Morgado de Fafe
O Morgado de Fafe, personagem literária consagrada na obra camiliana, demanda uma atitude proativa perante o mundo. A figura do rústico morgado minhoto marcada pela dignidade, honestidade, simplicidade e capacidade de trabalho, assume uma contemporaneidade premente. Nesse sentido este espaço na blogosfera pretende ser uma plataforma de promoção de valores, de conhecimento e de divulgação dos trabalhos, actividades e percurso do escritor, historiador e professor minhoto, natural de Fafe, Daniel Bastos.
sábado, 2 de agosto de 2025
Pico acolhe apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
No dia 16 de agosto (sábado), é apresentado na Ilha do Pico, a segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 20h00, no Salão da Silveira, concelho das Lajes do Pico, no âmbito do encerramento das cerimónias da Festa da Mãe de Deus.
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor açoriano Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do antigo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que atualmente assume as funções de Deputado à Assembleia da República e Secretário-Geral do Partido Socialista. Na mesa de honra da sessão de apresentação do livro estarão também presentes, Ana Brum, Presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico; João António das Neves, Cónego da Sé de Angra; Tomás Orlando Cardoso, Presidente do Centro Social da Silveira; e Manuel Eduardo Vieira, reputado empresário e filantropo da comunidade portuguesa na Califórnia.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário profusamente ilustrado, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo.
Como é o caso da estátua do comendador Manuel Eduardo Vieira, natural da Silveira, uma das figuras mais proeminentes da comunidade luso-americana na Califórnia, que através de uma trajetória de mérito empresarial, tornou-se, a partir do Vale de São Joaquim, no maior produtor de batata-doce biológica do mundo. E cuja dimensão empreendedora e filantropa, estiveram na base da inauguração pela edilidade lajense em 2017, na Praceta do Centro Social da Silveira, do qual é um benemérito de referência, de uma estátua em sua homenagem, concebida pelo escultor açoriano Rui Goulart, que eterniza igualmente a generosidade que tem repartido por diversas associações da ilha do Pico.
A sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da emigração, um fenómeno marcante na história da Ilha do Pico, que é aberta à comunidade, e inclui um beberete convívio abrilhantado pelas atuações de Manuel Francisco Costa Jr., e a Tuna do Centro Social da Silveira Chamarritas, ao constituir-se como uma homenagem ao comendador Manuel Eduardo Vieira. É, simultaneamente, um tributo à comunidade açoriana na América do Norte, em particular, às comunidades picoenses, que fortemente presentes nos Estados Unidos e Canadá, exercem um papel relevante no desenvolvimento das pátrias de acolhimento e no território arquipelágico, perpetuando além-fonteiras os costumes e tradições açorianas.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e a açorianidade, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
sexta-feira, 25 de julho de 2025
José Luís Carvalho: um paladino da cultura portuguesa em Andorra
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora e associativa, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico, político e associativo.
Nos vários exemplos de dirigentes associativos e fautores da cultura portuguesa na diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento do país, tem-se destacado, ao longo dos últimos anos, o percurso singular de José Luís Carvalho em prol da portugalidade em Andorra.
Natural de Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, José Luís Carvalho emigrou, no alvorecer da década de 1990, para Andorra, um pequeno principado independente situado entre a França e a Espanha, nas montanhas dos Pirenéus, com pouco mais de 80 mil habitantes, dos quais atualmente, cerca de 14% são portugueses.
Almejando melhores condições de vida e dotado de um espírito audaz, o emigrante ancorense, que tinha alguns familiares em Andorra, o que facilitou a integração no principado, começou a trilhar um percurso socioprofissional de sucesso como agente comercial de seguros. E, concomitantemente, como um dirigente associativo de referência no seio do Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, uma das mais dinâmicas agremiações luso-andorrenhas, do qual é também membro fundador desde os anos 90, e atualmente, diretor artístico e presidente da Casa de Portugal de Andorra.
No decurso das últimas décadas, o Grupo de Folclore Casa de Portugal, muito por causa da participação inspiradora e da direção comprometida de José Luís Caralho, tem-se assumido no principado como uma genuína vitrina da cultura lusa, através da dinamização e preservação de tradições, danças e músicas, que têm fortalecido decisivamente os laços entre Portugal e Andorra.
Entre as várias atividades dinamizadas pelo Grupo de Folclore Casa de Portugal, no âmbito da preservação e divulgação da cultura popular lusa no principado andorrenho, destaca-se o Festival de Folclore Ibérico – Principado de Andorra. Uma relevante iniciativa cultural, que ainda no passado mês de maio, por ocasião do 29.º aniversário da coletividade, congregou na 9.ª mostra deste evento ibérico, na cidade de Escaldes-Engordany, 150 folcloristas em Andorra. Na mesma esteira, evidencia-se o emblemático mercado tradicional, “O Feirão”, uma recriação tradicional dos antigos mercados minhotos, que no aclarar de julho, celebrou na Plaça Guillemó, no coração da capital andorrana, a sua 10.ª edição.
Paralelamente, à dinâmica associativa que muito tem incutido no Grupo de Folclore Casa de Portugal, em Andorra, igualmente manifesta na nova sede da coletividade, inaugurada no ano passado, no centro cultural La Llanterna na cidade de Escaldes-Engordany. O emigrante minhoto, que também é colaborador assíduo da imprensa de língua portuguesa na diáspora, foi entre 1997 e 2004, Membro do Conselho das Comunidades; entre 2004 e 2008, Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Andorra; tendo em 2012, sido distinguido com medalha de mérito prateada pelo Município de Caminha.
O trabalho meritório e o contributo estruturante de José Luís Carvalho no fortalecimento dos laços culturais entre Portugal e Andorra, impulsionaram o jornal “Periódic d`Andorra”, a distinguir o emigrante ancorense, na categoria Social, com o prémio "Andorranos 2006". Sendo que, no ano seguinte, o então Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Andorra, lançou o livro "Portugueses em Andorra - Uma Visão Global", que computou inclusive a presença do Secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em Andorra, sexta menor nação da Europa onde vivem e trabalham à volta de 10 mil emigrantes portugueses, sobretudo nas áreas da construção, hotelaria e serviços, o exemplo de vida inspirador do emigrante e dirigente associativo José Luís Carvalho, genuíno paladino da cultura portuguesa em Andorra, relembra-nos a máxima do filósofo e ensaísta José Ortega y Gasset: “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem”.
domingo, 20 de julho de 2025
Com a mala cheia de sonhos
Nos últimos anos, o acervo bibliográfico sobre o fenómeno migratório tem sido profusamente enriquecido com o lançamento de um conjunto significativo de livros, que têm ampliado o estudo e conhecimento sobre a história da emigração portuguesa.
