Morgado de Fafe
O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.
terça-feira, 23 de dezembro de 2025
2026: Presidenciais, diáspora e um novo ciclo de valorização das comunidades portuguesas
À medida que nos aproximamos do final de 2025, período simbolicamente associado ao balanço, à renovação e à esperança num futuro melhor, impõe-se uma reflexão serena sobre os grandes desafios que se projetam para 2026. Um ano que todos desejamos marcado pelo cessar dos conflitos armados que continuam a ferir a Humanidade — com particular destaque para a guerra na Ucrânia —, bem como pela dissipação das incertezas que ainda pairam sobre a economia mundial.
Este contexto torna-se igualmente propício para perspetivar novas dinâmicas no relacionamento de Portugal com as comunidades portuguesas, as mais autênticas e duradouras embaixadas da pátria de Camões espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
O início de 2026 ficará indelevelmente marcado pela Eleição do Presidente da República Portuguesa, um momento maior da vida democrática nacional. O Chefe de Estado, que nos termos da Constituição da República “representa a República Portuguesa”, “garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas” e assume a função de Comandante Supremo das Forças Armadas, deve igualmente afirmar-se como um referencial de proximidade, reconhecimento e valorização da diáspora portuguesa.
No confronto de ideias e visões que caracteriza o debate presidencial, é essencial que aquele a quem o povo português confiar a mais alta magistratura da Nação assuma um compromisso claro e consistente com os emigrantes e lusodescendentes. Tal compromisso deve traduzir-se numa ligação efetiva e contínua às comunidades, através de discursos mobilizadores, visitas oficiais, presença em celebrações emblemáticas e, sobretudo, numa defesa firme e consequente dos seus direitos e aspirações. Reconhecer a diáspora como parte integrante da identidade nacional implica sublinhar o seu contributo histórico, económico, cultural e simbólico, sem esquecer os desafios específicos que enfrenta no quotidiano.
Neste quadro, torna-se imperioso promover um amplo debate nacional, envolvendo a sociedade civil, as instituições políticas, os órgãos de soberania e os parceiros sociais, em torno da (re)valorização da participação cívica e política das comunidades portuguesas. Um dos eixos centrais dessa reflexão deverá incidir sobre a representação parlamentar da emigração. Os atuais quatro mandatos atribuídos aos dois círculos eleitorais da emigração — Europa e Fora da Europa — configuram uma manifesta sub-representação de mais de cinco milhões de portugueses espalhados pelo mundo, número que corresponde, sensivelmente, a metade da população residente no território nacional.
Este debate mais vasto deve também conduzir a uma renovada perceção dos emigrantes e lusodescendentes enquanto um ativo estratégico e identitário para Portugal. Mais do que nunca, impõe-se refletir sobre a criação de um Ministério das Comunidades Portuguesas, dotado de autonomia política, dignidade institucional e escala de intervenção adequadas. Tal estrutura permitiria uma execução mais eficaz e integrada das políticas dirigidas à diáspora, reforçando o papel das comunidades no desenvolvimento económico, na projeção internacional do país, no aprofundamento da democracia e na coesão nacional.
Paralelamente, é fundamental que este debate sustente a introdução plena e estruturada da História da Emigração Portuguesa nos currículos escolares. Uma abordagem que vá muito além das referências às remessas financeiras ou aos fluxos migratórios, reconhecendo a emigração como uma constante estrutural da história contemporânea portuguesa, e como um elemento essencial da sua memória coletiva e da dignificação de milhões de percursos de vida.
Nesse mesmo horizonte, ganha particular relevância a conceção de um Museu Nacional da História da Emigração Portuguesa, pensado como espaço de preservação da memória, de produção de conhecimento e de valorização cultural e turística da diáspora. Este projeto nacional deverá articular-se com a já existente e meritória rede museológica dedicada à emigração, onde se destacam, entre outros, o Museu das Migrações e das Comunidades, em Fafe; o Espaço Memória e Fronteira, em Melgaço; ou o Museu da Emigração Açoriana, na Ribeira Grande.
Importa ainda não olvidar os espaços museológicos criados por portugueses no estrangeiro ao longo das últimas décadas, testemunhos vivos da capacidade organizativa e da vontade de preservação identitária das comunidades. Exemplos disso são a Galeria dos Pioneiros Portugueses, em Toronto, no Canadá; o Museu Etnográfico Português, em Sydney, na Austrália; o Museu Histórico Português, em São José, na Califórnia; ou o Museu de Herança Madeirense, em New Bedford, nos Estados Unidos da América.
A Eleição Presidencial de 2026 constitui, assim, uma oportunidade decisiva para recentrar o debate público na relação entre Portugal e a diáspora. Um momento para afirmar, com clareza e visão estratégica, que o país não termina nas suas fronteiras geográficas, mas prolonga-se na memória, no trabalho, na cultura e no compromisso cívico de milhões de portugueses espalhados pelo mundo. O futuro da democracia portuguesa passa, também, por saber escutar, integrar e valorizar plenamente as suas comunidades.
A todos os compatriotas e às comunidades portuguesas, deixo votos de uma Quadra Natalícia vivida em união, com afeto e serenidade, e de um Ano Novo repleto de saúde, esperança e renovada confiança no futuro.
domingo, 14 de dezembro de 2025
Manuel Viegas: um fautor da portugalidade na Flórida
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.
Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura lusa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo das últimas décadas, o percurso altruísta de Manuel Viegas em prol da portugalidade na Flórida, um estado situado no extremo sudeste dos Estados Unidos da América.
Natural da povoação de Parada de Gonta, município de Tondela, no distrito de Viseu, onde nasceu em 1944, Manuel Viegas emigrou para os Estados Unidos, no alvorecer dos anos 60, ao encontro da figura materna. A chegada do jovem tondelense ao estado de Nova Jérsia, marcou o início de um percurso de vida pautado pelo esforço hercúleo e dedicação incansável, “life marks” que Manny Viegas, como é conhecido na América, continua a cultivar em conjunto com os valores da amizade e da família.
Com uma carreira profissional sólida e feita de consistência, que iniciou ainda na adolescência na construção civil, Manuel Viegas tem como principais referências socioprofissionais as funções desempenhadas entre 1961 e 1976 na “Garden City”, durante mais de 25 anos na “Jomar Displays Inc.”, e até 2003 na “Boxer Displays”, empresas onde progrediu constantemente até chegar a encarregado geral.
Concomitantemente, o emigrante tondelense estabeleceu um forte comprometimento com a comunidade portuguesa em Nova Jérsia, onde se concentra uma das mais conhecidas e numerosas comunidades luso-americanas. Como revela o notável trabalho associativo em relevantes instituições luso-americanas a favor da dinamização e preservação da cultura portuguesa. Assim testemunha o seu envolvimento comunitário, no Portuguese Heritage Group of Perth Amboy, no Portuguese Sporting Club of Perth Amboy, no Heritage Festival Ball Inc., na Federação das Associações de New Jersey, no Sport Club Português ou na Casa de Tondela em Newark, à frente da qual, foi o grande mentor da construção no concelho beirão da construção de um “Monumento ao Emigrante”.
