A grave crise política, económica e social que tem assolado a Venezuela
nos últimos anos, tem impelido o retorno de milhares de luso-venezuelanos ao
território nacional, sobretudo à Madeira, região autónoma de onde é oriunda a
maioria do quase meio milhão de emigrantes portugueses que vivem neste
país da América do Sul.
Estima-se
que no ano passado, tenham chegado à “pérola do Atlântico" quase quatro mil lusodescendentes vindos do país liderado
por Nicolas Maduro, e que se encontrem inscritos mil lusodescendentes no
Instituto de Emprego da Madeira.
Com
mais ou menos dificuldades, são públicos e notórios os esforços que as autoridades,
e os serviços públicos regionais e nacionais, têm encetado na tentativa de
procurar apoiar os cidadãos portugueses que regressaram ao país vindos da
Venezuela, designadamente nas áreas da educação, da saúde, da segurança social
e da inserção profissional.
Estes
esforços não se esgotam nas esferas públicas regionais e nacionais, antes pelo
contrário, têm colhido também apoio e recetividade na sociedade civil, mormente
nos meios associativos e empresariais, que têm procurado dentro das suas
possibilidades contribuir para a integração dos compatriotas que regressam da
Venezuela em contexto de precariedade.
Um
dos melhores exemplos desse apoio foi recentemente expresso pela Herdade Vale
de Rosa, uma empresa agrícola do Baixo Alentejo que produz e
comercializa uva de mesa, particularmente uva sem grainha, que através
de um protocolo assinado com o Governo Regional da Madeira permite
a emigrantes luso-venezuelanos terem acesso a oportunidades de emprego. Esta
parceria imbuída de uma meritória responsabilidade social da Herdade Vale de
Rosa, que já tem a trabalhar na sua estrutura cerca de 30 luso-venezuelanos,
permite desde logo ao maior produtor nacional de uva de mesa suprir falta de
mão-de-obra que não encontra na região onde se encontra implantada.
A
necessidade de recrutamento da empresa, que prevê poder empregar cerca de 100
luso-venezuelanos, constitui um importante sinal de apoio à inserção
socioprofissional de compatriotas regressados da Venezuela, assim como um sinal
de esperança num futuro e uma vida melhor.
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