A
dimensão e relevância da emigração no território nacional, uma constante estrutural da sociedade portuguesa, têm impelido a construção
nos últimos anos, um pouco por todo o país, de vários monumentos ao emigrante,
com o objetivo de reconhecer e homenagear o contributo que prestam ao
desenvolvimento das suas terras de origem.
Como observam as sociólogas Alice
Tomé e Teresa Carreira, este fenómeno de construção de monumentos ao emigrante
“marca na atualidade a paisagem portuguesa”, sendo em grande medida o reflexo
da “alma de um povo lutador, trabalhador, fazedor de
mitos que, pelas mais variadas razões, não hesita em dobrar fronteiras”.
São
muitos e variados os exemplos de monumentos aos emigrantes que povoam a
paisagem portuguesa, como facilmente se comprova através de uma simples pesquisa na Internet. No Minho, por exemplo, alfobre
tradicional da emigração portuguesa, ainda no ano passado foi inaugurado na
freguesia de Belinho, concelho de Esposende, uma estátua que celebra os
emigrantes da povoação, e cuja simbologia alarga-se ao município numa homenagem
a todos aqueles que "deram novos mundos ao mundo".
No
concelho de Ourém, um município localizado na região do Centro que se construiu
com a emigração, ergueu-se no início da presente década, na freguesia
de Espite, num território que é conhecido como
o “berço” dos franceses, um monumento ao emigrante. No
Funchal, capital do arquipélago da Madeira, região indelevelmente marcada pelo
fenómeno da emigração, desde a década de 1980 que subsiste um monumento ao
emigrante madeirense, e que homenageia os emigrantes naturais da “Pérola do
Atlântico” instalados por todo o mundo. Na mesma esteira, em Ponta Delgada, no
Arquipélago dos Açores, existe desde o fim do séc. XX, um monumento aos
emigrantes e que laureia o povo açoriano disperso pelo mundo.
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