No início deste mês de março, realiza-se uma vez
mais, no Grão Ducado do Luxemburgo, um país da Europa setentrional
circundado pela Bélgica a oeste, a França a sul e a Alemanha a leste, uma nova
edição do Festival das Migrações, Culturas e Cidadania, que atrai todos os anos
milhares de pessoas.
Este
ano, assinala-se a 34.ª edição desta iniciativa do Comité
de Ligação das Associações de Estrangeiros (CLAE),
que constitui um ponto de encontro anual dos estrangeiros no Luxemburgo, que
representam cerca de metade da população do país. O português é mesmo uma das
cinco línguas mais faladas no país depois do francês, luxemburguês e alemão, tanto
que em 2015, havia mais de 90.000 portugueses no território, representando 17%
da população do Luxemburgo.
Valorizar
as culturas e partilhá-las, assim se pode resumir a essência deste evento
multicultural que inclui exposições, concertos, encontros literários, projeções
de filmes e gastronomia dos quatro cantos do mundo.
No
decurso do festival na LuxExpo no Kirchberg, decorre a 17ª Feira do Livro e o
5º encontro de culturas e artes contemporâneas, ArtsManif, que como em edições
anteriores contará com a presença de escritores e artistas dos quatro cantos do
mundo, inclusive do espaço lusófono, que têm nestes dias um palco privilegiado
para a promoção e divulgação dos seus trabalhos.
Numa
época em que a tentação de construção de muros a separar povos e culturas é
grande, onde os populismos parecem ganhar terreno à custa das consequências
económicas, da crise de refugiados e de intolerâncias religiosas, o Festival
das Migrações, Culturas e Cidadania é uma pedrada no charco que agita as águas,
reafirmando a premência da construção de uma cidadania europeia e mundial ativa,
assente no primado universal da diversidade cultural, das minorias e dos
valores dos direitos humanos.
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