Nesse sentido, e com o intuito de perpetuar o valor dos emigrantes de Tondela, a edilidade beirã criou, em 1994, o largo do Monumento ao Emigrante, composto por uma estátua de Joaquim Machado e três espirais helicoidais de Luz Correia. A iniciativa teve o contributo da comunidade tondelense em Nova Jérsia, que esteve representada na inauguração pelo então Presidente da Casa de Tondela em Newark, Manuel Viegas. Na memória descritiva do monumento refere-se: “O emigrante vai nu, ou seja, despido de tudo quanto é material, de artificialismos e preconceitos”.
Quando atingiu a idade da reforma, o emigrante e dirigente associativo mudou-se, em 2005, para a Flórida, estado norte-americano onde vivem atualmente mais de 75 mil emigrantes portugueses e lusodescendentes. Também aqui, ao longo das últimas décadas, Manny Viegas tem realizado um importante trabalho em defesa da portugalidade, como evidencia o facto, por exemplo, de ter sido eleito em 2015, e reeleito em 2024, Conselheiro das Comunidades Portuguesas. Assim como, as suas conhecidas ligações ao Portuguese American Cultural Center of Palm Coast, à associação Os Beirões de Palm Coast e aos Sportinguistas de Palm Coast.
Não por acaso, o laborioso dirigente associativo da diáspora e hodierno Conselheiro das Comunidades Portuguesas pela Flórida, tem recebido diversas homenagens e distinções, e diplomas mérito e beneficência, entre as quais se incluem, as Chaves da Cidade de Perth Amboy. A Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, Grau Ouro, uma distinção atribuída pelo Governo Português, através do Secretário de Estado das Comunidades, a individualidades que se destacam no apoio e representação da diáspora portuguesa no estrangeiro, reconhecendo o seu trabalho e dedicação. E, a Comenda Oficial da Ordem de Mérito, uma das Ordens Honoríficas Portuguesas, que distingue atos ou serviços meritórios de abnegação em prol da coletividade, seja em funções públicas ou privadas.
Uma das figuras mais consideradas e respeitadas da comunidade portuguesa na Flórida, o esforço e dedicação desprendida de Manuel Viegas, genuíno fautor da portugalidade que não olvida as suas raízes, presentemente o confrade da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco”, está empenhado na criação de uma confraria irmã neste estado norte-americano, inspira-nos a máxima do filósofo romano Séneca: “O esforço chama sempre pelos melhores”.
domingo, 7 de dezembro de 2025
A inspiração solidária e universalista da Fundação Família Carvalho
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é seguramente a sua dimensão solidária, uma genuína marca genética da diáspora lusa, constantemente expressa em gestos, campanhas e iniciativas fautoras de valores humanistas.
Dentro da inspiração solidária que resplandece no seio da dispersa geografia das comunidades portuguesas, destaca-se ao longo das últimas décadas, a criação e dinamização de fundações assentes nos princípios da filantropia, instituídas por iniciativa de emigrantes de sucesso com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de justiça, e de solidariedade nas pátrias de acolhimento e de origem.
Uma das latitudes paradigmáticas da diáspora onde avultam os exemplos de fundações, instituídas por emigrantes portugueses, que desempenham um papel fundamental no cenário filantrópico, é indubitavelmente os Estados Unidos da América (EUA).
A cultura altruísta, profundamente enraizada na nação mais influente do mundo, onde o impacto social do investimento benemérito feito por empresas e entidades é reconhecido na sociedade, tem ao longo das últimas décadas inspirado vários emigrantes luso-americanos a instituir fundações sem fins lucrativos, dedicadas à beneficência, à cultura, ao ensino e a outros fins de interesse público.
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, tem-se destacado nos últimos o papel notável da Fundação Família Carvalho, em Mineola, uma vila nova-iorquina que alberga uma população de 20 mil habitantes, entre eles, cerca de 20% portugueses e lusodescendentes.
Instituída em 2017, pelo emigrante anadiense Manuel Carvalho, conhecido empresário na área da restauração em Mineola, em conjunto com a sua esposa Jackie Carvalho, natural do Panamá, a instituição filantrópica tem dinamizado um conjunto significativo de atividades e apoios nas áreas sociais, culturais e educativas. Desde logo, o espírito bairrista e benemérito do empresário luso-americano tem possibilitado, através da Fundação Família Carvalho, apetrechar ao longo dos anos, os Bombeiros Voluntários de Anadia.
Têm sido inúmeros os eventos, que o empresário luso-americano tem organizado no seu icónico restaurante Bairrada, unanimemente considerado um dos melhores restaurantes portugueses na ilha situada no sudeste do estado de Nova Iorque, em prol dos Bombeiros Voluntários de Anadia. Assim como, os contributos que a Fundação Família Carvalho, têm dado em prol da promoção e preservação da língua, costumes e tradições portuguesas em Long Island.
Ainda no decurso deste ano, a Fundação Família Carvalho, no âmbito da sua 15.ª edição do Torneio de Golfe, uma iniciativa, cuja dimensão eminentemente solidária aglutinou uma vez mais a comunidade luso-americana, distribuiu 30 mil dólares pelo “Mineola Junior Fire Department”, o “Mineola Volunteer Ambulance Corps” e o Centro de Bem Estar Social da Freguesia de Tamengos, estabelecido na localidade de onde é natural o benemérito empresário luso-americano, e que tem como missão promover o bem-estar de crianças e idosos do território anadiense.
Esta centelha solidária da Fundação Família Carvalho, tem-se alargado igualmente ao longo dos últimos anos ao Panamá, país no istmo que liga a América Central e a América do Sul, e de onde é natural Jackie Carvalho. O grande suporte e companheira de vida do benemérito empresário luso-americano, tem carrilado para a sua pátria de origem um conjunto significativo de apoios, entre muitos outros, aos Bombeiros da República do Panamá; às vítimas de inundações neste território localizado na América Central, e inclusive às vítimas dos terramotos recentes do Equador, nação situada na costa oeste da América do Sul.
Não por acaso, o benemérito empresário luso-americano e a esposa desfilaram no passado dia 27 de novembro, na 99.º parada anual do Dia de Graças da Macy’s, em Nova Iorque, naquela que é conhecida como a maior loja do mundo. E cujo tradicional desfile, é um dos eventos mais esperados do ano nos Estados Unidos, atraindo uma multidão de moradores e turistas para assistir nas ruas à parada dos balões gigantes com personagens de desenhos animados, carros alegóricos, apresentações de celebridades e muita música, que este ano foi também abrilhantada pela “Banda de Música La Primavera”, do Panamá. A primeira banda escolar da América Central, a participar, graças ao espírito filantrópico da Fundação Família Carvalho, no maior desfile do Dia de Ação de Graças dos Estados Unidos, e que representaram o seu país com grande entusiasmo e talento, num evento que proporcionou orgulho nacional e destaque para a cultura panamiana na icónica metrópole de Nova Iorque.
