A
emigração tem sido ao longo do tempo um fenómeno constante no modo de vida de
milhares de açorianos. Embora as suas origens remontem aos primórdios do
povoamento do arquipélago português situado no Atlântico nordeste, o seu carácter
sistemático consubstanciou-se entre os séculos XIX e XX com o surgimento dos
cinco grandes destinos da emigração açoriana: Brasil,
Estados Unidos da América, Bermudas, Havai e Canadá.
Atualmente
estima-se que cerca de 1,5 milhões de açorianos e seus descendentes residam no
estrangeiro, números reveladores da grandeza da
diáspora açoriana, muito mais se considerarmos que residem no arquipélago cerca
de 250 mil pessoas, e que ajudam a compreender a razão destas numerosas
comunidades serem denominadas “a 10.ª ilha
dos Açores”.
Como
sustenta António Machado Pires, acerca da “Emigração, Cultura e Modo de Ser
Açoriano”, os “açorianos da emigração são hoje, pelo seu número e pela sua
diversidade, um vasto prolongamento da unidade e da diversidade dos Açores. São
continuadores, descendentes, representantes de um conjunto de tradições, de uma
língua e de uma cultura”.
A mundividência e relevância da diáspora açoriana encontram-se plasmadas na missão e objetivos do Museu da Emigração Açoriana. Inaugurado em 2005, no antigo Mercado de Peixe da Ribeira Grande, o espaço museológico, aberto à união de esforços e trabalhos em parceria no âmbito da história da emigração portuguesa, preserva através de fotografias, documentos, roupas e memórias de diversos tipos, as trajetórias de milhares de açorianos que ao longo do devir histórico saíram do arquipélago para o estrangeiro em busca de melhores condições de vida.
O
Museu da Emigração Açoriana, ao estruturar uma visão geral sobre as razões e
destinos da diáspora açoriana, constitui não só, um elemento-chave na história da
emigração açoriana, como valida a sua considerável base de dados com
fichas de emigrantes e os requerimentos para emigração realizados no século XIX.
Como também representa um elemento-chave para a compreensão e
identidade do arquipélago, e do demais território nacional, ou não fosse a
emigração um fenómeno constante da vida portuguesa.
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