Morgado de Fafe

O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Vigo é palco de apresentação de livro sobre memórias da ditadura portuguesa

No próximo dia 16 de maio (quinta-feira), é apresentado em Vigo o livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”. A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político, é apresentada às 18h00 no Camões - Centro Cultural Português em Vigo.
O artista plástico Orlando Pompeu (ao centro), ladeado do historiador Daniel Bastos (dir.), e do tradutor Paulo Teixeira A apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do historiador e investigador José Pacheco Pereira, estará a cargo de Orlando Pompeu, um dos mais consagrados artistas plásticos portugueses da atualidade. Nesta nova obra, realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira, cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura nas décadas de 1960-70. Através das memórias visuais do antigo oposicionista, assentes num conjunto de centena e meia de imagens, são abordados, desde logo, as primeiras manifestações do Maio de 1968 em Paris, acontecimento icónico onde o fotógrafo engajado consolidou a sua consciência cívica e política. E, com particular incidência, o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar à Guerra Colonial nos anos 60 e 70. Em plena celebração de meio século de liberdade em Portugal, a apresentação deste livro em Vigo, constitui um reconhecimento dos laços históricos, territoriais, culturais e linguísticos entre a Galiza e o Norte de Portugal. Assim, como uma iniciativa simbólica para revisitar os países ibéricos como eram há 50 anos, e apreender a influência da Revolução de Abril no processo de transição para a democracia em Espanha. Refira-se que a sessão de apresentação no Camões - Centro Cultural Português em Vigo, organismo que tem como objetivo central levar a cultura portuguesa a toda a Galiza, incluirá uma prova de vinho verde, promovida pelos Vinhos Norte, um dos maiores produtores nacionais de vinho verde que procura aliar a tradição de fazer vinho com a inovação no sector. Nascido já depois da Revolução de Abril, e com vários livros publicados no domínio da História e da Emigração, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades lusas, o percurso do historiador e escritor Daniel Bastos tem sido alicerçado no seio da Diáspora. Depois de uma trajetória marcada pela deserção, emigração e exílio nas décadas de 1960-70, Fernando Mariano Cardeira regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Foi um dos fundadores da Associação de Exilados Políticos Portugueses (AEP61/74), e presidiu à Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória-NAM.

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