Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

sábado, 15 de março de 2025

Daniel Bastos apresenta “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência” em Bruxelas

No dia 5 de abril (sábado), é apresentado em Bruxelas o livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”. A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político, é apresentada às 15h00 na livraria La Petite Portugaise, um ponto de encontro incontornável na promoção da língua e cultura portuguesas em Bruxelas.
A apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do historiador José Pacheco Pereira, fundador do Ephemera, maior arquivo privado em Portugal, estará a cargo de Maria José Gama, Presidente da Associação José Afonso, Núcleo de Bruxelas. Nesta obra, realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, que continuam este ano tendo como destaque os temas da participação e da democratização, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira, cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura nas décadas de 1960-70. Através das memórias visuais do antigo oposicionista, assentes num conjunto de centena e meia de imagens, são abordados, desde logo, as primeiras manifestações do Maio de 1968 em Paris, acontecimento icónico onde o fotógrafo engajado consolidou a sua consciência cívica e política. E, com particular incidência, o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar à Guerra Colonial nos anos 60 e 70. Refira-se que esta obra, que se encontra no final da sua primeira edição, foi já lançada noutras latitudes da diáspora portuguesa, designadamente em Espanha (Vigo), Canadá (Toronto) e em França (Paris). Assim como em várias cidades no território nacional (Lisboa, Porto, Braga, Felgueiras, Fafe, Óbidos e Torres Novas). Nascido já depois da Revolução de Abril, e com vários livros publicados no domínio da História e da Emigração, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades portuguesas, o percurso do historiador e escritor Daniel Bastos tem sido alicerçado no seio da Diáspora. Depois de uma trajetória marcada pela deserção, emigração e exílio nas décadas de 1960-70, Fernando Mariano Cardeira regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Foi um dos fundadores da Associação de Exilados Políticos Portugueses (AEP61/74), e presidiu à Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória-NAM.