Território de transição entre o Minho e Trás-os-Montes,
situado no distrito de Braga, o concelho de Fafe, popularmente conhecido pela lenda
da Justiça de Fafe, e orgulhoso do título de “Sala de Visitas do Minho”, sobressai
no panorama nacional pela sua afamada gastronomia, nomeadamente a “Vitela à
Moda Fafe” e o afamado pão-de-ló e cavacas de Fornelos e Arões, regados pelo
conhecido vinho verde da região.
Ladeado pelas serras do Marão, Cabreira e Gerês, palmilhado
por rios e ribeiros que correm para o Vizela, principal linha de água que nasce
no Alto de Morgaír e desagua no Ave, as potencialidades e turismo de natureza
cunham o concelho de Fafe.
Como qualquer outra terra minhota, Fafe tem uma forte
corrente emigratória. A afirmação e construção contemporânea do concelho advêm
da emigração para o Brasil na transição do séc. XIX para o séc. XX, quando
milhares de homens locais seduzidos pelo eldorado brasileiro atravessaram o
atlântico.
O
regresso a Fafe dos “brasileiros de torna-viagem” trouxe consigo um espírito
burguês empreendedor e filantrópico marcado pela fortuna, que sustentou a
construção de moradias apalaçadas, do Jardim Público, das primeiras escolas e
asilos, dos primeiros polos industriais têxteis, como as conhecidas fábricas do
Ferro e do Bugio, do Hospital da Misericórdia, da Associação Humanitária de
Bombeiros e do Teatro-Cinema.
Estas
marcas históricas e culturais, adensadas pela emigração para o centro da Europa
na segunda metade do século XX, tornam Fafe um exemplo singular de experiência
e conhecimento sobre o fenómeno migratório, particularmente visível ao nível da
arquitetura dos “brasileiros de torna viagem” que ainda hoje avulta na cidade.
Este contexto levou inclusive a edilidade a
instituir no início do séc. XXI, o Museu das Migrações e das Comunidades,
sedeado na Casa Municipal da Cultura. Desde 2009 enriquecido pela doação do
afamado fotógrafo francês Gérald Bloncourt, de meia centena de fotografias
originais sobre
a vida dos primeiros emigrantes portugueses em França nas décadas de 1950-60, o
Museu das Migrações e das Comunidades é um espaço de
paragem obrigatória para quem pretende conhecer e visitar a “Sala de Visitas do
Minho”.
A
beleza natural e paisagística de Fafe continua ainda hoje a projetar
além-fronteiras o concelho. Às experiencias de sucesso de turismo rural
empreendidas, por exemplo, nos últimos anos pela Quinta do Pontido, que rodeada
por um intenso verde e às águas límpidas do Vizela, proporciona uma experiencia
única de comunhão com a Natureza; ou do Complexo Turístico de Rilhadas, que
enquadrado na típica paisagem minhota, integra campo de golfe, alojamento, restauração, kartódromo, piscina, ténis e um circuito
aventura, concelho de Fafe anda nas bocas de Portugal e do Mundo devido à exótica
Casa do Penedo.
Habitação
particular de férias, situada na serra de Fafe, próxima do mítico
troço Fafe/Lameirinha que catapultou o concelho como
“catedral dos ralis”, a Casa do penedo foi considerada pelo site Strange Buildings, através da votação
dos utilizadores que está constantemente a ser atualizada, o atual edifício
mais estranho do mundo.
Construída
em 1972 a partir de quatro rochas e sem eletricidade, esta casa tem atraído muitas
atenções e visitas, nomeadamente dos amantes da natureza, arquitetura e
internautas dos quatro cantos do mundo, liderando a lista dos 50 edifícios mais
estranhos do mundo à frente, inclusive, das torres rotativas do Dubai, a Casa
Nautilus, na Cidade do México, o Parque Guell e a Sagrada Família, em
Barcelona, o Teatro Nacional de Pequim, o Museu de Arte Contemporânea, no Rio
de Janeiro e a Casa da Música, no Porto.
Obs.: Artigo publicado no jornal em linha Bomdia.lu, o primeiro portal
em português no Grão-Ducado do Luxemburgo que tem como principal objetivo informar
em língua portuguesa os lusófonos que vivem no Grão-Ducado e na Grande Região
sobre a atualidade do Luxemburgo, de Portugal e do mundo em língua portuguesa
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