No
decurso dos últimos anos o acervo bibliográfico sobre o fenómeno emigratório nacional
tem sido profusamente enriquecido com o lançamento de um conjunto diversificado
de documentos que ampliam o estudo e conhecimento sobre a relevância da emigração
portuguesa.
Neste
conjunto diversificado de trabalhos, onde se cruzam os olhares interdisciplinares
das ciências sociais, encontram-se livros, capítulos de livros, artigos em
revistas científicas, artigos em atas de congressos, conferências e outros
tipos de encontros científicos, relatórios, assim como dissertações de
licenciatura, mestrado e doutoramento.
Como
sustentam os vários investigadores sociais responsáveis pelo levantamento
bibliográfico “Emigração portuguesa: bibliografia comentada (1980-2013)”, este relevante
acervo documental “constitui um contributo importante para o conhecimento da
emigração”.
Dentro
da categoria temática dos livros, que na linha de pensamento do ensaísta Jorge
Luis Borges, são “a grande memória dos séculos... se os livros desaparecessem,
desapareceria a história e, seguramente, o homem”, são vários os exemplos que
asseveram a importância que muitas publicações têm tido na compreensão e
enriquecimento do fenómeno emigratório nacional.
É
o caso, por exemplo, da obra “Portugal Querido”, um livro da autoria do
argentino Mario dos Santos Lopes, filho de um português emigrante, que foi
lançado em 2014 na Argentina. Uma edição que tem o condão de retratar as
vivências dos portugueses no segundo maior país da América do Sul, através de
testemunhos reais, e que recupera a memória de milhares de compatriotas
provenientes na sua maioria dos distritos do Algarve e da Guarda, que durante a
primeira metade do séc. XX se estabeleceram na Argentina, à época dos países
mais ricos do mundo, em busca de uma vida melhor.
Ainda
nesta esteira, enquadram-se dois livros lançados em 2015, designadamente, “A
Vida numa Mala – Armando Rodrigues de Sá e Outras Histórias”, e “Gérald
Bloncourt – O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”,
que resgatam da penumbra do esquecimento, respetivamente, a epopeia da
emigração portuguesa para a Alemanha e França nos anos 60.
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