Dentro
do espaço europeu, a Suíça, oficialmente Confederação Suíça, uma república
federal composta por vinte e seis estados, chamados de cantões, perdura como um
dos principais destinos da emigração portuguesa, como comprovam os mais de 200
mil lusos que vivem e trabalham no território helvético, essencialmente na
hotelaria, restauração, construção civil, indústria manufaturada, serviços de
limpeza e agricultura.
A
dinâmica da emigração portuguesa na Suíça, que se desenvolveu, sobretudo, a
partir de meados dos anos 80, está patente na existência de mais de duas
centenas de associações lusas disseminadas pelo território helvético. Como
listou há poucos anos o investigador Eduardo Araújo na sua tese de mestrado "Transnacionalismo e
Etnicidade. O Movimento Associativo Português na Suíça".
Na última década, no seio do numeroso movimento associativo luso-suíço, tem-se destacado o papel ativo da Associação de Apoio à Comunidade Portuguesa na Suíça (AACP). Uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2011, que tem como principais objetivos defender os interesses dos emigrantes portugueses na Suíça, favorecer, informar e orientar a integração dos emigrantes, divulgar a língua e a cultura portuguesa, e criar iniciativas para reforçar a compreensão e a colaboração intercultural.
Presidida
atualmente pelo diligente dirigente associativo luso-suíço Nuno Domingos, e com
instalações
e várias valências recentemente inauguradas
em Vevey, uma cidade localizada no Cantão de Vaud, a
Associação de Apoio à Comunidade Portuguesa na Suíça tem prestado um valioso
auxílio a compatriotas que vivem com dificuldades no território helvético. O
inestimável apoio social, jurídico, psicológico e alimentar que a AACP presta a
vários portugueses na Suíça, como por exemplo, a compatriotas que se encontram
detidos em prisões helvéticas, revela a existência de vários casos de
dificuldades e insucesso da emigração portuguesa.
Situações
de insucesso, que no caso helvético muitas das vezes são olvidadas pela imagem
de Eldorado da Suíça, designadamente de país onde as oportunidades de emprego
são grandes e os salários são altos. No entanto, a realidade quotidiana luso-suíça
é também marcada pela precariedade, desemprego e elevado custo de vida,
contexto que demanda um reforço do apoio das autoridades portuguesa e
helvéticas às estruturas associativas que como a AACP lidam diariamente com as
dificuldades reais.
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