O notável exemplo benemérito do casal Manuel e Jackie Carvalho, rostos visíveis da missão, visão e valores da Fundação Família Carvalho, inspira-nos a máxima de Madre Teresa de Calcutá: “Nem todos nós podemos fazer coisas grandiosas. Mas todos podemos fazer pequenas coisas com muito amor”.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2025
Orlando Pompeu inaugurou “Cânticos de Natalidade” em Braga
No início do presente mês de dezembro, o mestre-pintor Orlando Pompeu, um dos mais consagrados artistas plásticos portugueses da atualidade, inaugurou na capital do Minho, uma nova exposição intitulada “Cânticos de Natalidade”.
A inauguração da exposição, na Loja Urban Project, em pleno coração da cidade de Braga, no alvorecer da quadra natalícia, contou com a presença de vários amigos, admiradores e colecionadores do pintor de referência nacional e internacional.
Nesta nova exposição, patente ao público durante a quadra natalícia, Orlando Pompeu exibe uma mostra artística de pinturas em acrílico e aguarela inspiradas na força relacional, criadora e transformadora da maternidade. Com pinceladas de criatividade e originalidade, e cores vibrantes e gestos pictóricos soltos, o artista plástico explora um território artístico fértil, onde a experiência íntima e a reinvenção estética compõem narrativas visuais plurais e emocionalmente densas, e afirmam a maternidade como eixo a partir do qual o mundo pode ser visualizado.
Detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Suíça, Inglaterra, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Dubai e Japão, Orlando Pompeu nasceu no concelho minhoto de Fafe. Estudou desenho, pintura e escultura em Barcelona, Porto e Paris, e nos anos 90 progrediu no seu percurso artístico ao ir trabalhar para os Estados Unidos da América, onde expôs na Galeria Eight Four, em Nova Iorque, e depois, Japão, tendo exposto na TIAS – Tokio International Art Show e na Galeria Garou Monogatari em Tóquio. Em 2022 foi distinguido em Paris com a Medalha de Bronze da Academia Francesa das Artes, Ciências e Letras.
terça-feira, 25 de novembro de 2025
Fundação Nova Era Jean Pina difunde Cruz Vermelha Portuguesa na Diáspora
Ao longo dos anos, as comunidades portuguesas têm demonstrado um enorme espírito de solidariedade, o mais importante valor que nos humanizam e dão sentido à vida, apoiando quer os nossos compatriotas no estrangeiro, assim como os portugueses residentes no território nacional.
Um desses exemplos de solidariedade dinamizada no seio da diáspora, é o que tem sido prosseguido desde a segunda década do séc. XXI, pela Fundação Nova Era Jean Pina, constituída nessa época pelo empresário português João Pina, radicado na região de Paris, um dos mais dinâmicos e beneméritos empresários portugueses em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa.
Natural do concelho da Guarda, o empresário de sucesso na área da construção civil, administrador do Grupo Pina Jean, sediado nos arredores de Paris, tem incrementado uma notável dinâmica solidária em prol dos mais desvalidos. Alicerçando a missão da Fundação Nova Era Jean Pina, no lema da instituição “Solidariedade em Movimento”, o emigrante guardense tem dinamizado inúmeros projetos de solidariedade para com as pessoas mais desfavorecidas e vulneráveis, como seniores, crianças institucionalizadas e desempregados na pátria de origem e de acolhimento.
Ainda no passado dia 24 de novembro, a instituição luso-francesa estabeleceu um protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), uma das mais relevantes instituições humanitárias de Portugal, reconhecida pelo seu papel crucial no apoio aos mais vulneráveis e na promoção da dignidade humana, através de uma vasta gama de serviços como emergência, saúde, apoio a idosos, vítimas de violência doméstica e programas sociais.
Fundada em 1865, a organização não governamental, voluntária e de interesse público, que atua em conformidade com os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, passa assim a auferir de uma parceria estratégica no seio da Diáspora, porquanto o protocolo assinado com a Fundação Nova Era Jean Pina prevê que a instituição luso-francesa difunda esta cooperação “junto dos seus associados e parceiros da Diáspora”, assim como disponibilize “espaço próprio para eventuais campanhas de divulgação e/ou promocionais da CVP”. Refira-se que, a Fundação Nova Era Jean Pina, compromete-se ainda “a divulgar o Cartão de Saúde da CVP e as suas respetivas regalias junto da Diáspora em diversas regiões do mundo, utilizando para tal os seus meios de comunicação e redes internacionais”.
Nesse sentido, a Cruz Vermelha Portuguesa passa a ter na Fundação Nova Era Jean Pina, um parceiro estratégico junto das numerosas comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, por exemplo, na promoção do seu novo Cartão de Saúde, criado com o duplo propósito de facilitar o acesso a cuidados de saúde de qualidade a preços acessíveis e reforçar a missão humanitária da instituição.
Este novo cartão, que se assume como um compromisso social, uma forma de promover a prevenção, incentivar hábitos de vida saudáveis e reforçar a proximidade humana que sempre caracterizou a atuação da Cruz Vermelha Portuguesa, foi apresentado no passado dia 24 de novembro, numa cerimónia que decorreu no Palácio do Conde D’Óbidos, em Lisboa.
O evento contou com a presença do Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, e da Comissão de Honra do Cartão Saúde, que inclui personalidades como Maria de Belém Roseira, Rosa Mota, Armindo Monteiro, José Bento, Miguel Ribeiro Ferreira, João Silveira, Nazim Ahmad, José Germano de Sousa, Isabel Miguéns e Leonor Chastre. Assim como, do empresário luso-francês João Pina, presidente da Fundação Nova Era Jean Pina, que no decurso da cerimónia assinou o singular protocolo de promoção da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), uma das mais importantes organizações humanitárias em Portugal, na dispersa geografia da Diáspora.
A recente parceria estratégica firmada entre a Cruz Vermelha Portuguesa e a Fundação Nova Era Jean Pina, robustecem as palavras do Chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, no ocaso do ano transato, aquando do encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa: “A Diáspora Portuguesa é inseparável da nossa história e do nosso soft power. Nós somos portugueses, somos universais e por isso a Diáspora é um fator estratégico essencial para o país pelo impacto artístico, cultural, científico e tecnológico que promove”.
domingo, 23 de novembro de 2025
O lançamento da primeira pedra da nova Casa dos Açores de Hilmar, na Califórnia
A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, destaca-se hoje pela sua perfeita integração, inegável empreendedorismo e relevante papel socioeconómico-cultural na principal potência mundial.
Hodiernamente, segundo dados dos últimos censos americanos, residem nos EUA mais de um milhão luso-americanos, sendo que só no estado mais populoso do país, a Califórnia, residem mais de 300 mil, na sua maioria oriundos dos Açores, que trabalham por conta de outrem, na indústria. Embora, sejam muitos, os que trabalham nos serviços ou se destacam na área científica, no ensino, nas artes, nas profissões liberais e nas atividades políticas.
No seio das numerosas comunidades luso-americanas da Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos EUA, proliferam dezenas de associações recreativas e culturais, meios de comunicação social, clubes desportivos e sociais, fundações para a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, casas regionais, sociedades de beneficência e religiosas. E inclusive, um espaço museológico que homenageia e perpetua a herança cultural portuguesa na Califórnia, mormente, o Museu Histórico de São José.
