O
processo histórico da expansão portuguesa iniciada no séc. XV, período
fundamental da história universal em que Portugal deu novos mundos ao mundo, mostra-se
na atualidade num conjunto diversificado de testemunhos materiais e imateriais
em várias regiões do mundo, que constituem um património de reconhecido valor
histórico e cultural.
No
vasto conjunto patrimonial que advém da presença e influência portuguesa
noutras culturas e continentes, contexto que faz da pátria de Camões um dos
países que tem fora das suas fronteiras mais património edificado classificado
pela UNESCO, encontra-se a Colónia do Sacramento, a mais antiga cidade do
Uruguai.
A
Colónia do Santíssimo Sacramento foi fundada no séc. XVII pelo Governador da Capitânia
do Rio de Janeiro, Manuel Lobo, num período histórico em que Portugal estendia
a sua influência até ao Rio da Prata, no Uruguai, desafiando assim o poderio
espanhol.
Constantemente
atacada pelos espanhóis, até porque do outro lado do Rio da Prata existia a
importante cidade de Buenos Aires, a Colónia do Sacramento foi ocupada e
perdida pelos portugueses sete vezes, até que integrou o Império do Brasil, que
deu a independência ao território nos primórdios do segundo quartel do séc.
XIX.
Quatro
séculos depois da sua fundação, a cidade Colónia do Sacramento, no Uruguai,
país localizado na parte sudeste da América do Sul cuja única fronteira terrestre é com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, mantém intactas marcas
intemporais da presença portuguesa que são um relevante fator de
desenvolvimento turístico da região.
Colônia
do Sacramento é hoje um dos principais destinos turísticos do Uruguai,
recebendo milhares de visitantes por ano, para o que muito contribui o facto do
bairro histórico da cidade ter sido classificado no termo do séc. XX pela
UNESCO como Património da Humanidade. Nesse sentido, o vasto legado material e
imaterial de origem portuguesa que se encontra fora da Europa, além de
funcionar como um notável motor de desenvolvimento socioeconómico, tem
igualmente o condão de poder funcionar como um importante fator de incremento
de relações culturais e diplomáticas entre Portugal e as várias nações por onde
se encontra espalhado património histórico luso, contribuindo assim
decisivamente para a projeção hodierna de Portugal no Mundo.
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