No passado sábado
(28 de abril), o historiador português Daniel Bastos apresentou o seu mais
recente livro “Terras de Monte Longo” na capital da Europa.
A obra, concebida a
partir do espólio de um dos mais aclamados fotógrafos portugueses da sua
geração, José de Andrade (1927-2008), fotógrafo
de renome internacional, premiado e exposto em vários cantos do mundo,
foi apresentada na livraria
portuguesa “La petite portugaise”, um
novo espaço cultural de referência da comunidade lusa em Bruxelas, junto das
instituições europeias.
A apresentação da
obra, uma edição trilingue traduzida para português, francês e inglês com
prefácio do conhecido fotógrafo franco-haitiano que imortalizou a
história da emigração portuguesa, Gérald Bloncourt, esteve a cargo de Francisco Barros Castro, Economista na Comissão Europeia.
No decurso da
sessão de apresentação, que foi abrilhantada com música tradicional do Norte de
Portugal, executada em cavaquinho por António Fernandes, o economista Francisco
Barros Castro destacou o contributo do livro, em particular, e dos trabalhos
desenvolvidos por Daniel Bastos ao longo dos últimos anos, em geral, na preservação
dos modos de vida e das memórias relacionadas com o património cultural,
material e imaterial das comunidades locais
do norte de Portugal, elementos importantes de construção identitária
individual e coletiva, que são conjugados com uma dedicada divulgação junto das
comunidades portuguesas.
Refira-se que neste
novo livro, realizado com o apoio do Centro Português de Fotografia,
instituição pública que assegura a conservação, valorização e proteção legal do
património fotográfico nacional, o investigador da nova geração de historiadores portugueses, cujo percurso tem sido alicerçado no
seio da Lusofonia, esboça um retrato histórico conciso e ilustrado do interior norte de Portugal em meados dos
anos 70.
Através de imagens até aqui inéditas, que José de Andrade captou nessa
época em povoados rurais entre o Minho e Trás-os-Montes, o historiador
e autor de livros sobre a emigração, aborda as memórias do passado, não
muito distante, do Portugal profundo e rural na transição da ditadura para
a democracia, um período
fundamental da história contemporânea portuguesa, marcado por décadas de
carências, isolamento, condições de vida duras e incontáveis episódios de
emigração “a salto”.
Refira-se que esta iniciativa cultural na livraria “La
petite portugaise”, enquadra-se num conjunto de
várias sessões de apresentação da obra que estão a ser realizadas, ao longo do presente
ano, no seio das comunidades portuguesas residentes no estrangeiro.
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