No início do mês de setembro, foi conhecido que
um grupo de emigrantes madeirenses, que até à data não
pretendem ser identificados, adquiriu o Forte de São José,
também conhecido como Forte do Ilhéu, Forte da
Pontinha ou Bateria da Pontinha, uma histórica fortificação madeirense localizada na freguesia da
Sé, na cidade e concelho do Funchal.
Construído
em meados do século XVIII, o Forte de São José é o local da primeira
fortificação madeirense, na época do seu descobrimento. Espaço primevo de
abrigo aos descobridores da ilha, o antigo baluarte foi com o decurso
do tempo pouco valorizado enquanto património histórico, arquitetónico e
cultural regional e nacional, tendo no final do séc. XX o mesmo sido adquirido
por um particular, e recentemente por um grupo empresarial de emigrantes que tem
em vista a recuperação e valorização desta original estrutura patrimonial,
cultural e histórica.
A
ação benemérita e empreendedora deste grupo de emigrantes, cuja intenção visa a
breve trecho abrir o Forte de São José ao público, com um núcleo museológico e
com um bar de apoio, é reveladora das potencialidades da diáspora portuguesa, e
em particular dos emigrantes-empresários na recuperação e valorização de património
imobiliário público nacional.
Conquanto
o conhecimento, estudo, proteção, valorização e divulgação do património
cultural, constituam um dever do Estado, que assim assegura a transmissão de
uma herança nacional, cuja continuidade e enriquecimento visa unir as gerações
num percurso civilizacional singular, a escassez de recursos aliada à inadiável
necessidade de salvaguardar património público que se encontra devoluto,
impeliu o Governo a criar nesta área de atuação o programa Revive.
Lançado
em 2016 pelos ministérios das Finanças, Cultura e Economia, o programa Revive
permite concessionar a investidores privados património público que se encontra
devoluto tornando-o apto para afetação a uma atividade económica com finalidade
turística, e assim gerar riqueza e postos de trabalho. Trata-se de um projeto
importante para a salvaguarda da identidade histórica, cultural e social do
país, e um elemento potenciador do turismo e riqueza das regiões, que pode
seguramente alcançar uma maior atratividade e dinâmica se for bem divulgado
junto dos empresários portugueses espalhados pelo mundo.
Sem comentários:
Enviar um comentário