Um
dos principais pilares da democracia portuguesa, e um dos elementos mais
representativos das conquistas de abril, a autonomia do Poder Local tem sido
fundamental ao longo dos últimos quarenta anos no incremento do desenvolvimento
sustentado do território nacional e na promoção da qualidade de vida das
populações.
Foi
só a partir da afirmação do poder local democrático que nas diversas localidades
disseminadas pelo território nacional se rasgaram caminhos, pavimentaram-se
quilómetros de vias, quebrou-se o isolamento de populações, eletrificaram-se
aldeias, distribui-se a água, implantou-se o saneamento, edificaram-se pontes,
construíram-se escolas, colocaram-se a funcionar bibliotecas, museus,
pavilhões, piscinas, multiusos, centros de dia, multiplicaram-se associações,
enfim sobreveio um pulsar vigoroso da sociedade portuguesa.
Assente
na proximidade aos cidadãos, e na resolução dos problemas do seu bem-estar e
qualidade de vida, as autarquias locais têm, em geral, ao longo da sua
existência democrática reconhecido o papel da emigração no desenvolvimento das
suas localidades. Vários municípios portugueses têm dinamizado projetos que
promovem a criação de redes com a diáspora e prestam apoio e acompanham o
regresso dos emigrantes.
É
o caso dos muitos protocolos de geminação estabelecidos entre municípios
portugueses e várias cidades espalhadas pelo mundo onde existem marcas
fortes da emigração portuguesa, ou dos Gabinetes
de Apoio ao Emigrante (GAE), criados em 2002, e
que funcionam atualmente em mais de uma centena de
municípios como estruturas de apoio aos emigrantes
residentes ou não em Portugal.
No entanto, raros
são os municípios portugueses onde os presidentes da câmara tenham criado
pelouros específicos dedicados às relações com a diáspora, de modo a
procurar estreitar ainda mais os laços entre as comunidades das terras de
origem e de acolhimento. Uma dessas salvas raras exceções, encontra-se no
Município de Arcos de Valdevez, uma vila raiana portuguesa no
distrito de Viana do Castelo, cujo presidente assumiu recentemente o
pelouro da Diáspora como um elemento fulcral na promoção da cultura, no reforço
da identidade local e um meio excelente de divulgação do concelho e das suas
potencialidades.
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