Ao longo das últimas décadas, umas das associações recreativas e culturais que mais tem contribuído para a dinamização da açorianidade e portugalidade no estado mais populoso dos Estados Unidos, é indubitavelmente a Casa dos Açores de Hilmar, no Vale de San Joaquin, um dos mais tradicionais e relevantes centros da emigração portuguesa na Califórnia.
Fundada em 1977, a instituição tem desde a sua génese como objetivos principais, o fortalecimento da identidade e a memória cultural açoriana, em particular, e portuguesa, em geral, através da música, do desporto, da literatura e da recriação de tradições religiosas, como seja o caso, das celebrações do Espírito Santo.
No passado dia 20 de novembro, a Casa dos Açores de Hilmar, membro do Conselho Mundial das Casas dos Açores, deu um passo marcante para honrar o passado, celebrar o presente e construir o futuro, através do lançamento da primeira pedra da sua nova sede. Um novo espaço, orçado em vários milhões de dólares, cuja conclusão se encontra prevista para o final do próximo ano, e que funcionará como um moderno centro cultural multifuncional, capaz de acolher festas e uma variedade de atividades culturais, como exposições, concertos, eventos literários, colóquios, programas intergeracionais, encontros sociais ou celebrações comunitárias.
Um passo marcante, e concomitantemente, um sinal de esperança no presente e futuro do associativismo luso-californiano, que enfrenta atualmente um desafio complexo, que advém essencialmente do envelhecimento dos seus quadros dirigentes, porquanto nas últimas décadas a América do Norte tornou-se um destino secundário da emigração portuguesa. Um presente e futuro do associativismo luso-californiano, que como na restante América do Norte, deve passar pela diversificação de atividades de animação sociocomunitária, que possam conciliar a cultura tradicional enraizada no movimento associativo, com novas dimensões socioculturais, como o cinema, a literatura, o design, a dança, o teatro, a arte ou a moda, entre outros, de modo a atrair as jovens gerações de lusodescendentes, genuínos impulsionadores da presença portuguesa.
Nesse sentido, o lançamento da primeira pedra da nova Casa dos Açores de Hilmar, é uma “pedrada no charco”, um passo seguro no caminho que honra o passado, constrói o presente e assegura o futuro. Paradigmaticamente espelhada, em dois dos rostos mais visíveis da atual instituição, designadamente, o jovem e dinâmico lusodescendente, George Costa Jr., presidente da Casa dos Açores de Hilmar, e o seu vice-presidente, o comendador Manuel Eduardo Vieira, um dos mais proeminentes emigrantes e beneméritos da comunidade portuguesa na Califórnia.
Este novo capítulo da profícua história da Casa dos Açores de Hilmar, na Califórnia, sinal de esperança no presente e futuro das comunidades portuguesas na América do Norte, robustece a máxima de Fernando Pessoa, um dos maiores génios poéticos da nossa literatura: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
O potencial empreendedor da diáspora: o exemplo dos irmãos Calçada
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Entre as várias trajetórias de portugueses que se distinguem pelo seu papel empreendedor e inovador, e constituem um relevante fator de desenvolvimento do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso dos irmãos Calçada, laboriosos artesãos da relojoaria suíça.
Naturais do concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, a odisseia migratória dos irmãos Calçada foi encetada por Paulo, três anos mais velho do que Pedro, que no início da adolescência, em 1985, emigrou para a Suíça, onde já estavam radicados os pais.
Um dos principais destinos da emigração portuguesa intraeuropeia, como comprovam os mais de 200 mil lusos que vivem e trabalham no território helvético, essencialmente na hotelaria, restauração, construção civil, indústria manufaturada, serviços de limpeza e agricultura, o emigrante feirense, foi trabalhar para Neuchâtel, capital do cantão suíço homónimo, nas vindimas e pouco tempo depois na construção civil. As condições árduas, e a ambição de melhores condições de vida e oportunidades profissionais, impulsionaram o jovem emigrante no final da década de 1980 a ingressar numa empresa de polimento de peças para relógios, onde em 1992, era já chefe de fábrica.
No mesmo período, Pedro Calçada acabaria por seguir as mesmas pisadas do irmão mais velho, rumando na adolescência para a Confederação Suíça, primeiramente para trabalhar nas limpezas, e pouco tempo depois na empresa da área da relojoaria em que o irmão já laborava.
As capacidades de trabalho infatigáveis, coligidas no berço familiar, impulsionaram os irmãos Calçada, no alvorecer do séc. XXI, a fundar a sua própria fábrica em Le Locle, uma comuna industrial, situada no cantão de Neuchâtel, perto da fronteira francesa, que alberga afamadas marcas de relógios, como a Mont Blanc, Tissot ou Tag Heuer. E que entre outras marcas helvéticas de renome, contribuem amplamente para que a Suíça seja mundialmente conhecida pela relojoaria de precisão e luxo.
Desde então, a fábrica Calçada, em Le Locle, assente num compromisso de máxima qualidade, precisão e dedicação, é um caso de sucesso e geradora de emprego. Na unidade fabril, onde trabalham vários emigrantes portugueses, são polidos diversos componentes metálicos dos relógios, como fechos, braceletes ou caixas dos relógios, assim como acabamentos específicos, como relevos e gravações, para marcas essencialmente helvéticas e do segmento de luxo.
Da fábrica Calçada, em Le Locle, saem diariamente à volta de mil caixas polidas, sendo que desde a década de 2010, foi aberta uma filial portuguesa no torrão natal. Nomeadamente em Louredo, povoação de Santa Maria da Feira, onde o investimento em máquinas automatizadas permitiu alavancar um maior volume de produção.
Entre a Suíça e Portugal, Pedro e Paulo Calçada, que em 2010 recebeu o Prémio Empreendedorismo Inovador da Diáspora Portuguesa, gerem atualmente duas unidades empresarias com mais de duas centenas de trabalhadores, contribuindo simultaneamente, para o progresso da confederação helvética, uma nação de riqueza e liderança na relojoaria, com o setor a representar um papel crucial na sua economia. Assim como, para o desenvolvimento do território nacional, mormente o concelho de Santa Maria da Feira, detentor de um tecido empresarial diversificado, dinâmico, e com uma importante capacidade de inovação e vocação exportadora.
Numa época em que os empreendedores portugueses da diáspora, são reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção e desenvolvimento do país, as trajetórias marcadas pelo arrojo, inovação, mérito e apego às raízes dos irmãos Calçada, corroboram a máxima de Luc de Clapiers, marquês de Vauvenargues: “Uma viva inteligência de nada serve se não estiver ao serviço de um carácter justo; um relógio não é perfeito quando trabalha rápido, mas sim quando trabalha certo”.
terça-feira, 11 de novembro de 2025
Chef José Meirelles: um embaixador da gastronomia portuguesa em Nova Iorque
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empreendedores portugueses da diáspora, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do chef José Meirelles, um genuíno embaixador da gastronomia portuguesa em Nova Iorque, uma das cidades mais icónicas dos Estados Unidos da América e do mundo.
