No decurso dos últimos anos tem sido pública e notória a intervenção de portugueses e lusodescendentes na vida política além-fronteiras, fenómeno
revelador da admirável integração das comunidades portuguesas e do papel importante
que as mesmas desempenham no desenvolvimento das sociedades de acolhimento.
Este fenómeno crescente de participação cívica e política perpassa
as várias comunidades
portuguesas espalhadas pelo Mundo. No rescaldo das recentes eleições intercalares
dos Estados Unidos da América, subiu para quatro o número de congressistas de
origem lusa com assento na Câmara dos Representantes, em Washington, naquela
que é já considerada a maior representação de sempre de legisladores a nível federal
saídos de comunidades portuguesas.
Em
França, destino tradicional da emigração portuguesa, a ação cívica e política
lusa logrou no alvorecer do séc. XXI a criação da Associação CÍVICA – Associação dos Autarcas
Portugueses em França, que conta com mais de trezentos membros ativos e cerca
de dois milhares que enviam informações, num universo de quatro
milhares de autarcas de origem portuguesa em território gaulês.
Nas
últimas eleições autárquicas de Ontário, a província mais populosa do Canadá, cinco
lusodescendentes foram eleitos numa região onde vive e trabalha uma das mais dinâmicas
comunidades portuguesas da América do Norte. Um cenário similar ao que ocorreu nas eleições municipais belgas, onde foram eleitos sete candidatos
portugueses e lusodescendentes, ou no Reino Unido, onde foi eleito o
primeiro “Mayor” português, em Bridgwater, e um vereador de origem lusa na
cidade de Oxford.
A
ideia comummente aceite que os portugueses no Mundo, que
totalizam mais de cinco milhões, são a mais importante e
eficaz
fonte de
inserção nacional, tem nos muitos e bons exemplos
de portugueses e lusodescendentes que exercem funções
decorrentes do exercício democrático além-fronteiras, um dos pilares fundamentais
na afirmação da pátria de Camões no concerto das nações. A rede universal de luso-eleitos constitui uma incontornável mais-valia na
inserção
de Portugal dos diferentes espaços, provendo o país de uma potencial magistratura
de influência que as autoridades lusas não podem desaproveitar, antes pelo contrário,
devem incentivar e dinamizar na promoção e projeção de Portugal no Mundo.
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