Um dos exemplos mais recentes, que asseveram a importância destas obras no campo da mundividência da emigração, encontra-se vertido no livro “Com a mala cheia de sonhos”, da autoria da professora e escritora Graça Maria Nóbrega Alves, atualmente diretora do Museu de Arte Sacra do Funchal.
Concebido a partir das memórias do antigo emigrante Manuel Alexandre da Costa, natural da Ponta do Pargo, município da Calheta, na ilha da Madeira, que emigrou na década de 1960, ainda pré-adolescente, para a África do Sul, e regressou à “pérola do Atlântico” no alvorecer dos anos 90. Este livro, com a chancela da Unidade Diáspora e das Migrações do Município do Funchal, e que foi lançado no dia 9 de julho, no Salão Nobre da edilidade funchalense, mais do que uma singular história de vida intrinsecamente ligada à emigração madeirense para a África do Sul, é acima de tudo, uma homenagem coletiva à numerosa comunidade de origem lusa, presentemente constituída por cerca de 200 mil cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes, na sua maioria com raízes madeirenses e estabelecida em Joanesburgo, a maior cidade da nação “arco-íris”.
Realidade intrínseca à identidade madeirense, que marca desde o povoamento do arquipélago até à atualidade, as suas dimensões sociais, culturais, económicas e políticas. A imensa diáspora da “pérola do Atlântico”, estimada em cerca de 1,5 milhões de madeirenses e descendentes, que transportam consigo tradições e memórias por todos os continentes, teve na África do Sul, no decurso da segunda metade do séc. XX, um dos seus mais importantes espaços de destino.
O distinto testemunho da experiência migratória de Manuel Alexandre da Costa, hodiernamente vice-presidente da Assembleia da ApiMadeira e da Associação Luso-Sul-Africana Portuguesa, conhecido por cultivar a simplicidade e humildade, assim como os valores do trabalho, da resiliência, da fé, da família e a firmeza da amizade, representa deste modo, um relevante contributo para o conhecimento do passado da comunidade portuguesa na África do Sul. E essencialmente, um sinal de esperança para o presente e futuro de uma numerosa comunidade de origem portuguesa, tão sacudida por estes dias, por ondas de violência e crimes de sequestro
Como salientou a Secretária Regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, que em conjunto com o Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, a Vereadora Ana Bracamonte, e o Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa, Sancho Gomes, marcaram presença numa sessão de lançamento repleta de público, este livro “é um testemunho poderoso da coragem silenciosa de muitos madeirenses que partiram em busca de um futuro melhor. É também uma homenagem à diáspora, ao valor da memória e à importância de dar voz às histórias de vida que fazem parte do nosso património coletivo. Felicito a autora pela delicadeza com que transformou uma vida em narrativa, e o Manuel, pela generosidade de a partilhar connosco.”
segunda-feira, 14 de julho de 2025
Manuel Carvalho: empresário e benemérito da comunidade portuguesa em Nova Iorque
A comunidade lusa nos Estados Unidos da América (EUA), cuja presença no território se adensou entre o primeiro quartel do séc. XIX e o último quartel do séc. XX, período em que se estima que tenham emigrado cerca de meio milhão de portugueses essencialmente oriundos dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, destaca-se hoje pela sua reconhecida integração, inegável empreendedorismo e relevante papel económico e sociopolítico na principal potência mundial.
No seio da numerosa comunidade lusa nos EUA, segundo dados dos últimos censos americanos residem no território mais de um milhão de portugueses e luso-americanos, destacam-se vários percursos de vida de compatriotas que alcançaram o sonho americano ("the American dream”).
Entre as várias trajetórias de portugueses que começaram do nada na América e ascenderam na escala social graças à capacidade de trabalho e de mérito, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de Manuel Carvalho, conhecido empresário na área da restauração em Mineola, no estado de Nova Iorque.
Natural de Tamengos, povoação do concelho de Anadia, Manuel Carvalho começou desde tenra idade anos a trabalhar no setor da restauração na região demarcada da Bairrada, designadamente no vetusto Restaurante Pompeu dos Frangos, onde alcançou muito cedo uma importante experiência profissional ao nível de liderança, empatia e adaptação numa área de trabalho desafiante e de constante atualização.
Em 1984, na casa dos trinta anos, o profissional de restauração anadiense, ambicionando melhores condições de vida e através de ligações familiares na América do Norte, emigrou para os Estados Unidos, começando desde logo a trabalhar em regime de part-time na área da restauração e simultaneamente durante quatro anos no sector da construção civil.
A chegada ao território americano vincou assim um percurso de vida forjado no trabalho, esforço e resiliência, que permitiu desde logo ultrapassar a barreira linguística e lançar as bases da concretização do sonho de uma vida, a abertura em 1993 do seu próprio restaurante, a churrasqueira Bairrada, em Mineola, na região nova-iorquina de Long Island.
Mais do que um restaurante, o restaurante Bairrada, um projeto de vida do emigrante Manuel Carvalho, tornou-se rapidamente um enorme caso de sucesso, assente no carisma do proprietário, e na comida típica portuguesa, como seja o popular frango de churrasco, que levou inclusive nesse período um dos jornais americanos mais conceituados, o “The New York Times”, a destacar o “Bairrada” e a considerá-lo durante vários anos consecutivos o melhor restaurante luso na ilha situada no sudeste do estado de Nova Iorque.