Com raízes familiares no Norte de Portugal, entre Amarante e Celorico de Basto, José Meirelles desde pequeno mostrou paixão pela cozinha e pelos alimentos. De tal modo, que na década de 1980, após especializar-se em administração e exercido funções no sector bancário em Portugal, emigrou para os Estados Unidos, com a mulher, onde frequentou, em 1987, o French Culinary Institute, em Nova Iorque. Presentemente, designado The International Culinary Center, assume-se como uma das principais escolas de culinária dos Estados Unidos, e a nível mundial, dada a sua combinação de técnicas tradicionais francesas, inventividade americana e corpo docente de excelência.
É no decurso dessa formação intensiva, e após enriquecedoras experiências profissionais nos conceituados restaurantes noviorquinos La Réserve e Maxim's, que José Meirelles, em conjunto com os chefs Philippe Lajaunie e Jean-Michel Diot, abriu em 1990 o Les Halles, em Park Avenue, uma via norte-sul nos distritos de Manhattan e Bronx, na cidade de Nova Iorque. Um típico restaurante parisiense que servia pratos frescos e simples da culinária francesa, famoso pelas suas batatas fritas, e pelo facto, de lá ter trabalhado, no final dos anos 90, o chef de cozinha, autor, apresentador de televisão e contador de histórias, Anthony Bourdain (1956-2018).
Foi o empresário e chef José Meireles, antigo patrão de Anthony Bourdain, que o contratou nessa altura como chef executivo do Les Halles, e que serviu de catalisador e base, em 2001, para o seu livro de enorme sucesso “Cozinha Confidencial - Aventuras no Submundo”. Foi com o empresário e amigo chef José Meireles, que o saudoso chefe norte-americano Anthony Bourdain, conhecido pelo estilo irreverente, aprendeu a saborear a comida portuguesa, e no início do ano de 2017, regressou a Celorico de Basto, terra natal do emigrante português, onde esteve no restaurante Sabores da Quinta, de um primo de José Meirelles, para assistir à tradicional “Matança do porco” e degustar algumas das iguarias locais.
Com um currículo invejável, o empresário e chef José Meirelles, um dos rostos mais visíveis da gastronomia luso-americana, portador de um estilo culinário assente na qualidade, ousadia e honestidade, conhecido por incorporar frequentemente toques portugueses nos seus pratos, já abriu vários restaurantes em diferentes cidades norte-americanas.
Hodiernamente, detém unicamente o Le Marais, um restaurante kosher, ou seja, que respeita os preceitos do judaísmo, muito perto de Times Square e da Broadway, na “Big Apple”. Um restaurante, que desde 1995, se destaca pela cozinha francesa, nunca olvidando as raízes do empresário e chef luso-americano, e onde se comem alguns dos melhores bifes e hambúrgueres de Nova Ioque. Um espaço gastronómico de eleição, por onde ao longos dos últimos anos, têm passado figuras conhecidas do mundo dos negócios, cinema e moda, como Roman Abramovich, Aaron Eckhart, Cindy Crawford, Luci Liu ou Mark Wahlberg.
O sucesso e qualidade superior do restaurante kosher Le Marais, de José Meirelles, pode ser aferido pelo artigo “The Portuguese Catholic who serves French cuisine to New York’s Jews”, que o jornal “The Times of Israel”, escreveu em 2006. Neste, a publicação israelita multilíngue assevera, “Há mais de 20 anos que José Meirelles é proprietário e gere a steakhouse Le Marais — que recebeu o nome do bairro judeu de Paris — e a procura nunca foi tão elevada”, atualmente “o Le Marais é o restaurante kosher mais rentável da cidade de Nova Iorque”.
Uma das figurais mais conhecidas da comunidade luso-americana em Nova Iorque, o exemplo inspirador e de sucesso do empresário e chef português José Meirelles, encontra-se vertido numa das principais máximas de Confúcio: “Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores”.
segunda-feira, 3 de novembro de 2025
Paris recebe apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
No dia 15 de novembro (sábado), é apresentado em Paris, capital de França, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 17h30, na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris.
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo de João Costa Ferreira, Diretor da Casa de Portugal da Cité Internationale Universitaire de Paris.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário profusamente ilustrado, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo.
A sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, aberta à comunidade, constitui um reconhecimento à comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa, e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês, rondando um milhão de pessoas.
Refira-se que a sessão de apresentação na Casa de Portugal André de Gouveia, um espaço incontornável, em Paris, na promoção da cultura e língua portuguesa, servindo como residência para estudantes, investigadores e artistas portugueses, inclui uma prova de vinho verde, promovida pelos Vinhos Norte, um dos maiores produtores nacionais de vinho verde que procura aliar a tradição de fazer vinho com a inovação no sector.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
terça-feira, 21 de outubro de 2025
Idalmiro da Rosa: um fautor da portugalidade em San Diego
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.
Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura lusa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso notável de Idalmiro da Rosa em prol da portugalidade em San Diego, cidade dos Estados Unidos da América, localizada no sul do estado da Califórnia.
Natural de São Roque, vila açoriana da ilha do Pico, onde nasceu em 1954, e viveu durante os seus primeiros dez anos, entre o Farol da Manhenha, na Piedade, e o Cais do Pico, até emigrar em 1967 para San Diego, a segunda cidade mais populosa da Califórnia, o estado com maior diáspora de origem portuguesa nos Estados Unidos da América.
A chegada do jovem picaroto a San Diego, ocorreu na senda migratória do núcleo familiar. O pai era faroleiro na segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores e sócio em três barcos, ainda que quando se tenha radicado em San Diego, a ideia fosse trabalhar no estaleiro onde se construíam atuneiros, acabou por oportunidade financeira, a labutar no mar, onde chegou a ser engenheiro maquinista com o irmão.
O percurso paterno, que forjou indelevelmente a têmpera de Idalmiro da Rosa, evidencia o contributo coletivo de várias famílias portuguesas, essencialmente oriundas das ilhas dos Açores e da Madeira, que na centúria passada estabeleceram-se na Baía de San Diego, e desempenharam um papel decisivo no desenvolvimento da indústria do atum, e na afirmação de San Diego no decurso do séc. XX, como a capital mundial do atum.
O jovem picaroto chegou a trabalhar nos estaleiros, mas nunca se afastando dos estudos. Frequentou a escola primária católica de Saint Agnes, nos anos 70 o Point Loma High School, e na mesma década adquiriu no San Diego Mesa College, o diploma de “Associate Arts”, em Arquitetura. No alvorecer dos anos 80, completou o bacharelato em Engenharia Mecânica, na California Polythenic State University, em San Luis Obispo, encetando um percurso socioprofissional fulgurante de engenheiro. Primeiro como gerente da companhia Enercor Inc., sendo que ainda na década de 1980 iniciou a empresa Da Rosa Design, especializada em arquitetura e engenharia mecânica. E no clarear do séc. XXI, na Câmara Municipal de San Diego, gerindo projetos de engenharia e construção relacionados com Estações de Tratamento de Águas Residuais.
