Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Retratos da emigração portuguesa na literatura infanto-juvenil


Nas últimas décadas a literatura infanto-juvenil, um ramo da literatura dedicado especialmente às crianças e jovens adolescentes, tem-se assumido concomitantemente como um dos géneros mais apreciados no panorama editorial português e uma relevante ferramenta para a criação de hábitos leitura.

Impulsionados por programas públicos, como o Plano Nacional de Leitura (PNL) e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) que têm contribuído decisivamente em Portugal para o desenvolvimento de uma estratégia de promoção da literacia no público mais jovem, cada vez mais escritores, ilustradores e projetos editoriais têm apostado na conceção de livros destinados a crianças e jovens adolescentes. 

Entre as várias temáticas abordadas, o fenómeno da emigração, uma realidade socio-histórica incontornável na sociedade portuguesa, tem sido alvo de múltiplas abordagens por parte de autores de literatura para crianças e jovens. É o caso, por exemplo, de António Mota, um dos mais conhecidos autores de literatura portuguesa juvenil que em 2012 lançou a obra O Agosto que Nunca Esqueci, um livro recomendado pelo PNL para leitores fluentes dos 12 aos 14 anos, que constitui um retrato da emigração portuguesa dos anos 60.

Recentemente, no passado mês de dezembro, foi apresentado na cidade costeira da Póvoa de Varzim o livro infantil Emigração. Que palavra esquisita!, uma obra assinada por Marta Pinto e ilustrada por Natacha Lourosa, cuja narrativa percorre a história de Clara, uma menina como tantas outras que vê o pai ter de viajar para longe, para outro país, para trabalhar, e que aguarda ansiosa pelo seu regresso.

Ainda nesse mês, a Associação dos Emigrantes Açorianos (AEA), cuja sede funciona nas instalações do Museu da Emigração Açoriana, na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, lançou o livro infanto-juvenil Açores, uma caça ao sonho americano, que narra a história dos primeiros açorianos que chegaram aos Estados Unidos da América, por via da caça à baleia, no século XVIII. Com textos de Patrícia Carreira e ilustrações de Romeu Cruz, o livro bilingue que se encontra traduzido para inglês, estará disponível na costa Leste dos Estados Unidos a partir de fevereiro, sendo que as receitas das suas vendas reverterão para a edição de um novo livro, em maio, sobre a história da emigração açoriana para o Canadá, outro dos principais destinos da diáspora açoriana.

Sem comentários: