Já
não é novidade para ninguém que as novas tecnologias estão a mudar a forma como vivemos em
sociedade. Uma “sociedade em rede” marcada pela constante revolução digital
impulsionada pela internet, ferramenta de trabalho que ao possibilitar
uma rápida difusão do conhecimento e informação transformou o mundo numa grande
aldeia global.
O
uso desta poderosa ferramenta do homem está, por força disso mesmo, cada vez
mais presente na experiência emigratória portuguesa espalhada pelos quatro
cantos de um mundo incontornavelmente digital e interconectado. Como assinala
Cátia Ferreira, investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Cultura
(UCP) e no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (ISCTE), num
relevante artigo publicado no final da década transata intitulado Identidades lusófonas em rede: importância
da internet na relação dos emigrantes portugueses nos EUA com a cultura de
origem, a “forma como os emigrantes portugueses comunicam está a mudar, o
recurso à internet parece estar cada vez mais generalizado. Este novo meio de
comunicação é apontado por muitos emigrantes como um dos meios mais utilizados
no contacto com a cultura de origem, promovendo assim situações de diálogo
intercultural que fomentam o desenvolvimento de identidades em rede”.
Um
dos exemplos paradigmáticos das potencialidades do “diálogo intercultural” e
das “identidades em rede” impelido pelo uso da internet no seio do fenómeno
migratório nacional, encontra-se vertido na plataforma online “Vidas Sem Fronteira”, que pretende formar uma rede de
participantes que queiram partilhar experiências interessantes para o sucesso
de uma emigração.
Dinamizada
por duas amigas, mulheres e mães portuguesas, Joana Barbosa e Maria Pereira,
que se casaram com homens que escolheram carreiras internacionais, opção
socioprofissional que contribui para que as famílias de ambas mudem
frequentemente de país, a plataforma assume-se como um espaço de partilha de
vivências e de contactos para quem, por exemplo, pretenda começar um novo
percurso de vida no estrangeiro. Com várias abordagens de temas e assuntos, e
com uma rede de participantes onde impera o universo feminino, este projeto
singular também presente nas redes sociais, constitui-se essencialmente como
uma valiosa plataforma de resolução de dificuldades e desafios entre cidadãos
portugueses disseminados pelo mundo.
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