Muito popular entre os luso-americanos, e várias figuras norte-americanas de Long Island, a churrasqueira Bairrada, que no ano transato passou por obras de expansão e melhoramentos, além de um importante impulsionador do “mercado da saudade”, através da importação de produtos portugueses de referência, como seja o sal, o azeite ou o queijo, tornou-se até aos dias de hoje um espaço singular da portugalidade no estado americano de Nova Iorque, onde se estima que vivam e trabalhem mais de 50 mil pessoas de origem portuguesa.
O sucesso que o empresário de restauração luso-americano alcançou ao longo das últimas décadas, tem sido constantemente acompanhado de uma notável filantropia, dinamizada pela Fundação Família Carvalho, em prol de comunidades da pátria de acolhimento e de origem. Em 2017, por exemplo, impulsionou um evento no restaurante Bairrada, que aglutinou a comunidade luso-americana e permitiu angariar cerca de 25 mil dólares que foram entregues à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia.
A constante e singular generosidade do empresário de restauração luso-americano, que ainda no ocaso do ano passado organizou um evento similar em prol dos Bombeiros Voluntários de Anadia, possibilitando assim encontrar formas e meios para apetrechar ao longo dos anos os “Soldados da Paz” da sua terra-mãe. Impeliu a corporação em 2023, no âmbito do seu 90.º aniversario, a prestar no salão nobre uma homenagem e reconhecimento público ao sócio benemérito Manuel Carvalho.
Constante e singular generosidade que ao longo dos anos se tem estendido à preservação da língua, costumes e tradições portuguesas em Long Island, através da entrega de donativos à Escola Portuguesa Júlio Dinis, ou ao Rancho Folclórico Sonhos e Juventude de Portugal. Assim como, à pátria de acolhimento, sendo mesmo reconhecido como “elemento honorário” pelos Bombeiros de Mineola, e à pátria de origem do grande suporte e companheira de vida, Jackie Carvalho, natural do Panamá. Ainda em 2023, Manuel Carvalho recebeu a mais alta distinção dos Bombeiros do Panamá, o país mais meridional da América Central.
Já no decurso do presente mês, o emigrante natural de Anadia e radicado nos EUA há mais de quarenta anos, em cerimónia realizada na sede dos Bombeiros de Mineola, foi distinguido, com insígnia de ouro, pela “Dirección General de Ceremonial da República Argentina”, em representação dos “Bombeiros Ceiberos e do Comando Federativo de Jefes”. E pela Bolívar Palacios Family, com o título de “Grande Cavaleiro da Ordem dos Descendentes da Família Bolívar Palacios”, convergindo ambos os galardões no justo reconhecimento público da benemerência de Manuel Carvalho em prol de povos e sociedades da América do Norte, Central e Sul.
domingo, 13 de julho de 2025
Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado no Baixo Minho
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, recentemente concebido pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento de mais de uma centena de Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi no decurso do presente mês apresentado em municípios do Baixo Minho.
No passado dia 6 de julho, a obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, que se assume como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal, foi apresentada no âmbito da 42.ª Feira do Livro de Barcelos. Um evento cultural, que ano após ano, transforma a cidade minhota num verdadeiro palco de palavras vivas, onde a literatura dialoga com a música, o teatro, a infância, a ciência e a emoção.
Na passada sexta-feira (11 de julho), o livro realizado com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, foi apresentada na Biblioteca Municipal de Amares, no âmbito das VI Jornadas Interconcelhias de Bibliotecas, sob o tema “De Regresso à Leitura”, uma iniciativa dedicada à promoção da leitura e da escrita, envolvendo os concelhos de Vila Verde, Terras de Bouro e Amares.
As sessões de apresentação, ambas muito participadas pelas comunidades locais, ao contribuírem para a dinamização da história e a memória de territórios fortemente marcados pela emigração, constituíram uma homenagem aos milhares de emigrantes espalhados dispersa geografia da diáspora lusa.
Refira-se que esta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, onde são evidenciadas as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração para França, Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, será apresentada no próximo dia 5 de agosto, na Festa do Emigrante em Fafe, cuja celebração assinala a chegada dos milhares de emigrantes que todos os anos regressam à Sala de Visitas do Minho.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Comunidade portuguesa em Toronto recebeu apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
No passado sábado (28 de junho), a comunidade luso-canadiana em Toronto, recebeu a apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador fafense Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na Peach Gallery, localizada na College Street, em Toronto.
A sessão de apresentação que encheu um dos espaços culturais de referência da comunidade luso-canadiana de emigrantes, lusodescendentes, líderes comunitários, dirigentes associativos, órgãos de comunicação social da diáspora e contou com a presença do deputado federal canadiano, Peter Fonseca, da Cônsul-Geral de Portugal em Toronto, Ana Luísa Riquito, e da Vice-Cônsul do Consulado-Geral de Angola em Toronto, Albertina Cassule. Esteve a cargo do presidente da MDC Media Group, comendador Manuel DaCosta, que enalteceu “um livro que preserva a história dos emigrantes portugueses”. Segundo o mesmo, a apresentação desta história ilustrada da diáspora, no decurso “do Mês do Património Português em Toronto, constitui um tributo à comunidade portuguesa no Canadá”.
Este novo livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, e realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo fotógrafo Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal continental e insular, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora, como é o caso da emigração portuguesa para o Canadá.
Refira-se que no decurso da sessão, ambos os representantes diplomáticos e políticos presentes na sessão, destacaram publicamente a importância da cultura, língua portuguesa e da lusofonia. Tendo o deputado federal Peter Fonseca, em nome do Governo e do primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, distinguido com um certificado da Câmara dos Comuns do Canadá, o comendador Manuel DaCosta, o historiador Daniel Bastos e o fotógrafo Luís Carvalhido, em reconhecimento do contributo da sessão e do livro em prol da dinamização da história da comunidade luso-canadiana, uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte.
Assim como, que a totalidade das receitas da venda dos livros reverteram a favor da Magellan Community Foundation, uma instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para seniores de expressão portuguesa. E que, ao longo do ano estão previstas mais sessões de apresentação da obra nas comunidades portuguesas e no território nacional.
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade
Nos últimos anos o panorama literário sobre o fenómeno migratório tem sido profusamente enriquecido com um conjunto expressivo de obras de escritores nacionais ou lusodescendentes residentes no estrangeiro, que através do mundo dos livros têm dado um importante contributo para o conhecimento de múltiplas dimensões da realidade emigratória portuguesa.
