O
final da semana passada ficou marcado pela aprovação da Comissão de Orçamento e
Finanças da solução, que cria e regula os fundos de recuperação de crédito
necessários para avançar com a indemnização aos mais 2.000 clientes que
perderam 400 milhões de euros com a compra de papel comercial do antigo BES.
Injustamente
esta solução politicamente aprovada por PS, PCP e Bloco de Esquerda, com
abstenção do PSD e CDS-PP, e que assenta na prestação de uma garantia de
Estado, deixava de fora os emigrantes lesados devido ao
chumbo do PS e da abstenção do PSD, de uma proposta do Bloco de Esquerda e do CDS-PP de incluir
os
emigrantes afetados pela venda de produtos fraudulentos
do BES
nos abrangidos pelo fundo.
Este
primeiro esboço da decisão, completamente inadequada e incompreensível,
porquanto tratava os emigrantes como portugueses de segunda, quando os mesmos
são cidadãos portugueses de pleno direito que têm dado um contributo
fundamental para o desenvolvimento do país, acabou no decurso desta semana por
ser alterada na votação final global da legislação.
A
proposta de alteração para que os emigrantes lesados possam igualmente vir a
ser beneficiados pelo futuro mecanismo de compensação, acabou por ser aprovada
com a abstenção do PSD e do deputado único do PAN, e os votos favoráveis das restantes
bancadas parlamentares e cinco deputados do PSD.
Entre
recuos e avanços, o poder político acabou por corrigir uma flagrante injustiça
e profundo desrespeito pelos emigrantes lesados, que quase três anos após a resolução do banco continuam a aguardar, em muitos
casos, por uma solução para as poupanças de uma vida que investiram no antigo
BES.
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