Morgado de Fafe
O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.
quarta-feira, 15 de maio de 2024
Memórias da ditadura revisitadas na comunidade portuguesa em Toronto
No próximo dia 1 de junho (sábado), é apresentada em Toronto a obra “Memórias da
Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”. O livro, concebido pelo
historiador Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando
Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado
político, é apresentado, às 10h00, na Peach Gallery em Toronto.
Daniel Bastos
Neste novo livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo
Teixeira, e prefácio do historiador e investigador José Pacheco Pereira,
realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de
Abril, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira,
cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes
para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura nos anos 60
e 70. Através das memórias visuais do antigo oposicionista, assentes num
conjunto de centena e meia de imagens, são abordados com particular incidência,
o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento
estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da
deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por
milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar
à Guerra Colonial nos anos 60 e 70. Em plena celebração de meio século de
liberdade em Portugal, e no início das comemorações da Semana de Portugal em
Toronto, a Peach Gallery, localizada na 722 College Street, um dos espaços
culturais de referência da comunidade luso-canadiana, após a apresentação do
livro, exibirá estreia de documentário “África, como eu a vi”, realizado e
produzido por Paul Fajardo, através dos testemunhos de antigos combatentes do
Ultramar. Neste sentido, esta iniciativa cultural no âmago da comunidade
portuguesa em Toronto, metrópole onde vive a maioria dos mais de 500 mil
portugueses e lusodescendentes presentes no Canadá, constitui um reconhecimento
do contributo e papel inestimável da comunidade luso-canadiana ao longo dos anos
no engrandecimento dos valores da liberdade e da portugalidade. Refira-se que a
edição da obra se deveu em grande parte ao mecenato de empresas que partilham
uma visão de responsabilidade social e um papel de apoio à cultura, em
particular, do grupo empresarial do comendador luso-canadiano Manuel DaCosta, um
dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto. Sendo que a
totalidade das receitas da venda dos livros na sessão aberta à comunidade,
reverte a favor da Magellan Community Foundation, uma instituição responsável
pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para
idosos de expressão portuguesa.
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