Entre essas obras, avultam trabalhos de autoras nacionais ou lusodescendentes, dedicadas às mundividências femininas no contexto migratório, umas das dimensões da emigração portuguesa que por via destes contributos literários começa a ser mais conhecida, estudada e valorizada.
Um dos exemplos mais recentes, que asseveram a importância destas obras no campo da mundividência da emigração, mas também da criação literária, até porque como destaca a investigadora Ana Paula Coutinho, conquanto “seja já vasta a bibliografia produzida por nacionais e estrangeiros sobre a emigração portuguesa, a sua dimensão cultural e literária tem sido utilizada, quando muito, enquanto documento de leitura sociológica ou antropológica, mas pouco explorada, desde logo em termos criativos e, consequentemente a nível da crítica literária”, encontra-se vertido no livro Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade.
O livro recentemente dado à estampa, é um contributo da Editora Alma Letra, proficientemente organizado pela professora Aida Baptista, que nos últimos anos de docência desempenhou o cargo de Leitora de Língua e Cultura Portuguesas no Estrangeiro, ao serviço do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (ICALP) e do Instituto Camões (IC), presentemente vice-presidente da Direção da Associação Mulher Migrante – AMM. E por Joaquina Pires, antiga Conselheira em Desenvolvimento Comunitário e Relações Interculturais na Câmara Municipal de Montreal, e autora do livro Empreintes Portugaises (Marcas Portuguesas), publicado aquando dos 70 anos da emigração portuguesa para o Canadá.
Como salienta Maria da Graça Sousa Guedes, Presidente da Direção da Associação Mulher Emigrante, na mensagem que integra a obra, Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade, são “histórias de vida de 40 mulheres que nos dão a conhecer os seus percursos, que se cruzaram nos caminhos da nossa diáspora, na procura de outros horizontes no imenso Canadá e, especificamente, no Quebeque, com as suas particularidades culturais e linguísticas. Caminhos difíceis e sinuosos, que estas mulheres guerreiras percorreram no seu processo de aculturação em busca de um merecido empoderamento. E venceram!”.
Neste sentido, esta obra, já apresentada em Montreal, na Associação Portuguesa do Canadá (APC), e em Espinho, na Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, encorpada por quatro dezenas de testemunhos sobre percursos de vida de mulheres luso-canadianas, não deixando de contribuir para o fomento da criação literária. Representa, concomitantemente, um relevante contributo para o conhecimento do fenómeno migratório, em particular ao nível da dimensão feminina, de uma das mais relevantes comunidades portuguesas na América do Norte, que se destaca pela dinâmica da sua atividade associativa, económica e sociopolítica, e cujas raízes remontam aos anos 50.
Constitui, um tributo às mulheres emigrantes portuguesas e lusodescendentes no Quebeque, a segunda província mais populosa do Canadá, depois do Ontário, onde se estima que vivam mais de 60.000 pessoas com ascendência lusa. Retratando, em primeira pessoa, histórias de coragem, resiliência e afirmação que cruzam gerações e geografias. Embora centradas numa realidade específica, estas vivências transcendem fronteiras, refletindo lutas universais por autonomia, liberdade e pertença. É, acima de tudo, uma singela e despretensiosa homenagem à força feminina, ao poder de reescrever destinos e à construção de identidades híbridas que mantêm viva a ligação às raízes.
Numa época em que a diáspora portuguesa está a ser cada vez mais valorizada, tanto no país como no estrangeiro, e que a nível literário há mais portugueses a ler, sobretudo entre os mais jovens, ainda no ano passado um estudo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), apontava que
sete em cada 10 portugueses (73%) disseram ter hábitos de leitura e que leem, em média, 5,6 livros por ano, continuando o papel a ser o formato preferido de 93% dos portugueses para ler, mas 17% leem já livros em formato digital. A obra Mulheres Portuguesas no Quebeque – Caminhos de Liberdade, enquanto repositório de um conjunto diverso de experiências e narrativas vivenciadas por mulheres luso-canadianas, assume-se como um importante contributo no alumiamento da componente feminina no fenómeno migratório, que vai ao encontro do anelo de Lygia Fagundes Telles, uma das mais importantes ficcionistas da literatura brasileira: “Sempre fomos o que os homens disseram que nós éramos. Agora somos nós que vamos dizer o que somos”.
domingo, 15 de junho de 2025
Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado na comunidade portuguesa em Toronto
No próximo dia 28 de junho (sábado), é apresentado na comunidade luso-canadiana em Toronto, o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 10h00, na Peach Gallery, localizada na 722 College Street, Toronto.
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, que percorre todos os distritos de Portugal continental, e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi concebido pelo historiador da diáspora Daniel Bastos (dir.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (esq.).
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do presidente da MDC Media Group, comendador Manuel DaCosta.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da diáspora lusa espalhada pelos quatro cantos do mundo.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, desvenda as motivações subjacentes à partida e aos destinos, celebra figuras gradas das comunidades, evidencia objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da diáspora, como é o caso da emigração portuguesa para o Canadá.
A sessão de apresentação desta história concisa e ilustrada da diáspora, que é aberta à comunidade, e se integra nos eventos comemorativos do Mês do Património Português em Toronto, celebrado ao longo de junho, constitui assim um tributo à comunidade portuguesa no Canadá, uma das mais relevantes comunidades lusas na América do Norte.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Refira-se que a edição da obra se deveu em grande parte ao mecenato de empresas que partilham uma visão de responsabilidade social e um papel de apoio à cultura, em particular, do grupo empresarial do comendador luso-canadiano Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto. E que, a totalidade das receitas da venda dos livros na sessão reverte a favor da Magellan Community Foundation, uma instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para idosos de expressão portuguesa.
Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado no Porto
No passado sábado (14 de junho) foi apresentado no Porto o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na livraria Unicepe.
Mesa da sessão de apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante” (Da esq. para dir.: o fotógrafo Luís Carvalhido,
o historiador Daniel Bastos, o jornalista e escritor Mário Augusto, e o tradutor Paulo Teixeira) – ©José Pedro Fernandes
A sessão de apresentação, na Cooperativa livreira de estudantes do Porto, esteve a cargo do jornalista de cinema, apresentador de televisão e escritor, Mário Augusto, que assegurou que esta obra pioneira presta uma justa homenagem aos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo.
