Nas
últimas décadas a literatura infanto-juvenil, um ramo da
literatura dedicado especialmente às crianças e jovens adolescentes, tem-se
assumido concomitantemente como um dos géneros mais apreciados no panorama
editorial português e uma relevante ferramenta para a criação de hábitos
leitura.
Impulsionados
por programas públicos, como o Plano Nacional de
Leitura (PNL) e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) que têm contribuído
decisivamente em Portugal para o desenvolvimento de uma estratégia de promoção
da literacia no público mais jovem, cada vez mais escritores, ilustradores e
projetos editoriais têm apostado na conceção de livros destinados a crianças e jovens adolescentes.
Entre
as várias temáticas abordadas, o fenómeno da
emigração, uma realidade socio-histórica incontornável na sociedade
portuguesa, tem sido alvo de múltiplas abordagens por parte de autores de literatura para crianças e jovens. É o caso, por
exemplo, de António
Mota, um dos mais conhecidos autores de literatura portuguesa juvenil que em
2012 lançou a obra O Agosto que Nunca Esqueci, um livro recomendado pelo PNL para leitores fluentes dos 12 aos 14
anos, que constitui um retrato da emigração
portuguesa dos anos 60.
Recentemente, no passado mês de dezembro, foi apresentado na
cidade costeira da Póvoa de Varzim o livro infantil Emigração. Que palavra esquisita!, uma
obra assinada por Marta Pinto e ilustrada por Natacha Lourosa, cuja narrativa
percorre a história de Clara, uma menina como tantas outras que vê o pai ter de
viajar para longe, para outro país, para trabalhar, e que aguarda ansiosa pelo
seu regresso.
Ainda
nesse mês, a Associação dos Emigrantes Açorianos (AEA), cuja sede funciona nas
instalações do Museu da Emigração Açoriana, na Ribeira Grande, ilha de São
Miguel, lançou o livro infanto-juvenil Açores,
uma caça ao sonho americano, que narra a história dos primeiros açorianos
que chegaram aos Estados Unidos da América, por via da caça à baleia, no século
XVIII. Com textos de Patrícia Carreira e ilustrações de Romeu Cruz, o livro
bilingue que se encontra traduzido para inglês, estará disponível na costa
Leste dos Estados Unidos a partir de fevereiro, sendo que as receitas das suas
vendas reverterão para a edição de um novo livro, em maio, sobre a história da
emigração açoriana para o Canadá, outro dos principais destinos da diáspora
açoriana.
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