Concomitantemente, o emigrante açoriano estabeleceu um profundo comprometimento com a comunidade portuguesa em San Diego, atualmente constituída por cerca de 20 mil luso-americanos, desempenhado um trabalho cultural fundamental na preservação da herança cultural e histórica entre Portugal e San Diego. Assim evidencia o seu envolvimento comunitário, ao longo das últimas décadas, na Aliança Açoreana, no Centro Histórico Português, no Península Youth Soccer League, no grupo coral português de Saint Agnes, no Festival Cabrillo, no Portuguese American Social & Civic Club, ou no United Portuguese Sociedade Espírito Santo, Inc., (UPSES), o coração da comunidade portuguesa em San Diego, onde se localiza a Avenida de Portugal e o museu do Centro Histórico Português.
Desde 2017, o líder comunitário com raízes açorianas, desempenha as funções de Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, exercendo assim serviços, não renumerados, de defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos do Estado Português e dos seus nacionais na segunda cidade mais populosa da Califórnia e a oitava mais populosa dos Estados Unidos.
O reiterado orgulho que nutre pelas suas raízes, tem levado ao longo dos anos o engenheiro luso-americano a alavancar a construção de pontes de cooperação entre a sua pátria de origem e de acolhimento. Por exemplo, ainda este verão, o Cônsul Honorário de Portugal em San Diego, foi recebido pelo presidente e a vice-presidente da Câmara Municipal de São Roque do Pico, num encontro que teve como objetivo reforçar os laços entre o concelho picoense e a comunidade portuguesa residente na Califórnia. Assim como, estreitar as relações com a diáspora açoriana, aprofundar a cooperação em áreas como a promoção cultural, o turismo e a valorização das tradições locais junto das comunidades emigrantes.
Uma das figuras mais consideradas e respeitadas da comunidade portuguesa em San Diego, na Califórnia, o esforço e dedicação desprendida do engenheiro Idalmiro da Rosa, fautor da portugalidade que não olvida as suas raízes, inspira-nos a máxima do antigo presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy: “Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela”.
domingo, 12 de outubro de 2025
Historiador da diáspora Daniel Bastos reuniu com a Cônsul-Geral de Portugal em Paris
No passado dia 10 de outubro (sexta-feira), o historiador da diáspora Daniel Bastos, a convite da Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa, reuniu na capital francesa com a diplomata de um dos maiores consulados de Portugal no estrangeiro.
No decurso da reunião, foi abordado o percurso do professor, historiador e escritor, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, que ao longo dos últimos tem concebido vários trabalhos no campo da história da emigração portuguesa.
Assim como, a dinâmica da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês, rondando um milhão de pessoas. Nomeadamente, o empreendedorismo, o movimento associativo e a solidariedade, como é o caso da Fundação Nova Era Jean Pina, da qual o historiador é embaixador junto da diáspora, e cujo presidente, o empresário português radicado na região parisiense, João Pina, marcou presença na reunião de trabalho.
Refira-se ainda, que no dia 15 de novembro (sábado), o historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, apresenta às 17h30 na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”. A sessão de apresentação da obra em Paris, aberta á comunidade luso-francesa, constituirá um reconhecimento ao contributo fundamental dos emigrantes portugueses no desenvolvimento da França e de Portugal.
quarta-feira, 8 de outubro de 2025
Daniel Bastos homenageia emigração portuguesa em Nova Iorque
No dia 25 outubro (sábado), o historiador da diáspora Daniel Bastos apresenta em Nova Iorque, um dos estados mais populosos e importantes da América, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 17h30, na Portuguese Heritage Society, em Mineola. Uma vila nova-iorquina, presidida pelo luso-americano Paulo Pereira, onde cerca de 15% dos seus habitantes são emigrantes portugueses e lusodescendentes, e que nesse dia será palco da reunião do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas para a América do Norte.
Ainda na Região Metropolitana de Nova Iorque, mas já na cidade de Newark, no estado de Nova Jérsia, onde se concentra uma das mais conhecidas e numerosas comunidades luso-americanas. O investigador da emigração, apresenta no dia 29 de outubro (quarta-feira), às 18h00, no centenário Sport Club Português de Newark, o livro bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e que conta com prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown.
Refira-se que a deslocação do autor e as apresentações da obra, abertas ao público, são apoiadas pelo empresário português em Nova Iorque, Manuel Carvalho, e contam ainda com o apoio da Fundação Família Carvalho, da Village of Mineola, do Consulado-Geral de Portugal em Nova Iorque, da NYPALC (New York Portuguese-American Leadership Conference), da Portuguese Heritage Society e da ProVerbo - Secção Cultural do Sport Club Português em Newark.
Realizado com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, o livro constitui um convite a uma viagem pela memória da emigração portuguesa. Um itinerário, que ao percorrer todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, evidencia as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades, a evocação contínua de uma espécie de sinónimo de Portugal, a saudade. Assim como, objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração, como é o caso da emigração para os Estados Unidos, onde atualmente residem mais de um milhão de luso-americanos, que se destacam pela sua integração, empreendedorismo e papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.
Assumindo-se como uma história concisa e ilustrada da diáspora, a obra presta tributo aos milhões de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo, neste caso aos luso-americanos da Região Metropolitana de Nova Iorque, que têm dado um contributo fundamental no desenvolvimento das suas terras de origem e de acolhimento.
No prefácio do livro, o filósofo emigrante na América, Onésimo Teotónio Almeida, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Com vários livros publicados no campo da história da emigração portuguesa, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades lusas, o percurso do professor, historiador e escritor Daniel Bastos, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, tem sido alicerçado no seio da diáspora.
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
S&F Concrete Contractors: 60 anos a engrandecer os Estados Unidos
No decurso do passado mês de setembro, a S&F Concrete Contractors, uma das maiores empresas de construção da América do Norte, alicerçada no percurso inspirador e de sucesso do comendador António Frias, um dos mais proeminentes empresários portugueses nos Estados Unidos, assinalou o seu 60.ºaniversário.
Entre muitos amigos, colaboradores e forças vivas da comunidade luso-americana, a festa realizada no centenário Clube Português de Hudson, no estado de Massachusetts, na região da Nova Inglaterra, constitui um marco que simboliza o percurso, as conquistas e os desafios superados ao longo dos anos, daquela que é hoje a maior empresa de construção civil da Nova Inglaterra, com um volume de negócios superior a 200 milhões de dólares anuais.
Mais do que uma empresa, a S&F Concrete Contractors é um projeto de vida, umbilicalmente ligado à trajetória migratória de António Frias e da família, para a América. Natural da Calheta, lugar da freguesia de Santo Espírito, concelho da Vila do Porto, na ilha açoriana de Santa Maria, António Frias emigrou em 1955, aos 16 anos de idade, com a família para Hudson.
A chegada à vila situada no condado de Middlesex, numa fase de incremento da emigração açoriana para os Estados Unidos, na demanda de melhores condições para escapar a um quotidiano arquipelágico marcado pelo espectro da pobreza e da miséria, marcou o início de um percurso de vida de um verdadeiro “self-made man”.