Refira-se que este novo livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da socióloga das migrações, Maria Beatriz Rocha-Trindade, assume-se como um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, evidencia as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades. Assim como, objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração, como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
Uma obra realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, que ao assumir-se como uma história concisa e ilustrada da diáspora, presta tributo aos milhões de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo, e quais protagonistas anónimos da história nacional e mundial, têm dado um contributo fundamental no desenvolvimento das suas terras de origem e de acolhimento.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
Manuel DaCosta: um ícone da emigração portuguesa no Canadá
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empresários da diáspora, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso do comendador Manuel DaCosta, um dos mais ativos e beneméritos empresários portugueses em Toronto.
Natural de Castelo do Neiva, concelho de Viana do Castelo, Manuel DaCosta emigrou para o Canadá em 1970, com 14 anos de idade, na companhia da mãe e dos irmãos, ao encontro da figura paterna que emigrara três anos antes em demanda de melhores condições de vida para uma família humilde e numerosa de pescadores-lavradores, marcada pelo espectro de grandes carências, na esteira da larga maioria da população que durante a ditadura portuguesa vivia na pobreza, quando não na miséria.
A chegada a Toronto, a maior cidade do Canadá, numa fase de crescimento da emigração lusa para o território da América do Norte, marca o início de um percurso de vida de um verdadeiro “self-made man”. O trabalho, o esforço e a resiliência, valores coligidos no exemplo diário da mãe, transformaram o jovem castelense, que começou a trabalhar na colheita do tomate em Wallaceburg e anos mais tarde frequentou a Ryerson Polytechnical Institute, universidade onde se formou em arquitetura e aprendeu muitos dos alicerces que lhe permitiram progredir profissionalmente, num dos mais proeminentes empresários portugueses na área da engenharia de construção na província do Ontário.
Empresário multifacetado, com uma trajetória marcada pelo mérito e pela inovação, premissas que estão na base das insígnias do grau de comendador que lhe foram atribuídas pelas autoridades portuguesas, Manuel DaCosta dirige presentemente uma das mais importantes empresas de comunicação social luso-canadianas. Designadamente, a MDC Media Group, que incorpora órgãos de informação como a Camões Radio & TV, o jornal Milénio Stadium, as revistas Amar e Luso Life, e que desde a sua génese se tem posicionado como uma plataforma de inovação e informação ao serviço da comunidade lusófona no Canadá.
O sucesso que alcançou ao longo das últimas décadas no mundo dos negócios, tem sido constantemente acompanhado de um generoso apoio a projetos emblemáticos da comunidade portuguesa em Toronto, a quem devota uma forte preocupação com o conhecimento do seu passado, os desafios do seu presente e a sua futura matriz cultural e identitária. Como é o caso atualmente, da Magellen Community Charities, instituição responsável pela construção em Toronto, do primeiro lar de cuidados a longo termo para idosos de expressão portuguesa.
Ainda em 2019, no âmbito das comemorações do 171.º aniversário de elevação de Viana do Castelo a cidade, o município alto-minhoto distinguiu Manuel DaCosta com o título de “Cidadão de Honra de Viana do Castelo” pelos notáveis serviços de cidadania e relevantes serviços na diáspora e no torrão natal, enquanto empresário e promotor da cultura portuguesa.
Nunca abdicando da coragem, frontalidade e audácia de pensar, dizer e fazer, o comendador Manuel DaCosta, é entre muitas outras iniciativas, fautor da Galeria dos Pioneiros Portugueses, um espaço museológico singular em Toronto que se dedica à perpetuação da memória e das histórias dos pioneiros da emigração portuguesa para o Canadá.
Assim como, do Portuguese Canadian Walk of Fame, que anualmente laureia portugueses que se têm destacado no território canadiano. No decurso da cerimónia deste ano, que decorreu no alvorecer do mês de junho, e onde foram homenageados Albino Fernandes da Silva, empresário cultural e proprietário do restaurante Chiado; Maria Barcelos, diretora executiva da organização The Gatehouse; José Eustáquio, presidente da Aliança dos Clubes e Associações Portuguesas do Ontário (ACAPO); e o First Portuguese Canadian Cultural Centre. Destacou-se também, a justa e merecida homenagem surpresa a Manuel DaCosta, um incontornável ícone da emigração portuguesa no Canadá, cuja dedicação, nas palavras dos diretores do Portuguese Canadian Walk of Fame, “ao longo de muitos anos, especialmente em tempos difíceis como a pandemia, demonstra a sua persistência e compromisso com a comunidade”.
domingo, 1 de junho de 2025
Arthur Machado: um empreendedor de referência da comunidade luso-francesa
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de Arthur Machado.
Com raízes no concelho de Leiria, onde nasceu em 1966, no antigo Hospital D. Manuel de Aguiar, no seio de uma família humilde, originária de Vale Maior, uma pequena povoação encaixada entre Santa Catarina da Serra e Chainça, Arthur Machado partiu ainda nos anos 60 com a família para França. Mormente para Saint-Maur-des-Fossés, uma comuna a sudeste de Paris, que foi o porto de abrigo e de esperança para uma família que, na esteira de milhares de portugueses, procurava na pátria gaulesa melhores condições de vida
Revelando desde muito cedo uma personalidade abnegada e laboriosa, valores coligidos no seio familiar, e alcançando inclusive uma trajetória de formação na área de engenharia, foi a partir do final dos anos de 90, que o leiriense se tornou uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa.
Para tal, em muito contribuiu a criação em 1995 da CentralPose, que desde o alvorecer do séc. XXI e até aos dias de hoje, sob a gestão e visão de Arthur Machado, se assume como uma das principais empresas em França, no setor das pavimentações e revestimentos.
Empregando cerca de um milhar de trabalhadores, muitos dos quais portugueses, a empresa de obras públicas liderada por Arthur Machado tem estado, ao longo dos últimos anos, ligada a obras emblemáticas em França. Como seja o caso, do Stade de France, a requalificação de La Place de la République, ou os Les Invalides, um dos monumentos mais importantes de Paris.
