Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

FAFE uma terra de encanto natural - jornal em linha Bomdia.lu



Território de transição entre o Minho e Trás-os-Montes, situado no distrito de Braga, o concelho de Fafe, popularmente conhecido pela lenda da Justiça de Fafe, e orgulhoso do título de “Sala de Visitas do Minho”, sobressai no panorama nacional pela sua afamada gastronomia, nomeadamente a “Vitela à Moda Fafe” e o afamado pão-de-ló e cavacas de Fornelos e Arões, regados pelo conhecido vinho verde da região.
 
A Casa do Penedo na Serra de Fafe
Ladeado pelas serras do Marão, Cabreira e Gerês, palmilhado por rios e ribeiros que correm para o Vizela, principal linha de água que nasce no Alto de Morgaír e desagua no Ave, as potencialidades e turismo de natureza cunham o concelho de Fafe.

Como qualquer outra terra minhota, Fafe tem uma forte corrente emigratória. A afirmação e construção contemporânea do concelho advêm da emigração para o Brasil na transição do séc. XIX para o séc. XX, quando milhares de homens locais seduzidos pelo eldorado brasileiro atravessaram o atlântico.

O regresso a Fafe dos “brasileiros de torna-viagem” trouxe consigo um espírito burguês empreendedor e filantrópico marcado pela fortuna, que sustentou a construção de moradias apalaçadas, do Jardim Público, das primeiras escolas e asilos, dos primeiros polos industriais têxteis, como as conhecidas fábricas do Ferro e do Bugio, do Hospital da Misericórdia, da Associação Humanitária de Bombeiros e do Teatro-Cinema. 

Estas marcas históricas e culturais, adensadas pela emigração para o centro da Europa na segunda metade do século XX, tornam Fafe um exemplo singular de experiência e conhecimento sobre o fenómeno migratório, particularmente visível ao nível da arquitetura dos “brasileiros de torna viagem” que ainda hoje avulta na cidade.

 Este contexto levou inclusive a edilidade a instituir no início do séc. XXI, o Museu das Migrações e das Comunidades, sedeado na Casa Municipal da Cultura. Desde 2009 enriquecido pela doação do afamado fotógrafo francês Gérald Bloncourt, de meia centena de fotografias originais sobre a vida dos primeiros emigrantes portugueses em França nas décadas de 1950-60, o Museu das Migrações e das Comunidades é um espaço de paragem obrigatória para quem pretende conhecer e visitar a “Sala de Visitas do Minho”.

A beleza natural e paisagística de Fafe continua ainda hoje a projetar além-fronteiras o concelho. Às experiencias de sucesso de turismo rural empreendidas, por exemplo, nos últimos anos pela Quinta do Pontido, que rodeada por um intenso verde e às águas límpidas do Vizela, proporciona uma experiencia única de comunhão com a Natureza; ou do Complexo Turístico de Rilhadas, que enquadrado na típica paisagem minhota, integra campo de golfe, alojamento, restauração, kartódromo, piscina, ténis e um circuito aventura, concelho de Fafe anda nas bocas de Portugal e do Mundo devido à exótica Casa do Penedo.
Habitação particular de férias, situada na serra de Fafe, próxima do mítico troço Fafe/Lameirinha que catapultou o concelho como “catedral dos ralis”, a Casa do penedo foi considerada pelo site Strange Buildings, através da votação dos utilizadores que está constantemente a ser atualizada, o atual edifício mais estranho do mundo.

Construída em 1972 a partir de quatro rochas e sem eletricidade, esta casa tem atraído muitas atenções e visitas, nomeadamente dos amantes da natureza, arquitetura e internautas dos quatro cantos do mundo, liderando a lista dos 50 edifícios mais estranhos do mundo à frente, inclusive, das torres rotativas do Dubai, a Casa Nautilus, na Cidade do México, o Parque Guell e a Sagrada Família, em Barcelona, o Teatro Nacional de Pequim, o Museu de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro e a Casa da Música, no Porto.



Obs.: Artigo publicado no jornal em linha Bomdia.lu, o primeiro portal em português no Grão-Ducado do Luxemburgo que tem como principal objetivo informar em língua portuguesa os lusófonos que vivem no Grão-Ducado e na Grande Região sobre a atualidade do Luxemburgo, de Portugal e do mundo em língua portuguesa


   
 

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