cepães, e do
presidente da Junta de Freguesia de Cepães e do Presidente da Assembleia de
Freguesia de Cepães, Manuel Silva e Daniel Bastos.
Ainda no Largo Francisco Fernandes, os
principais responsáveis políticos da freguesia e do concelho, acompanhados dos responsáveis da Comissão de
Festas, da Casa do Povo de Cepães, do pároco de Cepães e do professor e
investigador cepanense José Emídio Martins Lopes, procederam à inauguração do Presépio
de Natal que se encontra no Largo Francisco Fernandes.
Organizado uma vez mais pela Junta de Freguesia de Cepães, com o apoio do
activo de Francisco Castro e de vários cepanenses, o Presépio de Cepães pretende
desejar um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo a toda a população da Freguesia e
visitantes.
Refira-se
ainda que ao final da tarde, a Sociedade de Recreio Cepanense, uma das mais
antigas colectividades do concelho de Fafe, fundada em Maio de 1926, procedeu à
inauguração da remodelação das instalações da sua sede, localizada na antiga
Estação, cerimónia que contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal
de Fafe, José Ribeiro. A iniciativa computou um jantar-convívio, que decorreu
nas instalações da agremiação, em que participaram dezenas de associados, e
onde tomaram assento, além do autarca José Ribeiro, o presidente
da Sociedade de Recreio Cepanense, Joaquim Mendes, o presidente da
Junta de Freguesia de Cepães, Manuel Silva, o pároco de Cepães, José Marques, e
o chefe de Gabinete do presidente da Câmara, Carlos Mota.
CASA DO POVO DE S.MAMEDE DE CEPÃES
Grupo de “TRAMPOLINEIROS”
HINO
Cá vem a malta recordar
Uma velhinha tradição
Mas para não
desafinar
Tragam-nos verde carrascão
Escutem os nossos tambores
Com gente nova e animada
Também somos bons cantores
E amigos da noitada
Vamos todos acordar
Pela manhã, de madrugada
Sempre a dar, sempre a rufar
Pr’animar a alvorada
CORO
Cá estamos nós
Em Cepães nascidos
Esta é nossa voz
Os nossos gemidos
Belas tradições
Broa e bom vinho
Também salpicões
E um chouricinho
Depois de bebidos
E bem enfartados
Também vos pedimos
Dinheiros trocados
A volta vamos dar
Cepães no coração
E todos saudar
Com um abração
Sobre
“Os Trampolineiros”:
Em épocas recuadas, sempre
que havia necessidade de anunciar qualquer evento numa aldeia, juntava-se um
grupo de amigos, com tambores artesanais e lá se faziam ao caminho a troco de
uns copitos. Mais que música, faziam barulho, mas o objectivo era alcançado.
Com o andar das horas, quem “comandava” o grupo já era o vinho. Apresentavam-se
com aspecto pouco cuidado, mal vestidos e, por vezes, até descalços.
Também pelo Carnaval, nas
fogueiras da noite, não havendo bombos ou tambores, utilizavam-se tachos e
panelas.
Eram verdadeiros
maltrapilhos, com uma meia de “vidro” a tapar a cara e um chapéu de palha,
cheio de sulfato, na cabeça, para não serem identificados.
Perante tais representações,
a população divertia-se e desabafava – “que raio de trampolineiros”.
Assim se apelidou, com uma
raiz muito popular, os grupos de tambores e bombos.
Texto e referências de
autoria de José Emídio Martins Lopes
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