Mais recentemente, a CentralPose de Arthur Machado deixou a sua assinatura no restauro da Catedral de Notre Dame, em Paris, que em 2024, cinco anos depois do incêndio que devastou este símbolo maior da história francesa e do Ocidente, renasceu das cinzas e reabriu ao público. Com efeito, foi a empresa liderada pelo franco-português, que refez o adro deste monumento icónico, assentando cerca de 5 mil metros de pavimento, num projeto concebido também por um engenheiro nacional e calceteiros lusos que trabalharam nesta obra cerca de um ano.
O sucesso que o presidente do Conselho de Administração da CentralPose alcançou nas últimas décadas, tem sido estreitado por uma forte ligação à comunidade portuguesa em França. Como evidencia, por exemplo, o facto de já ter liderado e ser um dos patrocinadores oficiais do Lusitanos Saint-Maur, um clube de futebol fundado na década de 1960, por portugueses nos subúrbios de Paris, e que tem marcado várias gerações de emigrantes lusos em França.
A dimensão benemérita do engenheiro natural de Leiria, há muitos anos radicado em França, sobressai ainda nos apoios constantes que oferta ao Rotary International, uma associação de clubes de serviços cujo objetivo declarado é unir voluntários a fim de prestar serviços humanitários e promover valores éticos. Assim como, à Fondation pour la Recherche Médicale (FRM), uma organização francesa no campo da investigação médica, que incide o seu raio de ação em doenças como o cancro, doenças cardiovasculares, doenças infeciosas, e doenças neurológicas e psiquiátricas.
Uma das figuras mais gradas da comunidade portuguesa em França, o exemplo de vida do empreendedor e benemérito Arthur Machado, foram no passado dia 22 de maio, distinguidas no Dia do Município de Leiria, que atribuiu na sessão solene do feriado concelhio, ao ilustre filho da terra, a Medalha de Prata da Câmara Municipal. Nos fundamentos da justa e merecida distinção, releva-se: “O justo reconhecimento público (…) afigura-se, também, como um estímulo para que a excelência (…) possa inspirar e impelir, pelo exemplo, a que outros a repitam e, até, excedam tais atos ou desempenhos de excecional mérito”.
sábado, 31 de maio de 2025
Porto recebe apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”
No próximo dia 14 de junho (sábado), é apresentado no Porto o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 16h00, na livraria Unicepe.
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, que percorre todos os distritos de Portugal continental, e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi concebido pelo historiador da diáspora Daniel Bastos (dir.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (centro), e traduzido (português e inglês) por Paulo Teixeira (esq.)
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da primeira mulher antropóloga portuguesa, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do jornalista de cinema, apresentador de televisão e escritor, Mário Augusto.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
A sessão de apresentação, que é aberta à comunidade, e se integra nos eventos comemorativos do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na capital da região Norte, um território fortemente marcado pela emigração, constitui uma homenagem aos milhares de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo.
Refira-se que nesta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, recentemente apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa, são evidenciadas as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração. Como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”.
Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Com vários livros publicados no campo da história da emigração portuguesa, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades lusas, o percurso do historiador e escritor Daniel Bastos, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, tem sido alicerçado no seio da diáspora.
Professor e formador, Luís Carvalhido tem participado em várias exposições individuais e coletivas, assim como em concursos de fotografia aquém e além-fronteiras. É autor de diversas obras, onde mais do que captar imagens, expressa e exterioriza sentimentos através da fotografia.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Livro “Monumentos ao Emigrante” apresentado em Lisboa
Na passada terça-feira (20 de maio), foi apresentado em Lisboa o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa.
Mesa da sessão de apresentação do livro “Monumentos ao Emigrante”, concebido pelo historiador Daniel Bastos (centro.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (dir.), e que contou com as presenças de José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, e Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa (Crédito fotográfico - Marques Valentim)
A sessão de apresentação, que encheu a sala convívio de uma das mais relevantes instituições culturais do país, de dirigentes associativos, agentes políticos, académicos, emigrantes e lusodescendentes, esteve a cargo de Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, que assina o posfácio da obra. E caracterizou a mesma, como “uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal. Não só pelos registos, que relativos ao fenómeno migratório proporcionam um alargado conhecimento, como pelos dados a eles associados que possibilitam uma variedade de olhares interpretativos sobre a sociedade e a cultura portuguesas”.
Na mesa de honra da sessão, marcou igualmente presença José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que destacou a importância do livro na valorização da memória da emigração portuguesa. José Cesário enalteceu o trabalho considerável e desprendido dos autores, salientando no caso do historiador da diáspora, “que conheço há muitos anos, tenho que lhe fazer justiça, tem sido um lutador dedicadíssimo por estas questões das comunidades”.
Refira-se que esta nova obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, constitui um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, e que inscrevem uma marca singular na paisagem continental e insular, evidencia as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades, a evocação contínua de uma espécie de sinónimo de Portugal, a saudade. Assim como, objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração, como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
Uma obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, que ao assumir-se como uma história concisa e ilustrada da diáspora, presta tributo aos milhões de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo, e quais protagonistas anónimos da história nacional e mundial, têm dado um contributo fundamental no desenvolvimento das suas terras de origem e de acolhimento.
domingo, 11 de maio de 2025
John Melo: um empreendedor de referência da diáspora portuguesa
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empreendedores da diáspora portuguesa, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso notável e de sucesso de John Melo.
Natural da Ilha do Pico, a segunda maior ilha do Arquipélago dos Açores, John Melo partiu em 1973, aos 7 anos de idade, com os pais para Boston, a capital e a maior cidade norte-americana de Massachusetts. Região que constituía, um dos mais importantes destinos para muitos emigrantes portugueses, em particular açorianos, que nessa época, marcada na pátria de origem pela estreiteza de horizontes, falta de liberdade e carências, partiram para a América do Norte à procura de melhores condições de vida.
