Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

História da Santa Casa da Misericórdia de Fafe apresentada no Rio de Janeiro


No passado dia 6 de Novembro, o historiador Daniel Bastos, a convite da Fundação Casa de Rui Barbosa, uma instituição pública federal, vinculada ao Ministério da Cultura Brasileiro, destinada ao fomento da produção intelectual, consulta bibliográfica e preservação memorial, apresentou no Rio de Janeiro o livro “Santa Casa da Misericórdia de Fafe – 150 anos ao Serviço da Comunidade (1862 – 2012)”.
Autógrafos

Correio do Minho (2012-11-14)
 
Diário do Minho (2012-11-13)
Povo de Fafe (2012-11-16)
Notícias de Fafe (2012-11-16)
 
A apresentação do livro, integrada no evento comemorativo do Ano de Portugal no Brasil da Fundação Casa de Rui Barbosa, decorreu durante a tarde no auditório da instituição brasileira, no encerramento de duas mesas – redondas, abertas à comunidade. As palestras, que abordaram a presença portuguesa nos acervos da Casa de Rui Barbosa, e a actuação das associações beneficentes Brasil – Portugal, contaram com a participação de investigadores da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Recorde-se que o livro do historiador Daniel Bastos, palestrante na mesa -redonda dedicada à temática das associações beneficentes Brasil – Portugal, assinala os 150 anos da Santa Casa da Misericórdia da Fafe (SCMF), actualmente uma das maiores instituições sociais do Norte do país, com centenas de utentes, de vários escalões etários, e mais de 200 funcionários, destacando a importância dos emigrantes, no Brasil, na criação e desenvolvimento, no séc. XIX, daquela instituição de solidariedade.
Palestra

O investigador recordou que a ideia partiu de um médico fafense, Miguel António Soares, que, por volta da 2.ª metade do séc. XIX, confrontado com as precárias condições de saúde da população local, pediu ajuda a um filho abastado, emigrado no Brasil. Naquela época, residiam e trabalhavam no Rio de Janeiro dezenas de comerciantes oriundos de Fafe, tendo sido esses que, portadores de algumas fortunas pessoais, reuniram donativos para construir um hospital em Fafe, réplica arquitectónica do Hospital da Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro.


No encerramento das mesas – redondas, organizou-se uma sessão de apresentação do livro, que contou com a presença de vários membros da comunidade emigrante fafense radicada no Rio de Janeiro, com quem o autor teve oportunidade de confraternizar. O autor, que agradeceu na pessoa da Dra. Ana Pessoa, Directora do Centro de Memória e Informação da Fundação Casa de Rui Barbosa, o convite para a apresentação da obra na capital fluminense, destacou que a apresentação do livro na Fundação Casa de Rui Barbosa, antiga moradia do comendador Albino de Oliveira Guimarães, uma personagem influente na Comunidade Portuguesa oitocentista do Rio de Janeiro e um construtor da modernidade na cidade de Fafe, assinalava no ano de Portugal no Brasil, o contributo estruturante da emigração brasileira na instituição, no concelho e no próprio fenómeno migratório português.

Convívio
 
Convívio
 

Paralelamente à sessão de convívio e de autógrafos, que culminou no envio de vários livros para uma rede de investigadores brasileiros que se dedicam à história da Emigração Portuguesa para o Brasil, e ao estudo dos Hospitais da Beneficência Portuguesa no Brasil, decorreu uma prova de vinhos verdes promovida pela empresa de Fafe “Vinhos Norte”, uma das mais relevantes actividades económicas do concelho, numa altura em que o Brasil é o quarto consumidor internacional de vinho português, e importou no ano passado mais de um milhão de garrafas.


Refira-se ainda, que a convite do arquitecto Renato da Gama - Rosa Costa, do Departamento de Património Histórico da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), uma instituição de referência ligada ao Ministério da Saúde Brasileiro, o historiador fafense visitou, na manhã de 9 de Novembro, as instalações da mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina, que tem como principais objectivos promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico, e ser um agente da cidadania.