No
início do presente mês, foi apresentada na capital portuguesa a obra “Vidas Com Sentido - 225 histórias de
emigração”, um livro que retrata mais de duas centenas de histórias de
emigrantes portugueses nos Estados Unidos, uma por
cada um dos anos do consulado luso em Nova Iorque, e que é coordenado pela antiga
cônsul-geral de Portugal do estado americano, Manuela Bairos.
A conceção e realização da obra provieram
da comemoração do 225.º aniversário do Consulado-Geral
de Portugal em Nova Iorque, uma avoenga estrutura consular lusa cujo percurso
histórico e diplomático é revelador da presença portuguesa nos Estados Unidos.
Estima-se,
que desde o primeiro quartel do séc. XIX, até ao último quartel do séc. XX,
tenham emigrado para a América cerca de meio milhão de portugueses, a maior
parte deles oriundos dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, e que ao nível socioeconómico
se inseriram em atividades ligadas à pesca, indústria têxtil, pecuária e
pequena indústria. Atualmente, a população luso-americana
ultrapassará já um milhão de pessoas, estando a maioria concentrada na
Califórnia, Massachusetts, Rhode Island e Nova Jérsia.
O recente projeto editorial, que foi
desenvolvido durante dois anos, e contou com a colaboração do
coordenador-adjunto do ensino de Português nos Estados Unidos da América, de
professores e alunos de três escolas comunitárias portuguesas (Farmingville,
Brentwood e Mineola), assim como de vários membros de clubes portugueses, assentou
na recolha de testemunhos de emigrantes lusos, em particular das mais antigas
gerações de emigrantes portugueses em Nova Iorque. Segundo
a diplomata, atualmente embaixadora de Portugal no
Chipre, o foco principal deste trabalho foi concentrado na primeira
geração de emigrantes portugueses em Nova Iorque, porque “era muito importante
fixar estas histórias” de compatriotas que “estão a acabar”.
Um
trabalho que a mesma caracterizou como “comovente”, dado que permitiu aos filhos
e netos conhecer melhor os percursos migratórios e de vida dos seus pais e avós,
e que simultaneamente demonstra como as representações diplomáticas e consulares
são fundamentais para a dinamização da história, cultura e língua portuguesa no
mundo.
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