No decurso da adolescência, o jovem de raízes açorianas mudou-se para a Califórnia, estado norte-americano onde vive a maior comunidade de emigrantes portugueses e lusodescendentes nos Estados Unidos, e no qual frequentou o ensino secundário. O trabalho, esforço e resiliência, valores coligidos no seio familiar, assim como o alvorecer da efervescência de Silicon Valley, a “Meca da tecnologia”, localizada na Califórnia, mormente na região da Baía de São Francisco, impeliram o jovem luso-americano a optar por aulas técnicas com foco na área de engenharia tecnológica, orientadas para o desenvolvimento, produção e utilização de tecnologias inovadoras.
A veia empreendedora e a paixão incessante pelo saber-fazer, isto é, a aplicação de conhecimento assente na experiência prática, levaram desde a entrada na maioridade John Melo a acumular experiências profissionais em campos técnicos, de marketing vendas, finanças, análise de mercados, e criação e venda de empresas. Contexto que muito contribuiu para que nos anos 90, fosse convidado pela Amoco, classificada em meados do séc. XX a maior empresa de petróleo dos Estados Unidos, para diretor executivo na área automóvel.
Com a aquisição, em 1998, da Amoco pela BP (British Petroleum), uma das maiores petrolíferas do mundo, o empreendedor luso-americano foi convidado pela empresa petrolífera britânica a assumir, em Londres, as funções de gerente da marca. Vindo posteriormente a tornar-se presidente da BP Combustíveis Estados Unidos, onde liderou negócios de marketing, logística e comércio de petróleo.
Uma década após uma experiência socioprofissional marcante na companhia de petróleo BP, um dos grandes nomes do setor, John Melo foi convidado a assumir as funções de CEO, ou seja, de Diretor Executivo da Amyris. Uma empresa de biotecnologia sintética, fundada em 2003, com sede em Emeryville, na Califórnia, que serve os mercados de produtos químicos especiais e desempenho, aromas e fragâncias, ingredientes cosméticos, produtos farmacêuticos e nutracêuticos.
Sob a liderança de John Melo, que foi CEO da Amyris até 2023, a empresa tornou-se líder mundial em aplicações de biotecnologia industrial, trabalhando para reduzir o custo de curar a malária e produção de baixo carbono, mediante uma segunda geração de biocombustíveis. Por exemplo, em 2016, a empresa recebeu um investimento do Fundo de Inovação Estratégica da Fundação Bill e Melinda Gates para apoiar o desenvolvimento de medicamentos antimaláricos baseados na artemisinina semissintética.
Foi igualmente sob a liderança de John Melo, que em 2016 a Amyris estabeleceu uma parceria com a Universidade Católica Portuguesa (UCP) para a criação de um Hub Europeu de Biotecnologia no Porto. Além deste protocolo, foi assinado em 2018, o contrato que viabilizou o projeto de investigação Alchemy – uma parceria estratégica entre a UCP, através da ESB, a empresa Amyris Bio Products Portugal, subsidiária da Amyris e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo Portugal (AICEP). Um projeto de colaboração entre a empresa e a universidade, que permitiu a contratação de uma equipa de mais de 80 investigadores, e investimentos de milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D), que alavancaram em Portugal competências de excelência em biotecnologia.
Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa na Califórnia, a trajetória de vida de John Melo, que é um dos membros-fundadores do Conselho da Diáspora Portuguesa. E que, em 2015, foi agraciado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito Empresarial – Classe do Mérito Industrial, assevera a visão de Peter Drucker, considerado o pai da gestão moderna: “A inovação é o instrumento específico do empreendedorismo, o acto que confere aos recursos uma nova capacidade de criar riqueza”.
sábado, 3 de maio de 2025
Livro presta homenagem à emigração portuguesa
No próximo dia 20 de maio (terça-feira), é apresentado em Lisboa o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, ou intrinsecamente ligados ao fenómeno emigratório, existentes em todos os 18 distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 17h00, na Sociedade de Geografia de Lisboa.
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, que percorre todos os distritos de Portugal continental, e as regiões autónomas da Madeira e dos Açore, foi concebido pelo historiador da diáspora Daniel Bastos (esq.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (centro), e traduzido (português e inglês) por Paulo Teixeira (dir.)
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, estará a cargo de Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, que assina o posfácio da obra. E contará com a presença de José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, não raras vezes desconhecidos do grande público, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, e que inscrevem uma marca singular na paisagem continental e insular, evidencia as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades, a evocação contínua de uma espécie de sinónimo de Portugal, a saudade. Assim como, objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração, como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
Uma obra que ao assumir-se como uma história concisa e ilustrada da diáspora, presta tributo aos milhões de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo, e quais protagonistas anónimos da história nacional e mundial, têm dado um contributo fundamental no desenvolvimento das suas terras de origem e de acolhimento.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”. Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Com vários livros publicados no campo da história da emigração portuguesa, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades lusas, o percurso do historiador e escritor Daniel Bastos, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, tem sido alicerçado no seio da diáspora.
Professor e formador, Luís Carvalhido tem participado em várias exposições individuais e coletivas, assim como em concursos de fotografia aquém e além-fronteiras. É autor de diversas obras, onde mais do que captar imagens, expressa e exterioriza sentimentos através da fotografia.
Refira-se que a edição da obra, deveu-se em grande parte ao mecenato de empresas da diáspora que partilham uma visão de responsabilidade social e um papel de apoio à cultura, e que ao longo do ano estão previstas várias sessões de apresentação no território nacional e junto das comunidades portuguesas.
domingo, 27 de abril de 2025
José Ferreira: um exemplo do potencial empreendedor dos lusodescendentes
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Entre as várias trajetórias de portugueses e lusodescendentes que se distinguem pelo seu papel empreendedor e inovador, e constituem um relevante facto de desenvolvimento do país, destaca-se o percurso inspirador e de sucesso de José Ferreira.
Filho de pais portugueses com raízes na ilha da Madeira, território arquipelágico cuja imensa diáspora se encontra disseminada por todos os continentes, o empreendedor lusodescendente nasceu e cresceu no Equador, na costa oeste da América do Sul, país onde há 700 portugueses registados, e José Ferreira montou os seus primeiros negócios.
