No
decurso do mês de março, a imprensa nacional e lusófona destacou nas páginas
dos seus órgãos de informação, a aprovação de uma moção setorial
subscrita pelo deputado eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, na Comissão
Nacional do PS, que aponta para a criação de um Museu Nacional da História da
Emigração. Assim como, para a introdução da História da Emigração Portuguesa
nos currículos escolares numa abordagem que vá para além das referências às
remessas e aos fluxos de saídas para o estrangeiro.
Trata-se
de uma proposta meritória do deputado Paulo Pisco, com a qual as comunidades
portuguesas, em particular, seguramente se identificam e não deixarão de
aspirar que essa sua velha ambição faça caminho até às esferas da decisão
política do Governo.
Sendo
o fenómeno migratório uma constante estrutural da história portuguesa, a existência
de um espaço que valorize o conhecimento das migrações na
diáspora portuguesa é um imperativo nacional, com enormes potencialidades
culturais e turísticas. Em abono da verdade, esse projeto e missão encontra-se
plasmado desde 2001 no Museu das Migrações e das Comunidades, sediado no
concelho de Fafe e criado por iniciativa municipal, no âmbito de relevantes
trabalhos dos investigadores Miguel Monteiro e Maria Beatriz Rocha-Trindade,
mas que nunca teve o devido reconhecimento dos governos portugueses.
Assim,
porque não aproveitar o pioneirismo do Museu das Migrações e das Comunidades
para a concretização do desígnio de um Museu Nacional da
História da Emigração? Tanto que, por princípios de coesão territorial e
identidade histórica, a fundação deste museu tem sentido num território
indelevelmente marcado pelo fenómeno da emigração, e não, por exemplo, na
capital portuguesa.
No
que concerne à introdução da História da Emigração Portuguesa nos currículos
escolares, também aqui estou em consonância com o deputado Paulo Pisco.
Atualmente esse ensino resume-se a limitadas referências ao longo do sistema
educativo, pelo que a sua introdução, como propõe o mesmo, dignificaria “a emigração portuguesa que ainda é
vista com estigma e preconceito pela sociedade e pelas instituições”.
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