O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no seio familiar, transformaram o jovem mariense que começou a trabalhar numa fábrica de calçado e numa padaria, num dos mais importantes empresários luso-americanos no ramo da construção civil. O percurso de sucesso foi alavancado dez anos depois da chegada ao território norte-americano, período em que se juntou ao irmão José Frias e ao amigo Jack Santo, e inaugurou com apenas três funcionários a S&F Concrete Contractors, que começou por construir passeios, sobrados de casas e valetas de cimento. Mais tarde, António Frias comprou a parte do amigo, tornando-se sócio maioritário da empresa, e um afamado magnata da construção nos Estados Unidos.
Com 60 anos de experiência acumulada, e uma equipa de mais de 700 funcionários, o império empresarial da S&F Concrete Contractors tem um conjunto de obras emblemáticas disseminadas pelo vasto território norte-americano. Entre elas, contam-se, por exemplo, a construção do Gillette Stadium, o estádio da equipa de futebol americano New England Patriots (NFL); o pavilhão dos Boston Celtics, uma das equipas mais populares da National Basketball Association (NBA); a Millennium Tower em Boston; o MIT Simmons Residence Hall, em Cambridge; e o Encore Boston Harbor, um resort de luxo que inclui um casino com mesas de poker e máquinas de jogos.
Empresário multifacetado, com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, António Frias recebeu em 1989 do antigo Presidente da República, Mário Soares, a Ordem de Mérito Industrial de Portugal. E em 2011, o Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, iniciativa promovida pela COTEC Portugal, das mãos do Presidente da República, Cavaco Silva.
No rol das condecorações de António Frias, avultam várias distinções atribuídas pela comunidade luso-americana, e autoridades estaduais e federais norte-americanas. Como seja um doutoramento honorífico da Massachusetts Maritime Academy; o Portuguese American Leadership Council of the United States (PALCUS); ou o Leadership Appreciation Award, atribuído pelo antigo governador de Massachusetts, Charlie Baker.
Concomitantemente, são públicas as amizades que o emigrante português de sucesso, ao longo dos anos, tem cultivado junto de figuras influentes do cenário político norte-americano, mormente, dos antigos presidentes dos Estados Unidos, Jimmy Carter, George Bush pai e filho, e Donald Trump. O sucesso que alcançou ao longo de mais de meio século a engrandecer os EUA, tem sido constantemente acompanhado de generosos apoios a iniciativas e projetos da comunidade luso-americana, assim como de um profundo sentido altruísta em prol dos trabalhadores da S&F Concrete Contractors, vários deles naturais da ilha açoriana de Santa Maria.
Numa fase da vida em que tem procurado passar mais tempo com a família e dedicar-se a apoiar os filhos e netos na gestão dos negócios familiares, o espírito empreendedor do emigrante açoriano mantém-se ainda interligado ao universo empresarial que construiu ao longo de 60 anos na principal potência mundial. Uma das figuras mais destacadas da numerosa comunidade luso-americana, o exemplo de vida do empresário e filantropo António Frias, alicerçado num extraordinário império empresarial na área da construção, revive a máxima de Fernando Pessoa, um dos maiores poetas de todos os tempos: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
Orlando Pompeu inaugura exposição antológica em Braga
No dia 18 de outubro (sábado), o mestre-pintor Orlando Pompeu, um dos mais consagrados artistas plásticos portugueses da atualidade, inaugura em Braga, Capital Portuguesa da Cultura 2025, uma exposição antológica assente em trabalhos de pintura e escultura, que se fundem num diálogo visual fascinante, onde cada obra é uma janela para a alma do seu criador.
A inauguração da exposição, intitulada “Visões Pompeuanas”, ocorre às 16h00, e assinala o regresso do artista plástico ao Palácio do Raio. Um dos edifícios mais emblemáticos do património barroco do país e um dos ex-líbris da capital do Minho, que através da ação da Santa Casa da Misericórdia de Braga, tem acolhido o que há de melhor em termos artísticos para apresentar nos seus equipamentos culturais.
Nesta nova exposição, patente ao público até 17 de novembro, Orlando Pompeu exibe uma mostra artística distinta, repleta de criatividade e contemporaneidade, cujas diferentes técnicas, múltiplas temáticas e perceções únicas, convergem num espaço de eleição, proporcionando ao público uma experiência sensorial rica e diversificada. Mais do que uma exposição, “Visões Pompeuanas” é um convite à (re)descoberta, um percurso de emoção e inspiração que moldam o universo do detentor de uma obra que está representada em variadas coleções particulares e oficiais em Portugal, Espanha, França, Suíça, Inglaterra, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Dubai e Japão
Com uma carreira de quase quarenta anos, bem como um currículo nacional e internacional ímpar, Orlando Pompeu nasceu no concelho minhoto de Fafe. Estudou desenho, pintura e escultura em Barcelona, Porto e Paris, e nos anos 90 progrediu no seu percurso artístico ao ir trabalhar para os Estados Unidos da América, onde expôs na Galeria Eight Four, em Nova Iorque, e depois, Japão, tendo exposto na TIAS – Tokio International Art Show e na Galeria Garou Monogatari em Tóquio. Em 2022 foi distinguido em Paris com a Medalha de Bronze da Academia Francesa das Artes, Ciências e Letras.
sábado, 27 de setembro de 2025
Vigo acolheu apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
Na passada sexta-feira (26 de setembro), a cidade de Vigo, na Galiza, comunidade autónoma de Espanha, acolheu a apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada no Camões - Centro Cultural Português em Vigo.
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, esteve a cargo de Orlando Pompeu, um dos mais consagrados artistas plásticos portugueses da atualidade. No decurso da sessão, o mestre-pintor salientou a “admiração e respeito pelos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo”, e a acuidade da obra como “um testemunho de homenagem à história da emigração”.
Refira-se que o livro, realizado com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário profusamente ilustrado, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa.
Neste sentido, a apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração, constituiu um reconhecimento da importância das migrações entre a Galiza e Portugal, um fenómeno marcante do passado e do presente de dois territórios que estão ligados por laços históricos, culturais, geopolíticos e económicos.
A sessão de apresentação no Camões - Centro Cultural Português em Vigo, organismo que tem como objetivo central levar a cultura lusa a toda a Galiza, incluiu uma prova de vinho verde, promovida pelos Vinhos Norte, um dos maiores produtores nacionais de vinho verde que procura aliar a tradição de fazer vinho com a inovação no sector.
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Museu da Emigração Açoriana foi palco da apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
Na passada terça-feira (23 de setembro), a ilha de São Miguel, a maior ilha do arquipélago dos Açores, recebeu a apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada no Museu da Emigração Açoriana, situado na Ribeira Grande, no âmbito dos 20 anos deste espaço museológico dedicado à memória da diáspora açoriana.
A sessão de apresentação, que contou com a presença de antigos e atuais emigrantes, assim como, forças vivas locais e regionais, entre as quais, o vereador da Cultura da Câmara Municipal da Ribeira Grande, José António Garcia, o antigo presidente da Associação dos Emigrantes Açorianos, Rui Faria, e a atual responsável pela agremiação, Andrea Moniz-DeSouza, esteve a cargo do filósofo e escritor açoriano Onésimo Teotónio Almeida, que assina o prefácio do livro.