O lusodescendente de origem madeirense tem realizado atualmente vários projetos e investimentos na “pérola do Atlântico”. Nomeadamente, no setor do turismo, um importante motor do desenvolvimento económico local, regional e nacional, sendo que inclusivamente, a Madeira tem sido uma das regiões que tem impulsionado o crescimento do turismo em Portugal.
No decurso do passado mês de março, o empresário lusodescendente, impelido por uma visão estratégica salpicada de afinidade sentimental, inaugurou na freguesia do Paul do Mar, conhecida pelas suas paisagens naturais marcantes e pelas suas tradições seculares, uma unidade de alojamento local, através da recuperação de uma propriedade anteriormente pertencente aos seus bisavós.
Conjuntamente com o investimento de cerca de 800 mil euros na Quinta Marefe, em Paul do Mar, o empresário lusodescendente tem ainda a decorrer no concelho da Calheta, três novas obras com a mesma finalidade, mormente as Casas do Salão.
O amor à terra dos ascendentes e a visão empreendedora de José Ferreira, tem sido acompanhada por uma importante vertente social. Dado o compromisso do empresário lusodescendente, em contribuir para a construção de habitação no torrão arquipelágico a custos controlados, ajudando, concomitantemente, a mitigar a crise da habitação em Portugal, país da OCDE onde é mais difícil comprar casa, tendo a pior relação entre o preço das casas e os rendimentos, segundo os dados do terceiro trimestre de 2024. E em particular, na Região Autónoma da Madeira, onde o preço das casas subiu 12,6% em 2024, passando para os 3251 euros por metro quadrado, um aumento de 2121 euros face a janeiro de 2015.
Segundo o jovem empresário lusodescendente, “o equilíbrio entre o investimento turístico e a vertente social é essencial para garantir o desenvolvimento sustentável da Madeira, promovendo soluções que beneficiem tanto os visitantes como a população local”.
Numa época em que os empreendedores portugueses e lusodescendentes da diáspora, são reconhecidos como uma mais-valia estratégica na promoção e desenvolvimento do país, o apego às raízes de José Ferreira e o seu espírito arrojado, robustece a visão do reputado empresário norte-americano Michael Dell: “Os empreendedores reais têm o que eu chamo de três Ps (e, acreditem-me, nenhum deles significa permissão). Os empreendedores reais têm uma paixão por aquilo que estão a fazer, um problema que precisa de ser resolvido, e um propósito que os impulsiona para a frente”.
segunda-feira, 21 de abril de 2025
Emílio Cabral: a relevância do investimento da diáspora em Portugal
Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo é indubitavelmente a sua dimensão empreendedora, como corroboram as trajetórias de diversos compatriotas que criam empresas de sucesso e desempenham funções de relevo a nível cultural, social, económico e político.
Nos vários exemplos de empresários lusos da diáspora, cada vez mais percecionados como um ativo estratégico na promoção e reconhecimento internacional do país, destaca-se o percurso notável e de sucesso de Emílio Cabral.
Natural de Santa Clara, freguesia do município de Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel, Emílio Cabral partiu em 1969, aos 10 anos de idade, com os pais para o Canadá. Um dos mais importantes destinos para muitos emigrantes portugueses, em particular açorianos, que nessa época, marcada na pátria de origem pela estreiteza de horizontes, falta de liberdade, pobreza e guerra colonial, partiram para a América do Norte à procura de melhores condições de vida.
O trabalho, esforço e resiliência, valores coligidos no seio familiar, transformaram o emigrante ponta-delgadense num proeminente empresário da numerosa comunidade portuguesa, presente no segundo maior país do mundo em área total, onde se estima que atualmente vivam mais de meio milhão de luso-canadianos.
Para tal, muito contribuiu o facto, de no alvorecer da maioridade se ter lançado na área da construção civil, adquirindo uma experiência socioprofissional que combinadas com capacidades extraordinárias de trabalho, mérito e inovação, impulsionaram o empresário luso-canadiano a criar em 1986 a Regional Sewer and Watermain.
Uma empresa com atividade no setor da construção civil, sediada em Cambridge, cidade localizada na província canadiana do Ontário, com 140 mil habitantes, onde um terço da população é luso-canadiana, inicialmente especializada em esgotos para bairros residenciais. Mas que, com o passar dos anos passou também a incidir a sua área de atuação na construção de estradas e bairros de grande dimensão.
Uma das empreitadas mais conhecidas do emigrante açoriano na América do Norte, foi inaugurada no início do séc. XXI, mormente o Whistle Bear Golf Club, situado em Cambridge. Se em termos de comprimento, o Whistle Bear Golf Club é o maior campo de golfe do Canadá, nos últimos anos destaca-se ainda, por ser um espaço icónico ao nível da realização de casamentos de luxo.
A paixão pelas raízes arquipelágicas e a visão estratégica, impulsionaram recentemente Emílio Cabral a investir num empreendimento turístico em São Miguel, um dos territórios onde o turismo mais cresce nos Açores. O investimento de cinco milhões de euros, num setor cada vez mais essencial para o desenvolvimento do país, contribuindo significativamente para a economia nacional, regional e local, consubstanciou-se no decurso do passado mês de março, na inauguração do Azores Homes Resort & Spa.
Uma nova infraestrutura de alojamento turístico localizado na Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, composta por nove vilas exclusivas, cada uma representando as nove ilhas dos Açores, e que realça paradigmaticamente a importância da diáspora no desenvolvimento e projeção do território arquipelágico, e conjuntamente de Portugal, no mundo.
Um relevante investimento de um emigrante açoriano, que reforça assim a atratividade turística do território arquipelágico, um setor de atividade que constitui já um dos principais motores económicos dos Açores. Como sustenta o Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), no ano transato o arquipélago registou 4,3 milhões de dormidas e 1,3 milhões de hóspedes, representando um acréscimo face ao ano anterior de 12,4% e 9%, o valor mais elevado desde que há registos (2001).
Uma das figuras mais conhecidas da comunidade portuguesa em Cambridge, no sul da província canadiana do Ontário, a trajetória de vida de Emílio Cabral, e o seu recente contributo na valorização do território arquipelágico, e concomitantemente de Portugal, aviva a conspeção queirosiana que arrosta a “emigração como força civilizadora”.
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