A
sensivelmente um mês das eleições autárquicas, que serão realizadas a 1 de
outubro e onde estarão em disputa a eleição de 308 presidentes de câmara
municipais, respetivos vereadores e assembleias municipais, assim como 3091
assembleias de freguesia, das quais sairão os executivos das juntas de
freguesia, impõe-se a todos os candidatos que se propõem exercer o poder local
um amplo debate sobre o efeito da emigração na perda populacional que trespassa
o país.
Dados
do Instituto Nacional de Estatística, revelam que a população residente em
Portugal em 2016 foi de 10.309.573 pessoas, o que representa uma
quebra de 31.757 habitantes relativamente ao ano de 2015. A informação
disponibilizada pelo INE mostra uma clara tendência de decréscimo polucional
que se regista desde 2010, tanto que desde o início dessa década até aos nossos
dias, assistiu-se a uma redução de 264 mil pessoas no território nacional.
O
caso da região Norte é paradigmático deste desastre demográfico provocado pelo decréscimo da população jovem, o aumento do envelhecimento
da população idosa e um saldo migratório negativo, ou seja uma relação
desequilibrada entre a emigração e a imigração. As recentes conclusões do relatório Norte Estrutura apontam que
o Norte de Portugal, onde vivem atualmente 3,59 milhões de pessoas, perdeu
entre 2006 e 2016, mais de 135 mil habitantes, sendo que o saldo migratório
negativo explica cerca de 83% desta perda populacional.
O
relatório indica que a região Norte, tradicional torrão da emigração
portuguesa, observa desde 2003 uma acentuada diferença entre os fluxos
migratórios de saída e de entrada, sendo que entre 2012 e 2014, a região perdeu
cerca de 16 mil habitantes por ano, em termos médios.
Perante
a crueza dos
números é fundamental que os partidos políticos,
coligações de partidos políticos ou grupos de cidadãos eleitores que se
candidatam às próximas eleições autárquicas, coloquem no topo das suas opções,
prioridades e propostas eleitorais, novas agendas políticas capazes de gerarem
em articulação com o poder central e regional, bem como com os meios
associativos e demais atores da participação cívica, soluções que contribuíam
decisivamente para estancar a
perda de população e o envelhecimento
demográfico nacional associado ao fenómeno migratório.
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