No decurso da sessão, o Professor Emérito da Universidade de Brown, que tem dedicado uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade, saudou "vivamente os autores do livro-álbum", pelo "seu engajamento na chamada de atenção para o papel que a emigração – uma espécie de enteada entre os fatores influentes no processo evolutivo do nosso país neste último século – tem desempenhado". Na ótica do mesmo, "Daniel Bastos é, em Portugal, quem mais sistemática e regularmente na comunicação social impressa, se dedica aos temas da presença portuguesa no mundo".
Refira-se que a obra bilingue (português e inglês), realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário profusamente ilustrado, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa. Como é o caso do Arquipélago dos Açores, onde existe uma dezena de monumentos, destacando-se entre outros, a peça de arte pública “Saudades da Terra”, erigida em 2020 na Praça do Emigrante, na cidade da Ribeira Grande, em homenagem aos emigrantes açorianos.
Neste sentido, a apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração, um fenómeno marcante na Ribeira Grande, concelho de forte emigração que acolhe também a sede da Associação dos Emigrantes Açorianos, constituiu-se no âmbito do 20.º aniversário do Museu da Emigração Açoriana, como um tributo à diáspora natural do arquipélago, calculada em cerca de 1,5 milhões de emigrantes e seus descendentes, extensões da “açorianidade” no mundo.
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS - ©Câmara Municipal Ribeira Grande
Fundação Família Carvalho: uma centelha de solidariedade luso-americana
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é seguramente a sua dimensão solidária, uma genuína marca genética da diáspora lusa, constantemente expressa em gestos, campanhas e iniciativas fautoras de valores humanistas.
Dentro da centelha filantropa que brilha incessantemente no seio da dispersa geografia das comunidades portuguesas, destaca-se ao longo das últimas décadas, a criação e dinamização de fundações assentes nos princípios da filantropia, instituídas por iniciativa de emigrantes de sucesso com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de justiça, e de solidariedade nas pátrias de acolhimento e de origem.
Uma das latitudes paradigmáticas da diáspora onde avultam os exemplos de fundações, instituídas por emigrantes portugueses, que desempenham um papel fundamental no cenário filantrópico, é indubitavelmente os Estados Unidos da América (EUA).
A cultura altruísta, profundamente enraizada na nação mais influente do mundo, onde o impacto social do investimento benemérito feito por empresas e entidades é reconhecido na sociedade, tem ao longo das últimas décadas inspirado vários emigrantes luso-americanos a instituir fundações sem fins lucrativos, dedicadas à beneficência, à cultura, ao ensino e a outros fins de interesse público.
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, tem-se destacado nos últimos o papel incontornável da Fundação Família Carvalho, em Mineola, uma vila nova-iorquina que alberga uma população de 20 mil habitantes, entre eles, cerca de 20% portugueses e lusodescendentes.
Instituída em 2017, pelo emigrante anadiense Manuel Carvalho, conhecido empresário na área da restauração em Mineola, em conjunto com a sua esposa Jackie Carvalho, a instituição filantrópica tem dinamizado um conjunto significativo de atividades e apoios nas áreas sociais, culturais e educativas. Desde logo, o espírito bairrista e benemérito do empresário luso-americano tem possibilitado, através da Fundação Família Carvalho, apetrechar ao longo dos anos, os Bombeiros Voluntários de Anadia.
Têm sido inúmeros os eventos, que o empresário luso-americano tem organizado no seu icónico restaurante Bairrada, considerado durante vários anos consecutivos o melhor restaurante luso na ilha situada no sudeste do estado de Nova Iorque, em prol dos Bombeiros Voluntários de Anadia. No ano passado, numa dessas várias iniciativas solidárias, o sócio benemérito da corporação, angariou cerca de 22.500 euros que foram canalizados para a prossecução da missão humanitária da corporação no torrão natal.
Ainda no verão passado, a Fundação Família Carvalho, deu um importante contributo na promoção e preservação da língua, costumes e tradições portuguesas em Long Island, entregando dois donativos no montante total de 16 mil dólares, à Escola Portuguesa Júlio Dinis e ao Rancho Folclórico “Sonhos e Juventude de Portugal”.
Já este ano, no decurso do mês de julho, a Fundação Família Carvalho organizou a 15.ª edição do Torneio de Golfe, uma iniciativa, cuja dimensão eminentemente solidária aglutinou uma vez mais a comunidade luso-americana. E possibilitou assim, à instituição filantrópica distribuir 30 mil dólares pelo “Mineola Junior Fire Department”, o “Mineola Volunteer Ambulance Corps” e o Centro de Bem Estar Social da Freguesia de Tamengos, estabelecido na localidade de onde é natural o benemérito empresário luso-americano, e que tem como missão promover o bem-estar de crianças e idosos do território anadiense.
A missão, visão e valores da Fundação Família Carvalho, expressa em muitas outras iniciativas ao longo dos últimos anos, ao constituir-se como uma centelha inspiradora de solidariedade no seio da comunidade luso-americana, lembra-nos através do singular exemplo filantrópico do casal Manuel e Jackie Carvalho, a máxima do poeta Friedrich Schiller: “Não temos nas nossas mãos as soluções para todos os problemas do mundo, mas diante de todos os problemas do mundo temos as nossas mãos”.
domingo, 21 de setembro de 2025
Livro “Monumentos ao Emigrante” serviu de mote a homenagem ao benemérito dos Bombeiros de Vidago
No passado sábado (20 de setembro), a vila transmontana de Vidago, no concelho de Chaves, recebeu a apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidago.
A sessão de apresentação que encheu o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Vidago de antigos e atuais emigrantes, forças vivas e população local, e contou com a presença de Nuno Vaz, presidente da Câmara Municipal de Chaves; Rui Branco, presidente da União das Freguesias de Vidago; Paulo Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Vilas Boas; Marco Terrão, presidente da Direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vidago; e João Negreiro Guedes, sócio benemérito da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vidago. Constitui-se como um convite, a uma viagem ilustrada por todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo.
Como é o caso do busto dedicado ao arquiteto luso-americano João Negreiro Guedes, natural de Vilas Boas, freguesia do concelho de Chaves, que emigrou para os Estados Unidos na década de 1960. Empresário de sucesso há meio século em Bridgeport, a cidade mais populosa do estado americano do Connecticut, onde gere uma firma de arquitetura especializada em projetos de construção de escritórios comerciais, multiresidenciais e médicos. A constante generosidade do emigrante luso-americano em prol das terras e gentes transmontanas, em particular dos Bombeiros Voluntários de Vidago, do qual é o principal benemérito, impeliu a corporação a descerrar em 2022, um busto em sua homenagem no quartel dos “Soldados da Paz”
Nesse sentido, a sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração, um fenómeno marcante na região transmontana, serviu de mote a uma homenagem ao emigrante luso-americano João Negreiro Guedes, que ainda no decurso da semana passada doou 25 mil dólares à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vidago, e cujo espírito benemérito tem dado um contributo fundamental para a prossecução da missão humanitária da corporação.
Créditos fotográficos – Julio Silva
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