Nos
passados dias 12 e 13 de agosto realizou-se, mais uma vez, a tradicional
Peregrinação do Migrante e do Refugiado em Fátima, um dos mais importantes
santuários marianos do mundo, e um dos mais emblemáticos locais de
peregrinação cristã e devoção católica em todo o mundo.
A jornada de fé e devoção, que
assinala a quarta Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, marcou o arranque
da Semana Nacional das Migrações, congregando na Cova da Iria, migrantes de
várias partes do mundo.
Este
ano, o tema da 46.ª Semana Nacional das Migrações promovida pela Obra Católica
Portuguesa das Migrações, da Conferência Episcopal Portuguesa, centrou-se na
frase basilar “Cada forasteiro é ocasião de encontro – Migrantes e refugiados
no caminho para Cristo”. Na esteira da mensagem e da ação que o Papa Francisco
tem dedicado aos migrantes e refugiados, e no reiterado pedido do chefe da
Igreja Católica à comunidade internacional e aos fiéis para
não abandonarem os migrantes e refugiados.
A
opção por esta temática atual e premente, que a comunidade internacional parece
incapaz de resolver, foi modelarmente elucidada por D. António Vitalino, vogal
da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana: “Perante o drama
dos refugiados, que fogem à guerra, à fome, à seca e à pobreza, muitos morrendo
pelos caminhos perigosos, vítimas de máfias sem escrúpulos, como cristãos e
seres humanos não podemos ficar insensíveis a tudo isto”.
Ainda
na conferência de imprensa que antecedeu as cerimónias, o Cardeal D. António
Marto, bispo de Leiria-Fátima, vincou o “drama humanitário da transmigração
epocal de povos que se dirigem à Europa, vindos do Médio-Oriente e de África”. Caraterizando
as vagas crescentes destes refugiados e migrantes que todos os dias tentam
entrar no Velho Continente, como “um exército de pobres que aqui chega,
após dois anos de viagem pelo norte de África. Não estão em causa os números,
mas pessoas concretas, com uma história, uma cultura, uma família, sentimentos,
dramas e aspirações”.
Neste
sentido, é de enaltecer a defesa reiterada do respeito e dignidade dos
migrantes e refugiados que a Igreja Católica tem sustentado no mundo atual,
assim como o seu papel de coesão e identidade que ao longo dos anos tem desempenhado
no seio das comunidades portuguesas.
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