No
início deste mês, o Observatório da Emigração, que tem como um das suas
principais missões recolher, harmonizar e analisar informação sobre a evolução
e as caraterísticas da emigração portuguesa e das populações portuguesas
emigradas, anunciou que no ano de 2016 entraram 845 portugueses no Canadá, mais
3% do que no ano anterior.
Embora
estes números obtidos através de dados do Citizenship
and Immigration Canada estejam muito longe do número de entradas de portugueses
durante as décadas de 1960-70 no país que ocupa grande parte da América do
Norte, decénios em que se registaram entradas na ordem de 5,000 por ano, este
anúncio mostra o papel estruturante que as autoridades canadianas continuam a
atribuir ao fenómeno migratório enquanto força motriz de desenvolvimento.
Conhecida
por ser uma nação cujos pilares de cidadania assentam num autêntico mosaico
cultural, tanto que no território existem mais de 70 grupos étnicos com mais de
60 línguas, atualmente, por exemplo vivem no Canadá mais de meio milhão de
luso-canadianos, representando cerca de 2% do total da população canadiana,
esta consciência de abertura e tolerância encontra-se hodiernamente plasmada na
figura do jovem primeiro-ministro canadiano Justin
Trudeau.
Desde
que alcançou o poder em novembro de 2015, Justin Trudeau tem
pautado a sua ação politica por uma clara valorização do papel da imigração no
crescimento do Canadá, através de um discurso e praxis política diametralmente
oposta à do país vizinho americano liderado por Donald Trump.
O bem-sucedido programa de imigração canadiano, que Justin
Trudeau não se cansa de enaltecer dentro e além-fronteiras, está indelevelmente
ligado ao facto de o segundo maior país em área do
mundo possuir uma das mais influentes economias a nível global.
Não
é por acaso, que assistimos atualmente ao incremento da entrada de portugueses
no Canadá, ainda no início deste mês o governo canadiano anunciou que pretende
aumentar o número de imigrantes para 340 mil por ano até 2020, números que seguramente
terão que ser revistos em alta para que a economia permaneça competitiva e o Canadá
continue a assumir-se como um dos países mais ricos do mundo.
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