No decurso desta semana, fomos surpreendidos com a triste notícia do
falecimento, aos 73 anos, de Alexandre Franco, um dos grandes rostos do
jornalismo na comunidade portuguesa no Canadá. Uma comunidade
que se destaca na América do Norte pela sua perfeita integração, inegável
empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico, e que já no ano
transato assistiu ao desaparecimento de uma outra figura incontornável do
jornalismo luso-canadiano, mormente Fernando
Cruz Gomes, decano dos jornalistas da comunidade portuguesa em Toronto.
Natural
da cidade moçambicana da Beira, num período em que o território localizado no
sudeste do continente africano permanecia uma província ultramarina portuguesa,
Alexandre Franco, iniciou no final dos anos 60 a sua profícua carreira jornalística
em Lourenço Marques, hoje Maputo, na Rádio Clube de
Moçambique.
O
conturbado processo de descolonização trá-lo-ia numa primeira fase à pátria
lusitana onde começou a trabalhar na Antena 1 e a treinar o Basquetebol
Queluz, uma outra área em que se destacou como atleta e treinador, e que marcou
a sua predileção pelo jornalismo desportivo. Pouco tempo depois emigraria
para a América do Norte, primeiro para Montreal a maior cidade
da província do Quebeque e a segunda cidade mais
populosa do Canadá, onde foi colaborador da Rádio Portugal de Montreal.
E
posteriormente para Toronto, a maior cidade canadiana, onde foi gerente da
Rádio Clube Português de Toronto em 1983 e pouco mais tarde após licença para
uma rádio FM na CIRV. Trabalhou ainda a partir dos finais dos anos 90 na OMNI-TV,
onde esteve como apresentador das notícias desportivas, década em que começou a
publicar um jornal luso-canadiano, na altura designado Stadium, apenas desportivo.
Presentemente o generalista Milénio Stadium, assume-se como um
jornal de referência da comunidade luso-canadiana, integrado na MDC
Group do comendador Manuel da Costa, um dos mais ativos e
beneméritos empresários portugueses em Toronto. Rosto público e estimado
no seio da comunidade luso-canadiana, Alexandre Franco, que foi distinguido em
2010 pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal como o melhor
jornalista da diáspora lusa, sublimou ao longo da sua vida a epígrafe de Victor
Hugo: “A imprensa é a imensa e sagrada locomotiva do progresso”.
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